De acordo com matéria respostada no site da Uol, elaborada por Fernanda Guimarães e Mariana Durão, publicada na agência Estadão Conteúdo, em Belo Horizonte, e com informações de Matheus Piovesan, a Vale possuía arquivo com informações sobre barragens com risco de desastre iminente.
Segundo as palavras de William Garcia, promotor e responsável por coordenar a força-tarefa que investiga o caso Brumadinho, a empresa possuía uma “caixa-preta” com uma lista de 10 barragens com o que chamou de “condição inaceitável de segurança”.
A notícia ainda traz que na terça-feira passada o Ministério Público de Minas Gerais ofereceu denúncia contra a empresa Vale, a TÜV SÜD e 16 pessoas, incluído Fábio Schvartsman, ex-presidente da empresa de mineração, por conta do rompimento da barragem de Brumadinho, ocorrida em 25 de janeiro de 2019.
O governo, após identificar as barragens que correm perigo, realizou ações buscando evitar futuras tragédias como as que ocorreram em Brumadinho e Mariana.
Dentre essas medidas, algumas áreas foram evacuadas.
Segundo a reportagem, o promotor utilizou o termo “ditadura corporativa” para classificar o que a gestão da Vale realizou, ao ditar para a sociedade e para ao governo suas escolhas.
Auditoria externa participou da fraude
Ainda, afirmou que a TÜV SÜD foi submetida a elaboração de relatórios inverídicos, os quais informava não haver risco para as barragens, agindo de maneira totalmente oposta de como uma auditoria externa deve proceder.
Esse comportamento foi adotado, segundo o procurador, para evitar uma repercussão negativa no mercado.
Expectativas quanto ao desenrolar do caso
Na opinião do procurador, a denúncia realizada pelo Ministério Público por si só não é a resposta que a sociedade precisa, mas é fundamental que os envolvidos sejam levados ao tribunal do júri e que os responsáveis pela tragédia que ocorreu em Brumadinho sejam presos.
William Garcia disse que durante a investigação houve apreensão de mais de 90 equipamentos, como computadores e aparelhos celulares, que possuíam informações de ordem técnica de engenheiros e geólogos das companhias envolvidas.
As empresas também sofreram denúncia por crime ambiental.