A essa altura do campeonato, é improvável que algum setor do mercado tenha ficado imune à pandemia.
Dessa maneira, o mercado de luxo também foi afetado e está buscando caminhos para se adequar à nova realidade.
Em reportagem, o jornal britânico Financial Times fez um denso relato da atual realidade do mercado de grifes.
Uma das primeiras adaptações se deram nos espaços físicos, onde as lojas com os seus produtos de luxo dividem espaço com máscaras e álcool gel.
Todavia, é outra questão preocupa marcas com Dior, Chanel, Gucci e Louis Vuitton: o sumiço dos clientes e os pedidos de reembolsos.

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Mercado asiático
Ainda que algumas capitais europeias, tais como Paris, Roma e Milão estejam voltando à vida, os principais clientes ainda não retornaram.
Trata-se dos turistas chineses que, de acordo com o FT, são responsáveis por dois terços das vendas do setor de luxo na Europa.
Dessa maneira, o principal temor das grifes é que, o retorno da clientela chinesa faça parte de um horizonte ainda longínquo.
Remo Ruffini, presidente e executivo-chefe da marca italiana de luxo Moncler, espera que o impacto da pandemia traga mudanças necessárias ao setor.
“A normalidade no momento permanece no horizonte distante. Quando os negócios como de costume não são possíveis, é o momento perfeito para reformular”, disse Ruffini ao FT.

O trabalho físico
Assim como tem ocorrido em vários setores do mercado, a venda dos produtos de luxo também deve se dar pela internet.
Porém, Ruffini atenta para uma realidade do mercado de grifes: como digitalizar as passarelas, o trabalho coletivo de costura. Eis um desafio.
Algumas grifes já estudam desfiles on-line e transmitido ao vido para a próxima temporada.
De acordo com Luca Solca, analista da Bernstein, uma prioridade das principais marcas de luxo será a venda de ações.
O analista prevê “a mãe de todas as vendas no final da temporada”.
Analistas das principais corretoras alertam para transformações inevitáveis.
O mercado de luxo terá de se adaptar às vendas online e com desconto, prática incomum neste setor.
De acordo com o FT, uma pesquisa realizada pela McKinsey com mil consumidores de produtos de grife nos EUA e Europa revelou que, 24% havia feitas compras online pela primeira vez.
Dentro do universo dos entrevistados, 76% classificaram como positiva a experiência da compra por meio digitais.
Por fim, o levantamento aponta que, até 2025 as vendas on-line representam 30%.

Grifes do mercado de luxo
Luxo da Europa para a Ásia
De acordo com relatório do HSBC, as vendas do setor de luxo podem cair, ainda esse ano, 17%.
A Bain & Company prevê que essa queda pode chegar a 30%.
Em sentido contrário, a Moncler, LVMH e Jering relataram forte demanda da China.
Todavia, o presidente da Richemont tem alertado para “graves consequências econômicas” que podem se arrastar por três anos.
De acordo com Erwan Ramboug, analista do HSBC, a pandemia vai impor uma transformação às lojas físicas.
Por fim, Ramboug afirma que o número de lojas físicas deve diminuir consideravelmente na Europa e aumentar na China.

Mercado de luxo
O futuro do mercado de luxo
A consultoria Bain & Company afirma que, uma recuperação para os níveis de 2019 não vai acontecer até 2022/23.
Dessa maneira, a recuperação econômica do mercado de luxo deve ser gradual e, provavelmente em 2025, atinja a marca de € 320 e 330 bilhões.
Porém, tudo depende das respostas dos players de luxo e a capacidade de transformar o setor.
Segundo a Bain, a China continental deve representar 28% do mercado de luxo até 2025, ante 11% em 2019.
A consultoria reforça a visão de outros analistas: o mercado on-line.
Até 2025 as vendas on-line devem responder por 30%, isso por conta das gerações Y e Z, maioria do mercado de luxo.
Por fim, a consultoria afirma em seu relatório que, as grifes que melhor souberem ler o momento atual e ainda assim manter a sua originalidade, manterão a sua história individual e garantirão um lugar no mercado.
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