A Taesa (TAEE11) é uma das empresas mais conhecidas da bolsa de valores, principalmente por conta do seu histórico de distribuição de dividendos.
A Transmissora Aliança de Energia Elétrica é um dos maiores grupos privados de transmissão de energia elétrica do Brasil em termos de Receita Anual Permitida (RAP).
Vamos conhecer melhor a companhia?
O que faz a Taesa
A companhia é exclusivamente dedicada à construção, operação e manutenção de ativos de transmissão.
A Taesa tem 11.685 km de linhas em operação e 2.329 km de linhas em construção, totalizando 14.014 km de extensão e 101 subestações.
Além disso, possui ativos em operação com nível de tensão entre 230 e 525kV, presença em todas as 5 Regiões do país (18 Estados e o Distrito Federal) e um Centro de Operação e Controle localizado em Brasília.
Atualmente a Taesa detém 40 concessões de transmissão:
- 10 concessões que compõem a empresa holding (TSN, Novatrans, ETEO, GTESA, PATESA, Munirah, NTE, STE, ATE e ATE II);
- 10 investidas integrais (Brasnorte, ATE III, São Gotardo, Mariana, Miracema, Janaúba, Sant’Ana, São João, São Pedro e Lagoa Nova);
- 19 participações (ETAU, Transmineiras e os Grupos AIE e TBE).
História da empresa
Primeiro leilão em 2000
A história do Grupo Taesa, liderado pela concessionária de serviços públicos de transmissão de energia elétrica denominada Taesa começa no ano 2000. Neste ano, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realizou o Leilão 002/2000-Aneel, composto por instalações de transmissão de energia elétrica divididas em três lotes (A, B e C).
Assim, o Lote A, composto por, aproximadamente, 1.278 km de linhas de 500kV e 6 (seis) subestações, foi vencido pelo Consórcio Novatrans Energia, do qual faziam parte as empresas Civilia Engenharia S.A. e Camargo Correa.
Este consórcio constituiu uma sociedade de propósito específico denominada Novatrans para construir e explorar as instalações de transmissão. Já o Lote C foi vencido pelo Consórcio INEPAR/ENELPOWER, constituído pelas empresas EnelpowerS. p.A. e Inepar Energia S.A que igualmente, constituíram uma sociedade de propósito específico, denominada Transmissora Sudeste Nordeste S.A. (TSN), com o mesmo objetivo.
Consórcio e holding
Pouco tempo após o Leilão, uma das empresas integrantes do consórcio INEPAR/ENELPOWER, mais especificamente a EnelpowerS.p.A., que é uma empresa italiana integrante do Grupo Enel, adquiriu 100% do controle de TSN e Novatrans.
Em 2003, o controle destas duas concessionárias foi transferido para a Terna S.p.A,, empresa italiana dotada de grande expertise no setor de transmissão de energia elétrica.
Foi somente em 2006 que a Terna S.p.A decidiu constituir no Brasil uma holding, a Terna Participações S.A., tendo transferido para esta holding o controle de TSN e Novatrans. Esta holding passou a se chamar, em 2009, Transmissora Aliança de Energia Elétrica S.A.
Terna vira Taesa
Em 4 de novembro de 2009, a Terna S.p.A vendeu a Terna Participações para o Fundo de Investimento em Participações Coliseu (FIP Coliseu), e para a Cemig Geração e Transmissão S.A. Após a operação, a denominação social da Terna foi alterada para Taesa.
Hoje, o FIP Coliseu detém 22% do total de ações que compõem o capital social da Taesa. A Cemig detém 43% deste mesmo capital, e o mercado de ações detém 35% das ações da Taesa. A Taesa, ao assumir todas as concessões antes pertencentes à Terna (na integralidade e/ou parciais), iniciou um processo de crescimento sustentável, buscando a agregação de valor à companhia e aos seus acionistas.
A companhia possui atualmente 5 empreendimentos em construção com um investimento total ANEEL de R$ 3.884 milhões e uma RAP de R$ 732,1 milhões (ciclo RAP 2021-2022). Considerando apenas a participação da Taesa nessas concessões, o investimento ANEEL é de R$ 2.246,9 milhões com uma RAP proporcional de R$ 399,6 milhões.
