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Risco-País: o que é e como impacta a economia? Entenda

Risco-País: o que é e como impacta a economia? Entenda

O risco-país é um indicador que mede a probabilidade de um país não cumprir com suas obrigações financeiras, refletindo a confiança dos investidores na capacidade e disposição de honrar suas dívidas. Além disso, o conceito refere-se à chance de que alterações no ambiente econômico afetem negativamente o valor dos ativos de investidores estrangeiros, bem como os lucros que esperam obter dos investimentos realizados.

Na hora de realizar um investimento, é preciso analisar as alternativas disponíveis, seus fundamentos, ratings, e, inclusive, as questões macroeconômicas, a fim de compreender quais nações oferecem opções que estão alinhadas às estratégias que o investidor busca.

O risco-país é um dos fatores que devem ser levados em consideração na hora da escolha. O conceito engloba diversas categorias de risco que podem ser associadas a um país. As principais são: risco político, risco mercadológico e risco geográfico.

Entenda, a seguir, o que é risco-país e como impacta a economia.

O que significa?

Em um mercado financeiro globalizado, investidores estão sempre à procura das melhores oportunidades que ofereçam menores riscos. A preferência sempre será investir em países que proporcionem bons ganhos, mas que também sejam capazes de honrar o pagamento dos títulos que venderam ao mercado.

Nesse sentido, o risco-país é o indicador que reflete o grau de confiança que o mercado tem na economia e na capacidade de pagamento de uma nação. Isso porque investir em títulos de outros países exige uma grande dose de cautela e análise.

Para isso, são levados em consideração aspectos políticos, sociais, fiscais, de produção econômica e tudo mais que possa interferir na estabilidade financeira de um país. O índice é utilizado para identificar a probabilidade de uma nação deixar de honrar os seus compromissos.

Fatores como instabilidade política, problemas econômicos e incertezas regulatórias são componentes que podem aumentar o risco-país, fazendo com que os investidores exijam retornos maiores para compensar esses riscos.

Como medir o risco-país?

O risco-país é calculado pelo Credit Default Swap (CDS) de 5 anos, a fim de medir o risco de calote na contratação de um empréstimo. Quanto mais alto, significa que pior é o resultado.

De maneira que o CDS é um derivativo, e precisa proceder de outro instrumento financeiro, seu lançamento só se dá quando outra operação for firmada. No caso, uma operação de crédito.

Um alto risco-país geralmente implica em maiores taxas de juros para empréstimos internacionais, o que pode desestimular investimentos no exterior.

Algumas outras formas de medir o indicador também podem incluir:

  • Índice EMBI (Emerging Markets Bond Index): criado pelo J.P. Morgan, esse índice mede o spread dos títulos da dívida de países emergentes em relação aos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Um spread maior indica um risco-país maior.

  • Agências de Rating: instituições como Moody’s, Standard & Poor’s (S&P) e Fitch atribuem notas de crédito aos países, que refletem a avaliação da capacidade desses países de honrar suas dívidas. Notas mais baixas indicam maior risco-país.

  • Indicadores Econômicos: análise de variáveis macroeconômicas como taxa de crescimento do PIB, inflação, balança comercial, nível de endividamento público e externo, reservas internacionais e déficit fiscal.

  • Indicadores Políticos: avaliação da estabilidade política, qualidade das instituições governamentais, corrupção, governança e risco de conflitos internos ou externos.

  • Indicadores Sociais: nível de desenvolvimento humano, desigualdade social, desemprego e fatores demográficos.

  • Análise Qualitativa: acompanhamento de notícias, eventos políticos e mudanças nas políticas econômicas que possam impactar a confiança dos investidores.

Qual o risco-país hoje?

O risco-país do Brasil teve a segunda maior alta dentre os integrantes do G20, grupo das 19 maiores economias do mundo mais a União Africana e União Europeia, com uma alta de 33 pontos desde janeiro deste ano. Até o final de junho, o indicador acumulava 166 pontos.

A Argentina lidera os países da América do Sul, em um patamar muito mais elevado do que as demais nações, com 1.133 pontos ao longo do ano, diante da crise econômica que enfrenta.

O patamar atual do risco-país do Brasil é o maior desde novembro de 2023, e o mais elevado de 2024, impulsionado pela incerteza fiscal.

Em 2023, o desempenho do Brasil havia sido positivo, com o recuo de 121 pontos. O cenário favoreceu o início do ciclo de afrouxamento da política monetária, com cortes na taxa Selic em agosto. Porém, parte desse bom resultado foi perdido ao longo de 2024.

O topo do ranking, no entanto, é ocupado por Estados Unidos e Reino Unido, que ganharam, respectivamente, 23 e 8 pontos.

O que influencia o risco-país

 Alguns dos principais pontos que influenciam o risco-país são os seguintes:

  • endividamento e déficit fiscal do governo;
  • nível de arrecadação fiscal;
  • inflação;
  • câmbio excessivamente desvalorizado;
  • instabilidades políticas, que levam à fragilidades sociais e econômicas.

Mudanças frequentes de governo, conflitos internos, corrupção e falta de governança podem aumentar a pontuação, pois geram incertezas sobre a continuidade das políticas econômicas e a segurança dos investimentos.

Reservas cambiais adequadas também ajudam a estabilizar a moeda e a garantir a capacidade do país de honrar suas obrigações internacionais.

Todos esses fatores influenciam no Produto Interno Bruto (PIB) e, consequentemente, no desempenho da economia local. Outros indicadores, como inflação, taxa de desemprego e balança comercial, também são cruciais. Uma economia em crescimento com inflação controlada e baixa taxa de desemprego tende a ter um risco-país menor.

Nesse sentido, quanto maior for o risco-país, maiores as taxas de juros que o país deverá pagar a investidores para conseguir atrair capital. Por sua vez, maior também será o custo da sua dívida quando necessitar de recursos externos para financiar a sua economia.