Quem decide investir em um mercado volátil como a bolsa de valores, sabe que é preciso construir uma boa estratégia de atuação. Daí surge a questão sobre como se posicionar em exposição em renda variável.
Dessa forma, ter fundamentos técnicos é uma premissa para obter ganhos. Ainda mais quando falamos em um ano com tantas incertezas como 2022.
Mas, indo além da antecipação aos altos e baixos da bolsa, para ter o melhor desempenho no âmbito dos investimentos, é preciso distribuir o capital de modo inteligente, evitando “pesar a mão” em um único mercado.
Então, como o investidor pode evitar ter muita exposição em renda variável e posicionar corretamente seus investimentos, respeitando o seu perfil?
Veja quais são as recomendações dos especialistas!
Como saber se estou com muita exposição em renda variável?
Quem ainda é um investidor iniciante, tem muitas dúvidas na hora de identificar oportunidades no mercado, em especial na bolsa de valores.
Esse é um comportamento perfeitamente compreensível, dentro de uma jornada pela qual a grande maioria dos investidores passa.
A verdade é que, muitas vezes, a falta de experiência somada à desinformação podem causar insegurança e até angústia na hora de comprar e manter posições, induzindo o investidor ao erro.
“Nós temos a tendência de comprar mais, tomar mais risco cada vez que as ações sobem. Conforme as ações sobem, você fica com um sentimento ruim de que não aproveitou e fala ‘poxa, eu sou o único que não está ficando multimilionário’. Mas, é justamente o contrário que você deveria estar fazendo. Cada vez que a ação sobe, você deveria estar vendendo. E cada vez que cai, deveria estar comprando”, explica Juliano Custodio, CEO da EQI Investimentos.
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Quais os sinais de quem está com muita exposição na bolsa?
“Todo mundo que não tem experiência na bolsa acaba cometendo esse erro: comprar caro e vender barato. Faz parte da psicologia humana”, explicam Denys Wiese, assessor, co-fundador da EQI Investimentos e Head de Renda Fixa e Valter Manfro, sócio da EQI e Head de Produtos Estruturados.
Para exemplificar a variação do comportamento padrão de um investidor inexperiente, a dupla de assessores comenta o gráfico abaixo:
Como funciona o cérebro do investidor que está com excesso de renda variável:

Reprodução/EQI
Entendendo como o investidor sem experiência se comporta na bolsa de valores
Observando cada uma das posições do gráfico acima, o comportamento do investidor sem experiência na bolsa varia da seguinte forma:
- 1. Notícias sobre a alta da Bolsa de Valores atrai o interesse do futuro investidor;
- 2. Futuro investidor decide comprar na “próxima oportunidade”;
- 3. Mesmo com a bolsa em alta, o interessado decide comprar;
- 4. Bolsa se mantém em alta e o investidor tem sentimento de que a compra valeu a pena;
- 5. Entusiasmo impulsiona a decisão por aumentar em demasia a posição;
- 6. Tendência de queda é superior ao esperado e o investidor se sente inseguro;
- 7. Ao perder cerca de 40 a 50% da posição, com capital muito acima de seu perfil de risco, o investidor tenta se confortar e se “convence” de que o investimento seria para longo prazo;
- 8. Notícias ruins sobre a bolsa somadas à insegurança do investidor motivam a venda das ações na baixa do mercado;
- 9. Queda se acentua e investidor sente alívio pela venda das posições;
- 10. Bolsa começa uma nova tendência de alta, surpreendendo o investidor;
- 11. Alta permanece surpreendendo ainda mais o investidor;
- 12. Investidor volta a ter confiança;
- 13. Manutenção da alta incentiva planos de voltar a comprar posições.
“É importante destacar que o investidor só passa por esse ‘zig e zag’ psicológico quando o dinheiro investido é aquele que ‘machuca’, que faz perder o sono.
Caso contrário, o investidor não sente esses altos e baixos”, reforça a dupla de assessores da EQI.
E como é possível evitar as angústias do sobe e desce do mercado?
“Não pese a mão na renda variável”
“Gostamos sempre de dizer para o investidor não ‘pesar’ a mão em demasia na renda variável. Ela pode dar muito retorno, mas é bom deixá-la do tamanho certo.
Ouvir os ‘gurus’ do mercado pode fazer o investidor exagerar em renda variável. Eles aparecem em momento de alta e costumam dar ‘certezas’ sobre os rumos do mercado.
Muitas vezes, induzem os ‘desavisados’ a comprarem ações não tão boas, entrando em maus negócios e colocando muito dinheiro em um ativo ruim.
