O governo russo determinou a suspensão temporária do ingresso de chineses ao território do país a partir dessa quinta-feira (20). A medida é preventiva contra a disseminação do Covid-19, como é chamado o novo coronavírus que se alastrou desde o final de 2019 na China. O anúncio foi feito pela vice-primeira-ministra Tatyana Golikova, nessa terça-feira (18).
As autoridades russas não disseram quanto tempo a determinação valerá, embora tenham salientado que é uma medida temporária.
A decisão, entretanto, não é inédita. Em 30 de janeiro último, o Kremlin fechou os mais de 4 mil quilômetros de fronteiras terrestres com a China por causa do novo coronavírus. Desta vez, a medida se amplia para todos os cidadãos chineses que cheguem ao país por qualquer que seja o meio – terrestre, aeroportuário, ferroviário ou marítimo. Não importa se o cidadão tentar entrar em território russo a turismo, trabalho ou para estudar.
Medidas duras da Rússia
A Rússia chegou a cogitar a expulsão de cidadãos estrangeiros infectados pelo novo coronavírus, após as confirmações dos primeiros casos de Covid-19 no país, ainda em janeiro. Eram apenas dois casos e os dois eram chineses. Esses continuam sendo os dois únicos casos confirmados dentro das fronteiras russas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), porém, afirma que não há necessidade de barrar entrada de cidadãos chineses ou de qualquer outro país devido à epidemia do novo coronavírus na China. Para a OMS, apesar dos números alarmantes, o vírus é pouco letal.
A OMS informou nessa segunda-feira (17) que a maioria dos casos confirmados do novo coronavírus, ou seja, 80,9%, é leve. Base de dados oficiais da China mostrou que os casos mais graves do Covid-19, que incluem insuficiência respiratória, choque séptico e falência múltipla dos órgãos e leva à morte, atingiu apenas 5% dos infectados.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor geral da organização, disse que aparentemente “o Covid-19 não é tão mortal quanto outros coronavírus, incluindo Sars e Mers”. A mortalidade está concentrada em idosos com mais de 80 anos e pacientes com outras doenças associadas, principalmente as cardiovasculares.
Mesmo assim, em Hong Kong, o território semi-autônomo chinês, sempre em conflito com Pequim, houve protestos pedindo o fechamento das fronteiras com a China continental.
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