Com a escalada nos preços dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou, na tarde da última segunda-feira (28), a saída do general Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras (PETR3; PETR4). Em seu lugar, deve entrar o economista Adriano Pires de Andrade, sócio-diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
O nome de Adriano Pires é bem avaliado no mercado, pois ele tem mais de 40 anos de experiência na área e defende a manutenção da paridade de preços do petróleo com o mercado internacional.
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Quem é Adriano Pires?
Adriano Pires é formado em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no ano de 1980. Três anos depois, ele concluiu o mestrado em Planejamento Energético pela COPPE (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia), que pertence à mesma universidade em que ele se formou.
No final dos anos 1980, Pires fez um doutorado na França em economia industrial pela Universidade de Paris XIII.
Por conta do seu nível acadêmico, Adriano Pires foi professor adjunto do Programa de Planejamento Energético da UFRJ, exercendo as funções de pesquisador e consultor junto a empresas e entidades internacionais, como a Unesco, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e a Unicamp.
O próximo presidente da Petrobras também tem experiência na área política. Ele foi nomeado em 2001, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), para atuar como diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP).
Atualmente, Pires é diretor-fundador do CBIE e atua coordenando projetos e estudos para a indústria de gás natural, a política nacional de combustíveis, o mercado de derivados de petróleo e gás natural.
Posicionamento do novo presidente da Petrobras
Apesar das cobranças dos políticos sobre os aumentos nos preços dos combustíveis, Adriano Pires defende a manutenção da paridade dos preços praticados no mercado interno com o internacional. Inclusive, ele é um defensor histórico dessa política.
Pires já afirmou que a alta do petróleo pode ser favorável para o Brasil, uma vez que o país é um grande produtor e exportador do ouro negro. O futuro presidente da Petrobras relatou que um petróleo mais caro deve aumentar a arrecadação dos estados, municípios e governo federal.
Na ocasião, ele comparou a situação brasileira com a Arábia Saudita. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, ele disse que os sauditas preferem um barril de petróleo a US$ 200 do que a US$ 50 e, assim, deve ser a posição do Brasil.
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Deste modo, a política atual de negociar de acordo com a cotação do dólar e do barril do petróleo não deve ser alterada com a sua nomeação.
Contudo, Pires defendeu recentemente a criação de um fundo de estabilização para evitar repasses de preços ao consumidor nos momentos de forte valorização do petróleo, como acontece atualmente por conta da Guerra na Ucrânia.
Ele explica que o fundo não irá resolver o problema do aumento do preço dos combustíveis, mas deve ajudar com a diminuição da volatilidade da commodity. Com isso, a tendência é a redução temporária nos preços.
Além disso, Pires defende usar parte do aumento da arrecadação para fomentar políticas públicas para públicos específicos, que são mais afetados pela alta dos combustíveis. Logo, o governo federal deve criar programas sociais para subsidiar as tarifas do transporte urbano, dar um auxílio aos caminhoneiros autônomos e aumentar o número de famílias beneficiadas com o auxílio-gás.