Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Muita exposição em renda variável: como se posicionar corretamente?

Muita exposição em renda variável: como se posicionar corretamente?

Quem decide investir em um mercado volátil como a bolsa de valores, sabe que é preciso construir uma boa estratégia de atuação. Daí surge a questão sobre como se posicionar em exposição em renda variável.

Dessa forma, ter fundamentos técnicos é uma premissa para obter ganhos. Ainda mais quando falamos em um ano com tantas incertezas como 2022.

Mas, indo além da antecipação aos altos e baixos da bolsa, para ter o melhor desempenho no âmbito dos investimentos, é preciso distribuir o capital de modo inteligente, evitando “pesar a mão” em um único mercado. 

Então, como o investidor pode evitar ter muita exposição em renda variável e posicionar corretamente seus investimentos, respeitando o seu perfil? 

Veja quais são as recomendações dos especialistas!

Como saber se estou com muita exposição em renda variável?

Quem ainda é um investidor iniciante, tem muitas dúvidas na hora de identificar oportunidades no mercado, em especial na bolsa de valores.

Esse é um comportamento perfeitamente compreensível, dentro de uma jornada pela qual a grande maioria dos investidores passa. 

A verdade é que, muitas vezes, a falta de experiência somada à desinformação podem causar insegurança e até angústia na hora de comprar e manter posições, induzindo o investidor ao erro.

“Nós temos a tendência de comprar mais, tomar mais risco cada vez que as ações sobem. Conforme as ações sobem, você fica com um sentimento ruim de que não aproveitou e fala ‘poxa, eu sou o único que não está ficando multimilionário’. Mas, é justamente o contrário que você deveria estar fazendo. Cada vez que a ação sobe, você deveria estar vendendo. E cada vez que cai, deveria estar comprando”, explica Juliano Custodio, CEO da EQI Investimentos.

Quais os sinais de quem está com muita exposição na bolsa?

“Todo mundo que não tem experiência na bolsa acaba cometendo esse erro: comprar caro e vender barato. Faz parte da psicologia humana”, explicam Denys Wiese, assessor, co-fundador da EQI Investimentos e Head de Renda Fixa e Valter Manfro, sócio da EQI e Head de Produtos Estruturados.

Para exemplificar a variação do comportamento padrão de um investidor inexperiente, a dupla de assessores comenta o gráfico abaixo: 

Como funciona o cérebro do investidor que está com excesso de renda variável:

 

trader feliz

Reprodução/EQI

Entendendo como o investidor sem experiência se comporta na bolsa de valores

Observando cada uma das posições do gráfico acima, o comportamento do investidor sem experiência na bolsa varia da seguinte forma:

  • 1. Notícias sobre a alta da Bolsa de Valores atrai o interesse do futuro investidor;
  • 2. Futuro investidor decide comprar na “próxima oportunidade”;
  • 3. Mesmo com a bolsa em alta, o interessado decide comprar;
  • 4. Bolsa se mantém em alta e o investidor tem sentimento de que a compra valeu a pena;
  • 5. Entusiasmo impulsiona a decisão por aumentar em demasia a posição;
  • 6. Tendência de queda é superior ao esperado e o investidor se sente inseguro;
  • 7. Ao perder cerca de 40 a 50% da posição, com capital muito acima de seu perfil de risco, o investidor tenta se confortar e se “convence” de que o investimento seria para longo prazo;
  • 8. Notícias ruins sobre a bolsa somadas à insegurança do investidor motivam a venda das ações na baixa do mercado;
  • 9. Queda se acentua e investidor sente alívio pela venda das posições;
  • 10. Bolsa começa uma nova tendência de alta, surpreendendo o investidor;
  • 11. Alta permanece surpreendendo ainda mais o investidor;
  • 12. Investidor volta a ter confiança;
  • 13. Manutenção da alta incentiva planos de voltar a comprar posições.

“É importante destacar que o investidor só passa por esse ‘zig e zag’ psicológico quando o dinheiro investido é aquele que ‘machuca’, que faz perder o sono. 

Caso contrário, o investidor não sente esses altos e baixos”, reforça a dupla de assessores da EQI.

E como é possível evitar as angústias do sobe e desce do mercado?

“Não pese a mão na renda variável”

“Gostamos sempre de dizer para o investidor não ‘pesar’ a mão em demasia na renda variável. Ela pode dar muito retorno, mas é bom deixá-la do tamanho certo. 

Ouvir os ‘gurus’ do mercado pode fazer o investidor exagerar em renda variável. Eles aparecem em momento de alta e costumam dar ‘certezas’ sobre os rumos do mercado.

