Adriano Pires desistiu, de forma definitiva, de ocupar a presidência da Petrobras (PETR3; PETR4). O consultor e economista comunicou sua decisão em carta. Mais cedo, foi divulgado um relatório da diretoria da petrolífera no qual dizia ocorrer possível conflito de interesse de Pires com a estatal.
A desistência do economista foi oficializada em carta enviada ao Ministério de Minas e Energia. No comunicado, Pires alegou que não havia como manter o cargo na presidência da petroleira enquanto seu filho permaneceria à frente do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), entidade fundada por ele.
“Ficou claro pra mim que não poderia conciliar meu trabalho de consultor com o exercício da Presidência da Petrobras. Iniciei imediatamente os procedimentos para me desligar do CBIE, consultoria que fundei há 20 anos e hoje dirijo em sociedade com meu filho. Ao longo do processo, porém, percebi que infelizmente não tenho condições de fazê-lo em tão pouco tempo”, escreveu ele, em um trecho na carta.
Mais cedo, segundo a informação do O Globo, o Comitê de Pessoas da Petrobras havia divulgado dois pareces contrários às nomeações de Pires e Rodolfo Landim, que renunciou ao cargo do presidente do Conselho Administrativo.
A notícia diz que os dois foram comunicados desses documentos e, por isso, optaram por não ocupar as funções. Caso decidissem permanecer, poderiam ser vetados pela própria empresa.
O Comitê de Pessoas da Petrobras se reuniria na terça-feira (5) para deliberar sobre as nomeações. O aval desse colegiado era necessário para que Pires e Landim pudessem assumir os cargos.
O que dizem os pareceres contrários?
Os documentos são alusivos a uma investigação conhecida internamente como Background Check de Integridade (BCI). Trata-se de uma metodologia “de suporte à tomada de decisão, que visa aumentar a qualidade nas nomeações, por meio de um processo de análise de integridade dos candidatos indicados”.
A legislação diz que o CBIE, presidido por ele, não pode ser comandado por Pedro Rodrigues Pires, seu filho, atual sócio-diretor da companhia. Isso porque a consultoria prestou serviços para diversas empresas do segmento energético, algo proibido pela Lei 13.303/2016 – Lei das Estatais.
Apesar da informação que Pires abriu mão da presidência da Petrobras, o Ministério de Minas e Energia disse em nota que o Palácio do Planalto não recebeu ainda nenhum comunicado do consultor sobre sua decisão. De acordo com o portal Poder360, o governo trabalha para manter a indicação.