O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve capitanear as discussões sobre as reformas tributária e administrativa ao longo deste ano. O objetivo, segundo reportagem da Folha de S. Paulo, é manter o protagonismo do Legislativo. Mas Maia também vem deixando claro que pode dificultar a vida do governo federal em algumas questões.
Um exemplo é a desavença de Rodrigo Maia com o ministro Abraham Weintraub (Educação). Como o Congresso não renovou uma MP, a carteirinha digital estudantil não será mais válida. O governo gastou R$ 2,5 milhões em publicidade com a carteirinha.
Logo no início do segundo ano do Legislativo, no início de fevereiro, Rodrigo Maia já havia alfinetado o governo federal. No discurso da sessão, ele frisou a independência do Parlamento. “O Congresso está passando a ocupar um lugar que é seu por direito, como epicentro do debate e da negociação”, disse.
Mas na avaliação do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro tem se aproximado de Rodrigo Maia . Um exemplo foi a decisão de colocar Rogério Marinho, ex-secretário especial da Previdência como ministro do Desenvolvimento Regional. Por outro lado, a escolha de Walter Braga Netto (mais um militar), para ocupar a Casa Civil, incomodou grupos de parlamentares. Assim, eles ameaçam travar pautas de interesse do governo com retaliações no Congresso.
Reformas na mira de Rodrigo Maia
Outras questões também têm atrapalhado a relação entre Congresso e o governo federal. Entre elas estão as falas polêmicas do ministro Paulo Guedes e a demora do Executivo em enviar o texto da reforma administrativa.
Rodrigo Maia vem demonstrando irritação com a imobilidade do governo em relação às reformas. “Não tenho culpa se o governo ainda não mandou a reforma administrativa”, disse ele em 30 de janeiro.
De acordo com a reportagem, Maia tem atuado como um “primeiro-ministro” informal desde 2019. Isso por que ele foi um dos principais responsáveis pela articulação da reforma da Previdência em 2019.