Olá, Investidor Inteligente! Passadas as festas de final de ano, é hora de nos concentrarmos novamente nos investimentos.
Iniciamos o ano com mais dúvidas do que respostas. Será que 2023 será o ano da renda fixa ou da renda variável?
Após a aprovação do rombo de R$ 200 bi na PEC da Transição, o mercado agora está preocupado como ficarão as contas públicas, a trajetória da dívida e a tão falada “responsabilidade fiscal”.
O Banco BTG Pactual está projetando que, se nada for feito, a dívida pública chegará a 90% do PIB em 2026.
E aqui o governo encontra-se numa sinuca de bico…
Obviamente, reduzir custos e despesas está fora de cogitação, pois isso iria contra o eleitorado e as promessas de campanha.
Então, temos que nos preparar para aumento de impostos, ou, como tem sido ventilado na imprensa, REONERAÇÃO.
Em outras palavras, podemos esperar que os setores beneficiados com reduções fiscais — como os combustíveis — venham a ser tributados novamente.
Se isso ocorrer, de fato, as contas públicas devem melhorar e a trajetória da dívida pode ficar um pouco menos explosiva no curto prazo, acalmando os mercados.
Mas não podemos esquecer que, ao retirar recursos da iniciativa privada, o país, no médio prazo, provavelmente crescerá menos.
Ao drenar recursos para o Estado e retirar das mãos da população, o empreendedorismo, o emprego e a renda tendem a arrefecer.
Mas isso não é um problema para agora.
Com o Brasil tendo problemas em suas contas públicas, os juros naturalmente sobem — ou demoram mais a cair.
E aqui residem outros dois problemas:
- Como que o governo reduzirá juros se o Banco Central (ainda) é independente e precisa cumprir as metas de inflação?
- Com as contas públicas se deteriorando, como reduzir juros sem que um aumento de impostos reduza ainda mais as expectativas de crescimento para 2023?
Para ilustrar o problema, veja alguns gráficos:
As expectativas do IPCA vêm subindo semana após semana…
O dólar também, semana após semana, subindo…
E, com tudo isso, o mercado passa a exigir mais juros (Selic):
Os juros de 2023 já estão bem comprometidos.
Para você ter ideia, no meio de 2022, as estimativas eram de Selic terminal em 2023 abaixo de 11%; agora, já apontam acima de 12%.
“Bom, Denys, mas o que tudo isso tem a ver com renda fixa ou renda variável?”
Tudo a ver…
Basicamente, a solução — ou não — do problema acima irá definir o “cavalo campeão do ano”.
Se o governo se mostrar responsável fiscalmente, com âncora fiscal suficientemente robusta para “apagar” a mancha deixada pela PEC da Transição: é bolsa para cima.
Se o governo fizer o oposto, ou não fizer nada convincente: é renda fixa na cabeça.
E temos que reconhecer que ambos os oponentes são fortes.
Com a Selic em 13,75% a.a., não está difícil encontrar investimentos seguros com rendimento acima de 15% a.a.
E, ao mesmo tempo, as ações encontram-se extremamente descontadas.
Veja o gráfico abaixo do indicador P/L (preço sobre lucro) do Bovespa — sem Petrobras e Vale, que distorcem o número em demasia.
Esse gráfico indica quantas vezes de lucro anual são necessários para “pagar” o preço atual da ação:
Quanto mais baixo o P/L, mais baratas estão as ações.
E a nossa bolsa encontra-se com o P/L mais baixo dos últimos 14 anos.
A última vez que esteve tão barata foi na crise do Subprime, em 2008.
Gostaria de compartilhar com você a Carta da Gestão da Sharp Capital (janeiro de 2023).
O texto — que pode ser lido na íntegra aqui — é muito bem escrito e traz bons ensinamentos de economia e gestão de ativos.
Nessa carta, há um cálculo na página 7 que revela o seguinte:
Se o P/L da ação for superior a 9,9x, o rendimento não compensará o que hoje pode ser obtido na renda fixa, com menor risco.
Isso mostra que os juros altos da renda fixa impedem que a bolsa ande. O adversário das ações está forte!
E aqui vai uma oportunidade para quem quer aproveitar os altos juros da renda fixa.
A EQI Asset estruturou um fundo fechado de renda fixa, com alta segurança de crédito, com rendimento de CDI+3,6% a.a.
Isso dá quase 18% ao ano, no CDI atual.
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Voltando…
E aí, o governo vai nos ajudar nessa ou não?
Pelo sim e pelo não, o que você, Investidor Inteligente, pode fazer?
O fato é que ninguém sabe o que irá acontecer.
E também é fato que todo ano é um ano de incerteza e um possível ano de viradas nas expectativas.
Havíamos entrado em 2016, por exemplo, no auge da crise política, extremamente pessimistas.
O impeachment, em janeiro, parecia que tinha “dado água”; e o Brasil parecia mergulhar num caos ainda maior.
Deu dezembro e a nossa bolsa havia subido quase 40%, com o desenrolar de tudo o que aconteceu e que você já sabe.
Outro exemplo: vindo de um 2019 glorioso (em rendimentos), entramos em janeiro de 2020 com uma expectativa extremamente otimista!
As reformas estavam acontecendo, a economia se recuperando… o Brasil iria voar!
Só que não.
Poucas semanas depois, nos deparamos com uma crise sanitária que mudou o curso da história!
E assim é a vida no mundo dos investimentos… As decisões nunca são fáceis, pois o jogo muda.
“No Brasil, até o passado é incerto, imagine o futuro”.
Essa frase atribuída ao ex-ministro da Fazenda Pedro Malan resume tudo.
Inclusive, quero convidar você a assistir uma live em que falamos sobre:
1) os problemas com as projeções de mercado;
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Por Denys Wiese, head de renda fixa da EQI Investimentos.