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Petrobras (PETR3 PETR4) tem maior lucro da história após venda de ativos

Petrobras (PETR3 PETR4) tem maior lucro da história após venda de ativos

A Petrobras (PETR3 PETR4) registrou um lucro líquido recorrente dos acionistas de R$ 12,926 bilhões no balanço do quarto trimestre do ano passado, cifra 74,2% superior à reportada no mesmo intervalo de 2018.

Segundo a petroleira, o lucro líquido atribuído aos acionistas somou R$ 8,153 bilhões, montante 3,8 vezes superior ao do mesmo intervalo de 2018, neste critério, de R$ 2,102 bilhões.

No ano, o lucro recorrente atingiu R$ 36,954 bilhões, uma alta de 0,51%, enquanto o lucro desconsiderando os efeitos somou R$ 40,137 bilhões (+55,7%).

“Pagamos aos governos em royalties, impostos e bônus de assinatura o valor total de R$ 246 bilhões, também recorde histórico, e que consolida a posição da companhia como maior contribuinte do Brasil”, informou.

Recorde

De acordo com a empresa, o lucro líquido contábil de R$ 40 bilhões foi o maior da história, mesmo diante da queda dos preços médios do petróleo de US$ 71 por barril em 2018 para US$ 64.

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Esse desempenho foi resultado, principalmente, do resultado do ganho de capital sobre desinvestimentos (principalmente TAG, BR Distribuidora e ativos de E&P).

Tal desempenho, entretanto, foi parcialmente compensado por maiores despesas financeiras com gerenciamento da dívida no mercado de capitais, maior impairment e menores preços do Brent.

No quarto trimestre, houve uma melhora de 39% no resultado financeiro, devido à redução na atividade de recompra de bonds no período. As despesas financeiras continuaram diminuindo, como resultado da redução contínua da dívida

O desempenho da empresa, no critério de lucro líquido atribuído aos acionistas, ficou abaixo das projeções de analistas consultados pelo Broadcast (R$ 8,7 bilhões) e pelo Valor Econômico (R$ 9,3 bi).

Proventos

A remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos e JCP, em 2019, foi no valor de R$ 10,6 bilhões, equivalente a R$ 0,73 por ação ordinária e R$ 0,92 por ação preferencial em circulação.

Ebitda

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado recorrente somou R$ 37,242 bilhões, alta de 20,8%. Já o Ebitda ajustado atingiu R$ 36,529 bilhões – aumento de 25,2%.

No ano, o Ebitda ajustado recorrente atingiu R$ 134,696 bilhões, aumento de 9,3%, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 12,5%, para R$ 129,249 bilhões.

Em relação a 2019, o Ebitda avançou devido a redução dos custos de produção (R$ 11,4 bilhões), menores contingências (R$ 2,5 bilhões) e adoção do IFRS16 (R$ 17,2 bilhões).

“Esse resultado positivo foi parcialmente compensado pelo aumento das despesas de abandono (R$ 3 bilhões), aumento das despesas de vendas (R$ 3,8 bilhões) e pela redução das margens dos derivados.”

Dívida

A dívida líquida da Petrobras encerrou o quarto trimestre em US$ 78,861 bilhões, aumento de 13,67%.

Já a dívida líquida excluindo os efeitos do IFRS 16 atingiu US$ 55,000 bilhões, retração de 20,51%.

Dessa forma, a alavancagem ficou em 2,46 vezes, ante 2,34 vezes de um ano antes e 2,58 vezes do final de setembro.

No entanto, a alavancagem excluindo os efeitos do IFRS 16 atingiu 1,99 vez, ante 2,34 vezes de um ano antes.

Operacional

As receitas líquidas caíram 2,6% em 2019, apesar do aumento expressivo das exportações de óleo e derivados e do aumento de receita de gás natural, por conta da redução de 2% do Brent em reais, o menor volume de derivados vendidos a preços menores, com destaque para gasolina e nafta.

‘Também contribuíram para a queda nas receitas a redução da receita das unidades no exterior, refletindo a venda dos ativos de E&P na Petrobras America, distribuidora no Paraguai e refinaria de Pasadena”, informou.

Em termos da composição da receita de vendas, a empresa informou que o diesel continua sendo o produto mais relevante, representando 48% das receitas com vendas de derivados no mercado interno, seguido da gasolina, com 22% das vendas.

Despesas

As despesas com vendas, gerais e administrativas somaram R$ 26,114 bilhões, um aumento de 18,2%.

Entretanto, segundo a empresa, em 2019, houve uma “grande redução das despesas operacionais devido ao ganho com alienação de ativos, de R$ 25,7 bilhões, principalmente pela TAG e ativos de E&P”.

Além disso, a petroleira destaca que essas reduções foram “compensadas por um maior impairment, principalmente no quarto trimestre, e aumento de despesas com vendas, devido ao pagamento de tarifas para o uso do gasoduto da TAG (R$ 3 bilhões)”.

Outras despesas ressaltadas foram os maiores gastos logísticos com exportações, aumento dos custos de frete e desvalorização do real frente ao dólar.

O aumento na linha de despesas gerais e administrativas se deveu a reclassificações internas de gastos, acrescentou. Excluindo esse efeito, tais despesas teriam caído cerca de R$ 100 milhões.

Já as despesas relativas a impairment, usualmente concentradas no quarto trimestre, aumentaram 279% devido principalmente à revisão das premissas do novo plano estratégico, bem como ao adiamento do investimento no segundo trem da RNEST e cancelamento da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN III).

Produção

A empresa registrou  produção recorde de 3,025 milhões de barris de óleo equivalente por dia (MMboed) no quarto trimestre.

Esse total, porém, não foi totalmente traduzido em receita, pois 7,5 milhões de barris do óleo permaneceram como estoque e estão classificados como exportação em andamento.

Nas vendas ao exterior, a China segue sendo o principal destino das nossas exportações de petróleo, seguida dos EUA e Chile.

Já na exportação de derivados houve um forte crescimento para Singapura em detrimento dos Estados Unidos no quarto trimestre.

Custos

No quarto trimestre do ano passado, os custos dos produtos vendidos (CPV) totalizaram R$ 44,7 bilhões, uma redução de 5% em relação ao terceiro trimestre. Isso ocorreu mesmo com a subida do preço do Brent.

A queda nos custos, acrescentou a empresa, foi evidenciada pelo menor custo de extração de petróleo no trimestre, quando houve redução de 15%, alcançando US$ 8,2/boe, devido ao aumento do pré-sal no mix.

Além disso, houve menor participação do petróleo importado na carga processada, associado ao giro do estoque no Refino, com realização de menores custos no quarto trimestre.

“Por outro lado, houve aumento nas participações governamentais, como resultado do aumento da produção de óleo e gás.”

Investimentos

Em 2019, os investimentos totalizaram US$ 27,4 bilhões, sendo US$ 10,7 bilhões sem bônus exploratórios, em linha com a meta de US$ 10 a 11 bilhões, divulgada segundo trimestre.

Os investimentos no quarto trimestre totalizaram US$ 3,2 bilhões, sendo aproximadamente 70% correspondentes a investimentos de capital.

O incremento no quarto trimestre foi de aproximadamente 24% em comparação ao terceiro trimestre, no segmento de E&P deve-se principalmente por maiores gastos na construção de poços exploratórios.