Felipe Paiva é diretor de Relacionamento com Clientes na B3. A B3 fechou o mês de outubro com mais de um milhão e meio de investidores em ações, número que surpreendeu, porque no começo do ano tinha pouco mais de setecentas mil pessoas inscritas. A tendência é de que esse número suba ainda mais.
Por isso, a participação de Paiva no último dia da Money Week é tão importante, para elucidar esse bom momento de atração de investidores.
A Money Week é uma rodada de entrevistas organizada pela Transformação Digital e pela EuQueroInvestir!, que começou em 25 de novembro e vai até essa sexta, 29. Todo o conteúdo está disponível gratuitamente neste link, para qualquer pessoa.
Sinalização Positiva
O número apresentado em outubro foi surpreendente para todos no mercado financeiro, segundo Paiva. “Uma sinalização muito positiva de que o Brasil está mudando do ponto de vista estrutural”.
Ele ressalta que, “durante dez anos, nós ficamos sempre entre 500 mil, 600 mil contas de investidores em Bolsa, e, ao longo deste ano tivemos um crescimento muito forte”.
E não só em Bolsa. Paiva diz que é muito importante destacar que a “captação em fundos de investimento bate recorde, com R$ 200 bilhões canalizados para esse fim, investimento em ações, em multimercados, o número de emissões de dívidas de empresas brasileiras também bateu recorde – já ultrapassou R$ 200 bilhões, até setembro de 2019. São números que estão mostrando uma virada transformacional da economia brasileira”.
“O investidor está saindo da zona de conforto”, ele afirma.
Perfil do investidor
O crescimento vem de uma combinação interessante acontecendo neste ano: a queda de taxas de juros muito rápida, ao mesmo tempo em que exitem muitos influenciadores falando sobre investimentos, sobre educação financeira, análise de balanços e governança de empresas e produtos disponíveis. O conteúdo disponível é enorme.
Paiva lembra ainda que há mais um fator para potencializar o número recorde de investidores: “As plataformas de investimento, sejam corretoras ou bancos, se posicionaram de uma forma muito mais simples para esse investidor que está chegando”, inclusive no celular.
“E quem efetivamente está consumindo isso?”, pergunta Paiva, para responder em seguida: “A nova geração: esse número de investidores que estão chegando está na faixa dos 25 aos 35 anos, no máximo 40. É a pessoa que está muito mais antenada com esse novo tipo de tecnologia”.
Projeção
Há analistas que dizem que, ao final de 2020, esse número de 1,5 milhão de CPFs pode duplicar, chegando a mais de 3 milhões. Ou seja, ainda existe muito espaço para crescimento.
Paiva acredita que esse movimento tem muito a ver com o perfil do investidor, mas também porque a B3 fez o seu “dever de casa”. A equipe da B3 conversou com corretoras e bancos para que esse crescimento seja sustentável, entendendo como reage a pessoa física, quais são os gatilhos para que ela saia da poupança e vá para a renda variável. “A gente fez uma pesquisa”, conta, “para entender esse comportamento”.
Quebra de paradigmas
Paiva conta que da pesquisa saiu a necessidade de se quebrar mitos estabelecidos, como o que é preciso muito dinheiro para investir: “As pessoas acham que é preciso ter uma bolada para investir em um produto financeiro. Isso é um mito. Não é verdade. Há ações com R$ 20, com R$ 30, há tesouro direto, um fundo, mas a gente precisa quebrar esse mito”.
Por isso a importância de influenciadores, de papos mais diretos, sem o “economês” enfadonho, algo que atraia os mais jovens interessados. A linguagem correta “faz com que a pessoa aprenda a investir, aprenda fazendo”, diz.
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