Muitas vezes, induzem os ‘desavisados’ a comprarem ações não tão boas, entrando em maus negócios e colocando muito dinheiro em um ativo ruim.

Isso não significa que uma ação que caiu 70% não possa triplicar de preço. A grande questão é o excesso, a confiança que esses falsos gurus dão para o investidor exagerar a mão”, comentam os dois especialistas. 

“Respeite sempre a diversificação de ativos”

Essa é a principal dica dos assessores da EQI, Valter Manfro e Denis Wiese.

Afinal, foi-se o tempo em que era suficiente um patrimônio ficar alocado em apenas um mercado.

Até mesmo pela oscilação, alocar o capital de forma variada garante um melhor desempenho, uma vez que a alta de um mercado, compensa a eventual baixa de outro.

Essa é a razão pela qual a diversificação é tão importante em uma carteira de investimentos. 

E para fazer isso da melhor forma possível, é preciso considerar também o perfil de risco do investidor.

Qual a estratégia de distribuição de investimentos para 2022?

De acordo com o perfil investidor, a recomendação de especialistas da EQI Investimentos para distribuição de investimentos em 2022 segue a disposição abaixo:

 

Perfil conservador

Caracterizado por não ter (quase) nenhuma tolerância ao risco; 

Sendo assim, sua carteira concentra todo o seu patrimônio em ativos de renda fixa, sem alocação em outros tipos de mercado.

Perfil moderado

Considera colocar risco em sua carteira, mas de modo bastante controlado.

A alocação de investimentos tem prevalência na renda fixa;

Perfil sofisticado

É o que aceita mais risco na carteira. Com metade de todo seu patrimônio em mercados voláteis.

Por que e quando fazer a alocação?

A estratégia de alocação parte do princípio que o investidor não sabe qual investimento vai ter o maior rendimento no ano. 

Desse modo, o patrimônio é dividido de forma que haja um equilíbrio, permitindo que o investimento que render mais, compense o que render menos na carteira. 

Sempre respeitando seu perfil de investidor – conservador, moderado ou sofisticado (arrojado).

“Não existe o melhor investimento, existe o que teve melhor rendimento em determinado ano. O que é importante, então? 

É colocar um pouco do nosso dinheiro em cada uma das ‘caixinhas’ (modalidades de investimento), sabendo que algumas vão subir e outras vão cair, mas que existem pesos e contrapesos. 

Quando uma classe vai muito bem, outra vai mal. Não tem como acertar tudo”, esclarece o assessor Denis Wiese. 

Para evitar muita exposição na bolsa, rebalanceamento é o segredo, indicam especialistas

O rebalanceamento é a técnica de investimentos que reestabelece os percentuais antigos, depois de grandes distorções.

Rebalancear a carteira é uma estratégia indicada em qualquer ocasião. Ainda mais para quem quer atravessar com relativa tranquilidade o ano agitado de 2022. 

“Você possui um perfil de investidor e uma carteira recomendada para este perfil. O cuidado é manter-se dentro da alocação sugerida”, recomenda o CEO da EQI Investimentos Juliano Custódio. 

“Para um perfil mais agressivo, mais arrojado e mais sofisticado de investidor, a recomendação é ter cerca de 30% dos ativos em renda variável. No entanto, se a bolsa subir, esse porcentual da carteira aumenta. Você, então, deveria vender para voltar aos 30% iniciais”, afirma.

O mesmo acontece se as ações caírem: “Se a bolsa cair 15%, você tem que colocar mais em ações, para manter os 30%. Essa técnica é super tradicional, muito antiga e não tem nada de novidade”, pondera o CEO.

Relevância do rebalanceamento

Além de montar uma carteira com boa alocação e de acordo com o perfil do investidor, é preciso fazer rebalanceamentos de tempos em tempos. 

Por exemplo: imagine que você investiu 10% do seu patrimônio em ações e, em dado momento, as ações caíram muito, 50% para ser exato. Então, a partir daí, as ações passam a responder por 5% do patrimônio. 

A técnica do rebalanceamento diz que você deve vender alguns investimentos que não caíram e investir novamente em ações, de modo a voltar aos 10% originais. 

O oposto também é verdadeiro: se as ações subiram muito, é preciso vender parte delas para ficar com porcentagem correspondente à estratégia desenhada de acordo com o perfil. 

“Ao aplicarmos essa técnica, iremos melhorar a performance em 10% a longo prazo”, afirma Wiese.

Quando é a melhor hora para fazer o rebalanceamento dos investimentos?

“Pelo menos a cada três meses, reavalie sua carteira e não fuja muito da alocação que você determinou lá no seu começo como investidor. Respeite o seu perfil”, finaliza Juliano Custodio.