A Taesa em números
- 40 concessões: 10 concessões na holding, 10 investidas integrais e 19 participações;
- Total de 14.014 km de linhas de transmissão e 101 subestações (11.685 km de linhas em operação e 2.329 km de linhas em construção);
- Presença em 18 Estados e Distrito Federal: Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins;
- Prazo médio das concessões: 15,2 anos (em 07/03/2022);
- Taxa de disponibilidade das linhas: 99,86% / Parcela Variável (PV): R$20,8 milhões;
- RAP total de R$ 3.453,3 milhões (ciclo 2021-2022): R$ 2.888 milhões operacional e R$ 565,30 milhões em construção;
- Investimentos realizados entre 2006 e 1T21 (CAPEX + M&A): R$ 9,0 bilhões;
- Dividendos pagos entre 2006 e 2021: R$ 11,2 bilhões.
Boa pagadora de dividendos
A Taesa é, por muitas vezes, uma das empresas mais recomendadas por casas de análises quando se fala em dividendos.
De acordo com o Estatuto Social da Companhia “os Acionistas têm direito a um dividendo anual não cumulativo de pelo menos 50% (cinquenta por cento) do lucro líquido ajustado do exercício”.
A companhia tem apresentado um histórico de pagamento de dividendos bem acima da remuneração mínima que consta no texto acima de seu estatuto.
Confira abaixo o histórico de dividend yield da Taesa:
- 2009: 9,5%
- 2010: 4,0%
- 2011: 12,5%
- 2012: 7,8%
- 2013: 12,1%
- 2014: 15,6%
- 2015: 13,1%
- 2016: 13,0%
- 2017: 8,3%
- 2018: 11,8%
- 2019: 6,1%
- 2020: 9,6%
Vantagens competitivas
A Taesa afirma ter vantagens competitivas como diferenciais para captura de oportunidades nos leilões de transmissão. Entre elas estão:
- Posição geográfica única para capturar sinergias;
- Trabalho em equipe: jurídico, técnico e financeiro;
- Capacidade financeira e operacional;
- Busca contínua por retornos atrativos nos projetos.
A previsão é de R$ 101 bilhões a R$ 126 bilhões em investimentos em transmissão até 2031. Sendo que deste valor R$ 30 a R$ 50 bilhões são em novos leilões. A empresa está também sempre de olho em oportunidades de M&A (fusões e aquisições).
Posições acionárias da Taesa
A companhia tem como maior investidor individual a Companhia Energética de Minas Gerais, com uma fatia de 21,68%. Outros 14,88% estão nas mãos da Isa Investimentos e Participações do Brasil. Já outros 63,45% estão nas mãos de outros investidores.
São 392.926 investidores pessoa física, 445 pessoas jurídicas e 1.175 investidores institucionais.
No total há 655.704.742 ações em circulação no mercado. Do total são 437.136.468 de ações preferenciais e 218.568.274 de ações ordinárias.
A composição do capital social da companhia é de 1.033.496.721 de ações. São 442.782.652 de ações preferenciais e 590.714.069 de ações ordinárias.
Último balanço da companhia
A Taesa (TAEE11) reportou lucro líquido de R$ 423 milhões no quarto trimestre de 2021. Ou seja, queda de 43,6% ante igual período do ano anterior.
No acumulado do ano a companhia obteve lucro de R$ 2,2 bilhões, queda de 2,2% frente ao acumulado de 2020.
O Ebitda, que mede o resultado operacional, fechou os três últimos meses do ano em R$ 548,5 milhões, recuo de 34,3%.
Já a receita operacional líquida foi de R$ 717 milhões, baixa de 38,7%.
Desempenho das ações nos últimos anos
A Taesa realizou sua Oferta Pública Inicial (IPO) de Ações em 2006. Sete anos depois, em 2013, a empresa realizou um IPO secundário e levantou R$ 1,3 bilhão.
A companhia está listada na Bolsa de Valores no nível 2 de governança corporativa. Tem ações ordinárias, cujo ticker é TAEE3, e ações preferenciais, TAEE4, além de também contar com units (pacote de classes de ativos variados) com o código TAEE11.
As ações da Taesa (TAEE11) registram alta de 22,20% no acumulado de 2022, considerando o primeiro pregão do ano até o fechamento de 22 de abril. As ações saltaram de R$ 36,21 para R$ 44,36.
Ao considerar os últimos cinco anos, as ações da Taesa quase dobraram. O crescimento de 92,79% fez as ações passarem de R$ 23,01 para os atuais R$ 44,36.
Já na máxima histórica, considerando desde 27 de outubro de 2006, as ações da Taesa valorizaram 489,11%. Naquela data uma ação da Taesa era negociada por R$ 7,53.
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