Charlie Munger, o célebre sócio de Warren Buffett, morreu nesta terça-feira (28), aos 99 anos. O comunicado do falecimento do investidor foi feito pela Berkshire Hathaway e informava que Munger faleceu próximo de membros da família na Califórnia.
“A Berkshire Hathaway não poderia ter chegado ao seu status atual sem a inspiração, sabedoria e participação de Charlie”, disse Buffett, em comunicado sobre a morte de Munger.
Além de vice-presidente da Berkshire Hathaway, o investidor foi advogado imobiliário, presidente e editor do Daily Journal Corp., membro do conselho da Costco (COST; $COWC34), filantropo e arquiteto.
No começo do ano, a sua fortuna teria sido estimada em US$ 2,3 bilhões – uma quantia menor do que Buffett, estimada em algo superior a US$ 100 bilhões.
Sócio de Warren Buffett teria contribuído em estratégia
Antes de ingressar na Berkshire, Munger foi presidente e CEO da Wesco Financial de 1984 a 2011, quando a Berkshire de Buffett comprou as ações restantes da empresa de seguros e investimentos com sede em Pasadena, na Califórnia.
Buffett atribuiu a Munger a ampliação da estratégia de investimento da companhia, deixando de favorecer empresas em dificuldades, comprando ações a preços baixos, na esperança de obter lucro, para se concentrar em empresas de maior qualidade, porém subvalorizadas.
Um dos primeiros exemplos da mudança foi ilustrado em 1972 pela capacidade de Munger de persuadir Buffett a aprovar a compra da See’s Candies pela Berkshire por US$ 25 milhões, apesar de o fabricante de doces da Califórnia ter lucros anuais antes de impostos de apenas cerca de 4 milhões de dólares. Desde então, produziu mais de US$ 2 bilhões em vendas para a Berkshire.
“Ele tirou a ideia de comprar empresas muito moderadas a preços muito baratos, sabendo que havia algum pequeno lucro nisso e procurando alguns negócios realmente maravilhosos que pudéssemos comprar a preços justos”, disse Buffett à CNBC em Maio de 2016.
Buffett havia feito previsão sobre si próprio
Poucos dias antes do falecimento de Muger, Buffett, aos 93 anos, anunciou em sua última carta aos investidores, que tem total consciência de estar em idade avançada, “jogando na prorrogação” em suas próprias palavras e deu sinais sobre com quem vai ficar sua herança.
O lendário guru dos mercados, à frente da Berkshire Hathaway, afirmou que sente que é chegado o momento de comunicar aos acionistas sobre seu plano de sucessão, envolvendo um patrimônio avaliado em cerca de US$ 121 bilhões.
Buffett afirmou que a maior parte de sua fortuna será destinada à filantropia, já que seus três filhos, com idades entre 65 e 70 anos, concordam que a riqueza hereditária não é desejável. Os filhos de Buffett, Howard, Susan e Peter, serão os responsáveis pela execução de seu testamento e atuarão como curadores do fundo de caridade que receberá 99% de sua fortuna.
A Berkshire designou o vice-presidente Greg Abel como o provável sucessor de Warren Buffett, como o sócio de Warren Buffett havia antecipado há cerca de dois anos.