23 Set 2021 às 08:00 · Última atualização: 23 Set 2021 · 5 min leitura
23 Set 2021 às 08:00 · 5 min leitura
Última atualização: 23 Set 2021
Reprodução/Pixabay
É bastante natural que o investidor se sinta um pouco confuso com as inúmeras siglas existentes no mercado financeiro.
Os termos CDI e Selic fazem parte desse rol de siglas e, certamente, estão entre as mais vistas no noticiário econômico e nas informações sobre rentabilidade de produtos financeiros ou taxas de juros de empréstimos.
Mas, você sabe o que significam essas duas siglas e como elas influenciam na sua vida cotidiana?
Continue a leitura e entenda as diferenças entre CDI e Selic.
Antes de detalhar o significado desses dois termos, acho importante que você entenda que ambos servem de referência para estabelecer a rentabilidade de investimentos pós-fixados, taxas de juros de empréstimos e também para o reajuste de contratos.
Compreendendo isso, ficará mais fácil para você analisar as diferenças entre os investimentos de renda fixa, e entender como será calculado o seu ganho em cada um deles.
CDI é a abreviação de Certificado de Depósito Interbancário. Trata-se de um título emitido por um banco como garantia de empréstimo tomado junto a outro banco.
Estes empréstimos entre bancos ocorrem para garantir a estabilidade do sistema financeiro. Por determinação do Banco Central, instituições financeiras não podem terminar o dia com o caixa negativo.
Sendo assim, se ao final do dia um banco teve mais retiradas do que entradas de dinheiro, pega dinheiro emprestado junto a outro banco que tenha encerrado o dia com sobra de caixa.
Esses empréstimos são de apenas um dia e têm taxa de juros prefixada – a taxa DI – que é baseada na média dos juros cobrados nessas transações entre bancos.
A variação da taxa é diária, contudo, ela é normalmente expressa com o um percentual anualizado.
Como vimos, o CDI, além de um certificado de transação entre bancos, é também um indexador da economia.
Certamente você já viu no seu banco ou na plataforma da corretora, investimentos de renda fixa pós-fixados, cujo rendimento é um percentual do CDI.
Se tomarmos como exemplo um CDB cujo rendimento seja 100% do CDI, significa que seu ganho bruto será de 5,15%, que é a atual taxa do CDI.
Vários investimentos têm rentabilidade indexada pelo CDI, entre eles, os CDBs, LCI, LCA, LC, Fundos DI.
Além de indexador de rentabilidade, o CDI também é usado como referência para avaliação de performance de fundos de renda fixa e multimercados.
A taxa do CDI tem correlação com a taxa Selic. Os valores são sempre bem próximos e a taxa do CDI é sempre um pouco inferior.
A Selic é a taxa básica de juros da economia. Assim como o CDI, ela também é um indexador. Ou seja, influencia as demais taxas de juros, inclusive o próprio CDI.
O termo Selic é a sigla de Sistema de Liquidação e Custódia, que é onde são registradas todas as negociações realizadas com títulos públicos federais.
A Selic é a referência do governo para tomar recursos emprestados para custear suas despesas.
E quem empresta dinheiro ao governo? Todas as pessoas físicas ou jurídicas que compram e vendem títulos do Tesouro Direto.
Além de funcionar como referência para o rendimento das aplicações em títulos do Tesouro, a Selic também é um importante instrumento do Banco Central para controle da inflação e estabilização da economia.
O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne a cada 45 dias para definir a taxa Selic. Essa definição resulta dos estudos sobre a atividade econômica brasileira e os níveis de inflação.
A taxa definida pelo COPOM baliza o mercado para transações financeiras como um todo.
Quando a inflação está alta e os preços estão subindo muito, o Copom sobe a taxa Selic para conter a alta da inflação.
Selic alta, significa juros maiores para empréstimos e financiamentos. Isso desestimula o consumo das famílias e reduz a demanda por bens e serviços. Com isso, os preços diminuem, reduzindo a inflação.
Inversamente, quando a inflação está baixa, o Copom tende a reduzir a taxa Selic. Dessa forma, os financiamentos ficam mais baratos, levando as empresa a buscar crédito para investir em seus negócios. A facilidade do crédito também faz com que pessoas físicas consumam mais, movimentando a economia.
Resumindo, o Banco Central tem a Selic como instrumento para estimular ou desestimular a atividade econômica, e assim manter a inflação sob controle.
Vários investimentos de renda fixa, como títulos públicos, poupança e títulos privados pós-fixados como CDB, LCI, LCA, entre outros, são impactados diretamente pela taxa Selic.
Como vimos, esses ativos são indexados pelo CDI, que por sua vez é atrelado à Selic. Assim, a variação da Selic interfere na rentabilidade que você irá receber no vencimento de cada aplicação.
Se você pretende investir em renda fixa, é fundamental acompanhar as variações da Selic para melhor identificar quais aplicações são mais adequadas às suas metas de rentabilidade.
De forma simplificada, podemos dizer que o CDI é o balizador dos empréstimos privados entre bancos. São títulos emitidos em garantia pelo próprio banco tomador do empréstimo.
A média das taxas desses títulos é usada como indexador na remuneração dos investimentos em renda fixa.
A Selic, por sua vez, é a referência utilizada nos empréstimos entre bancos, tendo como garantia os títulos públicos que o banco tomador de empréstimo tenha em carteira.
Ambas as taxas têm atuações bem similares enquanto indexadores dos juros de investimentos em renda fixa.
Sendo assim, manter-se atento à tendência da Selic e do CDI irá te ajudar a fazer melhores escolhas e evitar perda de rentabilidade em suas aplicações financeiras.
Conte sempre com a ajuda de um assessor de investimentos para entender quais as aplicações mais alinhadas às suas necessidades.