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Onde investir no segundo semestre: Bolsa, tarifas e impactos para o Brasil
Oferecido porEQI Research

Onde investir no segundo semestre: Bolsa, tarifas e impactos para o Brasil

Após um primeiro semestre de 2025 marcado pela forte reprecificação dos ativos e redução dos prêmios de risco, investidores se perguntam onde investir no segundo semestre em meio a um cenário de juros elevados, inflação resistente e incertezas fiscais.

Essa foi a principal mensagem da live conduzida por Carolina Borges, Nicolas Merola e João Neves, analistas da EQI Research, que trouxeram uma análise aprofundada do cenário atual e orientações práticas sobre como ajustar as carteiras com mais estratégia e menos impulso nos meses que vêm pela frente.

“O investidor que estava bem posicionado no início do ano colheu bons frutos. Agora, é o momento de mais seletividade e foco em ativos que ofereçam proteção e carrego”, resume Carolina Borges, head de fundos imobiliários da EQI.

De onde viemos: pessimismo exagerado, reprecificação acelerada

O primeiro semestre começou com um tom de grande pessimismo, impulsionado por expectativas fiscais desancoradas e projeções inflacionárias acima da meta. Essa percepção elevou os juros e depreciou ativos, criando um ambiente de oportunidades em papéis de renda fixa e fundos imobiliários descontados.

“Parecia que o Brasil estava caminhando para o buraco. Mas, com o tempo, vimos que não era bem assim, e os ativos se ajustaram rapidamente”, explica João Neves, analista de renda fixa. Segundo ele, o que houve foi uma forte compressão do prêmio de risco, especialmente nos títulos prefixados.

Apesar da melhora nas perspectivas, os fundamentos econômicos não acompanharam na mesma velocidade. “Os dados macro não mostraram uma recuperação proporcional à valorização dos ativos. Isso muda a nossa forma de alocar daqui para frente”, acrescenta Neves.

Onde investir no segundo semestre: o que muda na renda fixa

A renda fixa teve um semestre expressivo, com destaque para os títulos prefixados, que surfaram a onda de fechamento da curva de juros. No entanto, com a inflação voltando ao radar e a sinalização de que os juros permanecerão altos por mais tempo, a EQI passa a recomendar maior exposição a títulos atrelados ao IPCA+.

“Os prefixados tiveram um ótimo desempenho, mas agora o risco inflacionário é mais claro. Os papéis IPCA+ protegem melhor o patrimônio e ainda oferecem um bom carrego”, alerta João Neves. Ele lembra que esses ativos carregam menor volatilidade diante de cenários adversos de inflação.

Já o crédito privado, embora também tenha se beneficiado da redução dos spreads, exige atenção redobrada. “Hoje, o investidor pode estar correndo um risco alto por uma remuneração muito pequena”, afirma Neves. Ele destaca que os spreads estão comprimidos demais, o que exige uma análise minuciosa das empresas emissoras para evitar perdas desproporcionais.

“Não temos um grande problema de alavancagem nas empresas, mas os prêmios estão tão baixos que qualquer soluço pode assustar quem carrega esses títulos”, pontua.

Fundos imobiliários entram em fase de carrego: seletividade será essencial

Na visão de Carolina Borges, os fundos imobiliários (FIIs) também passaram por uma reprecificação intensa, puxada principalmente pelos fundos de papel (CRI) e pelos fundos híbridos multiestratégia. O IFIX encerrou o semestre com alta próxima de 12%, mas a analista reforça que boa parte desse movimento veio da valorização dos títulos da carteira — e não de uma melhora efetiva nos aluguéis ou ocupação.

“Muitos fundos que estavam pressionados por inadimplência, vacância ou alavancagem foram justamente os que mais subiram. Mas isso não foi por melhora de fundamento — foi a curva de juros que ajudou”, explica.

A categoria dos fundos híbridos multiestratégia surpreendeu com uma valorização de 16,5%, mesmo ainda sendo negociada com desconto em relação ao valor patrimonial. Segundo Carolina, essa defasagem se dá porque parte da carteira é composta por ativos ilíquidos, cuja precificação demora mais a ser refletida.

Olhando para frente, ela recomenda atenção ao ritmo de repasse da recuperação econômica para os aluguéis. “A ocupação melhorou, mas os preços ainda não. Há carências e descontos em contratos, principalmente em lajes corporativas. Já os shoppings conseguem repassar a melhora mais rápido via aluguéis variáveis”, afirma.

Os FOFs (fundos de fundos), por sua vez, seguem em processo de transformação. “Já estamos vendo mudanças de mandatos e uma provável migração para estruturas mais modernas, como os fundos multiestratégia”, comenta.

Ações ficam em segundo plano, e foco é carrego com proteção

A renda variável, especialmente no Brasil, segue com incertezas ligadas ao ambiente externo e às turbulências políticas e fiscais domésticas. Por isso, a EQI reduziu a alocação em ações nas carteiras moderadas de 15% para 10%.

“Não é que não haja oportunidades na bolsa, mas hoje a simetria de risco está menos favorável. Com menos prêmio de risco no mercado, é natural que a renda fixa e os FIIs ganhem mais espaço nas carteiras”, afirma Nicolas Merola, analista de renda variável.

A recomendação da casa é que, no curto prazo, o investidor priorize ativos que entreguem rendimento constante e exposição controlada a risco. “Estamos entrando em uma fase de carrego, com menor valorização dos ativos e maior foco nos rendimentos pagos mensalmente”, resume Carolina Borges.

Relatório completo com carteiras e recomendações já está disponível

O relatório completo da EQI Research, com as carteiras recomendadas para o segundo semestre, já está disponível na plataforma EQI+. O material traz recomendações atualizadas para ações, renda fixa, crédito privado e fundos imobiliários, além de análises sobre os impactos recentes da nova tarifa imposta pelos Estados Unidos.

“A estratégia agora é buscar equilíbrio: preservar o patrimônio, capturar carrego e se preparar para uma eventual nova fase de valorização mais adiante”, conclui Carolina.

Para baixar, clique no botão abaixo.