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PIB brasileiro deve cair 9,2% este ano, aponta Cepal

PIB brasileiro deve cair 9,2% este ano, aponta Cepal

Maior economia da América Latina, o Brasil deve amargar um recuo de 9,2% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, aponta estimativa divulgada, nessa terça-feira (28) pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal).

Trata-se do quarto pior resultado da região, atrás apenas da Venezuela (-26%), do Peru (-13%) e da Argentina (-10,5%).

Já a América Latina deve apresentar queda de 9,1% – bem acima da previsão de abril, com recuo de 5,3% – e o dobro da mundial (-5,2%).

Vilania pandêmica

Em todas as avaliações, o fator determinante do retrocesso econômico é a crise provocada pela pandemia da Covid-19.

A sequela social da crise também fica clara na pesquisa da Cepal.

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44 milhões de desocupados

Até o final de 2020, o número de desocupados no Brasil deve chegar a 44 milhões de pessoas, fazendo com que a faixa de pessoas na pobreza aumente de 19,2% para 26,9% da população – o terceiro maior da América Latina, enquanto os de pobreza extrema passarão de 14,3% a 16,8%.

Ao mesmo tempo, a participação brasileira no número de desocupados da região também deverá crescer este ano, passando de 8,1%, em 2019 para 13,5%.

Novamente, Peru (-9,3 pontos percentuais) e Argentina (-10,8 pontos percentuais) respondem pelos piores resultados da região.

Índice de Gini retrai

Outro indicador importante, o Índice de Gini – que mede a desigualdade social – também aprofundou o declínio, aumentando de 5% para 5,9%, patamar semelhante ao do Chile, El Salvador e México. Piores nesse quesito ficaram Peru, Argentina e Equador.

A secretária-executiva da Cepal, Alícia Bárcena, observa que “a vulnerabilidade está presente em 80% da população da região, com forte deterioração dos estratos médios”.

Classe média derrete

Em consequência, ela calcula que “mais de 33 milhões de pessoas vão passar da classe média às classes mais baixas”.

Medidas expansivas

Como contribuição para reverter esse quadro de agravamento social, a Cepal sugere medidas econômicas “expansivas e sustentadas no tempo, mediante a condução integrada das políticas macroeconômicas e sociais”.

Num primeiro momento, a solução, para a Cepal, é a criação da renda básica de emergência, que deve ser mantida nos próximos meses, a exemplo do auxílio emergencial adotado no Brasil.

Auxílio de emergência

Mais especificamente, a Cepal defende a necessidade de que o auxílio de emergência, em valor equivalente à linha da pobreza (US$ 143) por seis meses, ao custo de 2% do PIB.

A comissão sugere, ainda, um auxílio-extra, para atendimento à pobreza extrema, de  US$ 67 por mês, o equivaleria a uma despesa global de US$ 27 bilhões ou 0,52% do PIB latino-americano.

Combinação de programas

Para mitigar esse impacto, a Cepal propõe uma combinação de programas sociais com produtivos, que inclua a concessão de subsídios às micro e pequenas empresas, acompanhados de financiamento com prazos mais dilatados.

Para executar essas medidas, condicionou Alícia Bárcena, os países latino-americanos e caribenhos precisam empregar “políticas fiscais expansivas, que incluam gasto estruturais, não conjunturais”.

 

*Com Agência Brasil