Isso não significa que uma ação que caiu 70% não possa triplicar de preço. A grande questão é o excesso, a confiança que esses falsos gurus dão para o investidor exagerar a mão”, comentam os dois especialistas.
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“Respeite sempre a diversificação de ativos”
Essa é a principal dica dos assessores da EQI, Valter Manfro e Denis Wiese.
Afinal, foi-se o tempo em que era suficiente um patrimônio ficar alocado em apenas um mercado.
Até mesmo pela oscilação, alocar o capital de forma variada garante um melhor desempenho, uma vez que a alta de um mercado, compensa a eventual baixa de outro.
Essa é a razão pela qual a diversificação é tão importante em uma carteira de investimentos.
E para fazer isso da melhor forma possível, é preciso considerar também o perfil de risco do investidor.
Qual a estratégia de distribuição de investimentos para 2022?
De acordo com o perfil investidor, a recomendação de especialistas da EQI Investimentos para distribuição de investimentos em 2022 segue a disposição abaixo:
Perfil conservador
Caracterizado por não ter (quase) nenhuma tolerância ao risco;
Sendo assim, sua carteira concentra todo o seu patrimônio em ativos de renda fixa, sem alocação em outros tipos de mercado.
Perfil moderado
Considera colocar risco em sua carteira, mas de modo bastante controlado.
A alocação de investimentos tem prevalência na renda fixa;
Perfil sofisticado
É o que aceita mais risco na carteira. Com metade de todo seu patrimônio em mercados voláteis.
Por que e quando fazer a alocação?
A estratégia de alocação parte do princípio que o investidor não sabe qual investimento vai ter o maior rendimento no ano.
Desse modo, o patrimônio é dividido de forma que haja um equilíbrio, permitindo que o investimento que render mais, compense o que render menos na carteira.
Sempre respeitando seu perfil de investidor – conservador, moderado ou sofisticado (arrojado).
“Não existe o melhor investimento, existe o que teve melhor rendimento em determinado ano. O que é importante, então?
É colocar um pouco do nosso dinheiro em cada uma das ‘caixinhas’ (modalidades de investimento), sabendo que algumas vão subir e outras vão cair, mas que existem pesos e contrapesos.
Quando uma classe vai muito bem, outra vai mal. Não tem como acertar tudo”, esclarece o assessor Denis Wiese.
Para evitar muita exposição na bolsa, rebalanceamento é o segredo, indicam especialistas
O rebalanceamento é a técnica de investimentos que reestabelece os percentuais antigos, depois de grandes distorções.
Rebalancear a carteira é uma estratégia indicada em qualquer ocasião. Ainda mais para quem quer atravessar com relativa tranquilidade o ano agitado de 2022.
“Você possui um perfil de investidor e uma carteira recomendada para este perfil. O cuidado é manter-se dentro da alocação sugerida”, recomenda o CEO da EQI Investimentos Juliano Custódio.
“Para um perfil mais agressivo, mais arrojado e mais sofisticado de investidor, a recomendação é ter cerca de 30% dos ativos em renda variável. No entanto, se a bolsa subir, esse porcentual da carteira aumenta. Você, então, deveria vender para voltar aos 30% iniciais”, afirma.
O mesmo acontece se as ações caírem: “Se a bolsa cair 15%, você tem que colocar mais em ações, para manter os 30%. Essa técnica é super tradicional, muito antiga e não tem nada de novidade”, pondera o CEO.
Relevância do rebalanceamento
Além de montar uma carteira com boa alocação e de acordo com o perfil do investidor, é preciso fazer rebalanceamentos de tempos em tempos.
Por exemplo: imagine que você investiu 10% do seu patrimônio em ações e, em dado momento, as ações caíram muito, 50% para ser exato. Então, a partir daí, as ações passam a responder por 5% do patrimônio.
A técnica do rebalanceamento diz que você deve vender alguns investimentos que não caíram e investir novamente em ações, de modo a voltar aos 10% originais.
O oposto também é verdadeiro: se as ações subiram muito, é preciso vender parte delas para ficar com porcentagem correspondente à estratégia desenhada de acordo com o perfil.
“Ao aplicarmos essa técnica, iremos melhorar a performance em 10% a longo prazo”, afirma Wiese.
Quando é a melhor hora para fazer o rebalanceamento dos investimentos?
“Pelo menos a cada três meses, reavalie sua carteira e não fuja muito da alocação que você determinou lá no seu começo como investidor. Respeite o seu perfil”, finaliza Juliano Custodio.
- Quer conhecer mais sobre alocação de ativos e investimentos? Então preencha este formulário que um assessor da EQI Investimentos entrará em contato para apresentar as aplicações disponíveis!
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