Existe uma categoria de título de renda fixa que pode ser considerado de alto grau de risco. Tratam-se dos papéis high yield. Eles são emitidos por empresas e governos em situação financeira “não tão boa”, ou então os emissores ficam sediados em países de alto risco de crédito. Investir nesses papéis significa correr mais risco, mas também pode trazer maiores retornos.
Este artigo esmiúça essa questão com grande precisão. Ao ler o texto, você entenderá o conceito em torno do tema. Saberá o que leva um título a ser considerado como sendo high yield e conhecerá as principais características desse tipo de investimento.
Preparado para a leitura? Então prossiga!
O que é um investimento high yield?
Resumidamente, um título pode ser considerado high yield quando seu risco é elevado. Claro que existem outras considerações, mas essa é a principal delas.
Papéis high yield são ativos do mercado de renda fixa e podem ser emitidos por empresas privadas ou por governos. No primeiro caso, temos a classe de papéis de crédito privado, enquanto o segundo se tratam de dívida pública.
Na prática, um título dessa modalidade tem uma expectativa de retorno maior que outros papéis. Isso se dá pelo risco mais elevado, já que a relação risco retorno é sempre inversamente proporcional.
Existem diversas situações nas quais um investimento pode ser chamado high yield. Pode ser que a empresa ou governo emissor esteja altamente endividado. Ou até mesmo uma empresa em início de carreira.
Bancos pequenos também podem entrar nessa lista, desde que seus indicadores apontem alto risco de calote ao final do período de rendimento do papel.
Isso aumenta muito o risco de crédito do papel, ou seja, não se tem tanta certeza se o compromisso de pagamento futuro será honrado.
Como forma de captar o recurso por meio da emissão, as empresas aumentam a remuneração para fazer valor o risco que o investidor corre ao colocar seu dinheiro em um papel desse tipo.
De que forma um título é considerado como high yield?
Para um título ser considerado como high yield ele precisa ser classificado como tal. Isso não acontece de forma direta, ou seja, não existe um “selo” que precisa ser colado em um papel para indicá-lo como tal.
Dessa forma, o que ocorre é uma interpretação e isso tem início com uma nota de rating atribuída ao título.
Quem faz isso é uma agência de classificação de risco e o mercado costuma considerar três opiniões como importantes nesse segmento.
Basicamente, podemos citar a Standard & Poor’s, Fitch e Moddy’s como as principais agências existentes no mundo. E os títulos high yield são aqueles que possuem notas não tão altas assim.
Por exemplo, todos os papéis com nota abaixo de BBB na S&P são considerados como high yield. Já em relação à Moody’s, a nota precisa ficar abaixo de Baa.
Para que uma nota como essa seja atribuída a um título, as agências classificadoras consideram uma série de fatores. Entre eles, podemos apontar os indicadores financeiros (se foram ruins, logicamente) e o risco de crédito.
Outro atributo interessante de comentar é a localização da empresa emissora do papel. Se ela estiver sediada em um país com alto risco, seu título pode ser mal classificado, mesmo que seus indicadores sejam bons.
Quais são as características de um título high yield?
Acompanhe a seguir os principais atributos de um investimento considerado high yield. Confira!
Pouca liquidez
Um dos aspectos ruins dos papéis high yield é sua baixa liquidez. Isso significa que não há um grande mercado de compra e venda desses títulos que possa garantir uma rápida saída, caso o investidor assim deseje.
Isso decorre justamente do fato de não se tratar de um título muito confiável, que seja objeto de desejo dos investidores em geral. Como seu risco é alto, muitas vezes o capital tende a se afastar dessas aplicações.
Dessa forma, pode ser trazido um grande inconveniente para quem adquire um papel desses: ficar preso no investimento. Como não há compradores suficientes, é possível que o dinheiro possa não ser resgatado.
Em uma última análise, na necessidade urgente de resgatar o capital outrora investido, o investidor pode ter que aceitar um valor bem abaixo daquele pago inicialmente. Isso pode tornar a aplicação com um baixo retorno.
Maior risco
Conforme já dito, essa é a principal característica dos títulos high yield. As empresas que emitem esses papéis não são tão sólidas no mercado, ou apresentam indicadores ruins no momento.
Tudo isso aumenta consideravelmente o risco de que haja calote quando do pagamento dos rendimentos do período.
Essa é a razão que torna um papel desse tipo mais arriscado.
No entanto, uma consideração precisa ser feita: em caso de crash total, os títulos high yield têm preferência no pagamento em uma eventual liquidação dos ativos da empresa.
Essa vantagem ocorre sobre as ações da companhia, por exemplo. Assim, em caso de falência ou outro problema grave, os papéis high yield ficam na frente na fila pelo recebimento do recurso investido.
Rendimento acima da média
Como a lei do mercado de risco e retorno sempre está presente, é normal esperar que esses título tenham um rendimento acima da média do mercado, quando comparado com outros papéis de mesma categoria.
Esse é o “prêmio” pago por quem aloca seu dinheiro em um investimento desse tipo. Olhando desse ponto de vista, pode ser interessante ter bons rendimentos já que se trata de um papel de renda fixa.
A despeito do risco corrido, o investidor pode sim ter um bom retorno. O importante é olhar para a carteira como um todo e fazer uma boa gestão de risco.
Logicamente não será todo o patrimônio que deve ser alocado em títulos assim. Mas dependendo do montante que o investidor possui, investir uma porcentagem pode valer o risco embutido no papel.
Se não fosse assim, esses títulos não existiriam. No entanto, eles estão aí por toda a parte dentro do mercado financeiro.
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