O setor de serviços registrou sua quarta queda seguida no mês de maio, com recuo de 0,9%. É o que aponta a Pesquisa Mensal de Serviços, publicada nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado veio abaixo do esperado pelo mercado, que era de avanço de 3,60%. Mas ainda assim representa avanço ante abril, quando o índice registrou queda recorde de 11,7%. Em março, a queda foi de 6,9%. E em fevereiro, de -1%.
A variação anual registrada em maio foi de -19,50%, maior do que a expectativa de -15%. Esta é também a queda mais intensa já verificada desde o início da série histórica, em janeiro de 2012.
No acumulado no ano, o setor de serviços acumula queda de -7,6%. Nos doze meses até maio, recuo de 2,7%.
“O resultado mostra um aprofundamento de um cenário que já era muito desfavorável para o setor. Ter um resultado ainda negativo quando a comparação é feita com abril, mês que tivemos o pior resultado da série histórica, é bastante significativo”, ressalta o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
Vale lembrar que o setor responde por quase 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e foi um dos mais atingidos pela crise do coronavírus e as medidas de distanciamento social adotadas para contenção do Covid-19.
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Reprodução/IBGE
Serviços: destaque para informação e comunicação
Três das cinco atividades que compõem a pesquisa registraram baixa. O principal destaque foi para o segmento de Informação e comunicação (-2,5%). Ele acumula perda de 8,9% nos primeiros cinco meses do ano.
O grupo Profissionais, administrativos e complementares teve queda de 3,6%. A queda no segmento é de 20,6% nos últimos oito meses.
O outro segmento que apresentou resultado negativo nesse mês foi o de Outros serviços (-4,6%), registrando a terceira taxa negativa seguida e acumulando uma perda de 12,4% entre março e maio de 2020.
Transportes e serviços às famílias têm alta
Tiveram alta as atividades de Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (4,6%) e de Serviços prestados às famílias (14,9%). No entanto, eles recuperaram apenas parte das perdas registradas nos últimos meses.
Enquanto o primeiro setor havia mostrado retração de 25% entre março e abril; o segundo apontou queda acumulada de 62,7% nos três meses anteriores.
Média móvel trimestral
A média móvel trimestral, com ajuste sazonal, do setor de serviços teve retração de 6,8% no trimestre encerrado em maio de 2020, na comparação com o nível do mês anterior.
Todos as cinco atividades tiveram retração neste mês, com destaque para serviços prestados às famílias (-27,6%), seguido por transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-8,1%) e serviços profissionais, administrativos e complementares (-6,2%). Os ramos de outros serviços (-4,3%) e informação e comunicação (-2,3%) completam as atividades que apresentaram queda neste indicador.
Resultado por estados
Dezesseis das 27 unidades da federação assinalaram retração no volume de serviços em maio de 2020. Os destaques negativos foram São Paulo (-1,5%) e Distrito Federal (-13,9%). Outras pressões negativas relevantes vieram de Minas Gerais (-0,9%) e do Rio de Janeiro (-0,4%). Já os principais resultados positivos vieram do Rio Grande do Sul (5,2%), de Santa Catarina (6,4%) e da Bahia (4,7%).
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