Para aumentar a visibilidade e ter um aporte financeiro maior, diversas empresas brasileiras ingressaram no mercado de ações norte-americano. Mas as empresas de tecnologia do Brasil estão sofrendo perdas bilionárias.
De acordo com uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, as ‘techs’ brasileiras, como Nubank (NUBR33), Stone (STOC31), PagSeguro (PAGS34), CI&T (CINT), Zenvia (ZENV) e Vtex (VTEX), registraram um prejuízo de US$ bilhões em valor de mercado.
Para ter a dimensão deste número, o valor é equivalente ao preço de mercado do Banco do Brasil (BBAS3), uma das maiores instituições financeiras do Banco do Brasil.
Apenas no início de 2022, as empresas brasileiras de tecnologia em Nova York amargaram um prejuízo de US$ 15 bilhões. Fato que foi motivado pela queda dos grandes investidores nos papéis das ‘techs’.
Os analistas do mercado financeiro avisam que não acreditam em uma recuperação dos ativos no setor em um período de curto prazo.
O movimento de derretimento das ações começou a ganhar força quando o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) sinalizou o aumento dos juros para frear a inflação americana. Deste modo, o crédito ficará mais caro na maior economia do planeta, principalmente na tecnologia que demanda uma quantia considerável de investimentos.
Cenário negativo para as ‘techs’ brasileiras
Além do aumento da taxa de juros dos EUA, duas notícias ajudaram a diminuir o apetite dos investidores no setor das ‘techs’. A Paypal (PYPL34) e o Facebook (FBOK34) apresentaram um balanço com dados piores do que o esperado. Os ativos dessas empresas caíram mais de 20% e puxaram consigo o desempenho das outras companhias de tecnologia.
Grande parte das empresas brasileiras que foram para Nova York sofreram quedas acentuadas. Os preços das ações estão mais baixos hoje do que na época que fizeram durante o período do IPO.
A Vtex, por exemplo, lançou ações a US$ 19 e agora opera na casa dos US$ 6,50. O Nubank já acumula baixa de 25% desde que estreou na Bolsa em dezembro, perdendo US$ 10 bilhões em valor de mercado.
O diretor financeiro do Bank Syz, Charles Henry Monchau, afirmou, em entrevista ao Estadão, que a piora das condições de liquidez no mercado, motivado pelo Fed aumentando os juros, deve oferecer maior volatilidade para a bolsa americana.
Outro fator negativo para o segmento de ‘techs’ é que o Fed não vai mais realizar compras mensais de ativos no mercado e deve ainda reduzir o seu balanço. Em outras palavras, ele irá vender os seus papéis para investidores, o que pode diminuir a liquidez. Com isso, a Nasdaq já amarga 11% de perdas em 2022.
