Todos sabem da importância da Taxa Selic para a economia. Contudo, a taxa de juros básico da economia gera uma segunda taxa, a Selic Over, que serve como indexador para os investimentos que se dizem atrelados à Selic. Mas e o que é Selic Over? Qual a relação com o CDI? No texto de hoje, vamos responder às principais dúvidas sobre o assunto e muito mais!
O que é Selic Over
A partir da definição da meta da Selic, as instituições financeiras negociam títulos públicos entre si, com o Tesouro Nacional e com o Banco Central. A taxa negociada entre essas instituições é chamada de Selic Over.
Ou seja, é a média ponderada das operações que são feitas com lastro de título público com prazo de 1 dia.
Contudo, na prática a Selic Over estará sempre 0,10 ou 0,11 abaixo da Selic Meta. Falamos em Over em função do “overnight”, fazendo menção a essa mudança de um dia para o outro.
É muito importante saber essa taxa, pois, ao ver na sua plataforma de investimentos algum ativo de renda fixa atrelado à Selic, ele está indexado pela Selic Over, na verdade.
Ainda está um pouco confuso? Para ficar mais fácil, vamos ver a seguir o que é Selic e como ela impacta na economia.
O que é Taxa Selic
Selic é a taxa de juros básica da economia, ou seja, é a referência para todas as outras taxas. Quando a taxa cai, os empréstimos tendem a ficar mais baratos, mas, com a Selic em alta, os empréstimos também tomam essa direção.
É por isso que economistas dizem que a Selic define o custo do dinheiro. Ela é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do Banco Central do Brasil, e é também chamada de Selic Meta, por se tratar da meta de inflação.
Contudo, isso não quer dizer que se você fizer um empréstimo hoje a taxa de juros será igual a da Selic. Isso ocorre porque os bancos levam em conta outras variáveis além da taxa básica, como o risco de inadimplência da operação, os custos operacionais e o lucro que decorrerá dessa operação.
Por impactar dessa forma na economia, a Selic acaba também afetando o consumo. Isso porque, com o empréstimo mais caro, o consumo diminui, e quando fica mais barato, o consumo também cresce e as empresas tomam mais empréstimos para investir em suas produções.
Nos investimentos, a Selic também importa. Da mesma forma que ela impacta nos juros de quem pegou dinheiro emprestado, também influencia aqueles que investem. Se a Selic está alta, os juros que você receberá dos investimentos serão altos e vice-versa. Contudo, a taxa básica de juros só tem impacto direto sobre os investimentos mais conservadores, de renda fixa: Tesouro Direto, CDBs, LCIs e LCAs, poupança.
Já na renda variável, o impacto é indireto: com Selic alta, ações e fundos de investimento imobiliários, por exemplo, perdem atratividade, justamente porque a remuneração na renda fixa é atraente.
Uma dica é que o Tesouro Selic ainda é o investimento mais seguro de se encontrar no mercado brasileiro. Ele é emitido pelo Tesouro Nacional e usado para financiar o governo brasileiro. Além disso, ele pode ser feito diretamente pela plataforma do Tesouro Direto ou via corretora, com aportes mínimos de R$ 30.
Selic Meta x Selic Over
A diferença entre as taxas ocorre em função da negociação entre as instituições e a Selic Over. Caso essas instituições precisem recorrer ao Banco Central para tomar dinheiro emprestado via redesconto, que é uma política monetária, a taxa usada será a Selic Meta.
Em outubro de 2022, a Selic Meta fechou em 13,75% e a Selic Over, em 13,65%. Além disso, como apontado, no mercado, o indexador utilizado para definir a rentabilidade de um investimento é a Selic Over.
CDI x Selic
Para entendermos a diferença entre CDI e Selic, precisamos entender do que se trata o primeiro. Em termos gerais, CDI é o Certificado de Depósito Interbancário, ou seja, um título emitido com prazo de um dia que visa manter a liquidez de uma instituição financeira. Assim como a Taxa Selic Over, que vem do empréstimo entre os bancos, a taxa CDI também decorre desse tipo de operação. A diferença está na garantia, que, no último caso, acontece com títulos privados.
Não ficou bem claro? Vamos explicar melhor: imagine que o Banco X terminou o dia com saldo negativo no caixa, o que não é permitido pelo Banco Central. Então, essa instituição emite um CDI para captar recursos com outros bancos que terminaram o dia no azul a fim de cobrir o seu déficit.
Apesar de parecer que a sigla apenas interessa aos bancos, ela tem impacto diretamente nos seus investimentos! Isso porque é a partir dos CDIs que se define a taxa do CDI, ou taxa CDI, porque ela é a média de juros praticada entre os bancos naquele tipo de empréstimo, e passou a ser utilizada pelo mercado financeiro como indexador para rentabilizar e comparar investimentos.
Atualmente, a taxa é utilizada para calcular o rendimento de investimentos de renda fixa, como CDB e debêntures, por exemplo.
Como está associada à Selic, as decisões do Copom têm efeito sobre o CDI. Essas decisões são baseadas no objetivo de controlar a inflação. Em tese, quanto maior a inflação, maior a Selic.
Assim, o consumo e o gasto na economia diminui, e, consequentemente, menor será a inflação. Na prática, isso ocorre de modo mais complexo do que em tese seria, mas em resumo, é apenas para entendermos que o CDI pode crescer ou diminuir de acordo com o panorama macroeconômico.
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