Operações long & short são uma interessante alternativa de investimento possíveis de serem exercidas pelos investidores. Trata-se de um modo inteligente de investir, pois duas operações são feitas ao mesmo tempo.
Para saber como esse tipo de estratégia pode trazer ganhos para um investidor, siga na leitura e compreenda tudo a respeito desse ótimo assunto.
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O que é a estratégia de investimentos long & short?
Quem deseja realizar uma operação utilizando a estratégia long & short deve ter seu conceito bastante claro em mente. Claro que para profissionais de mercado experientes, isso já está consolidado. Mas os novatos precisam saber.
Utilizar a estratégia long & short no mercado financeiro significa fazer duas operações em simultâneo: uma das “pontas” precisa estar do lado comprado, enquanto a outra “ponto” deve ser do lado vendido.
Na prática, isso quer dizer que o investidor comprará um determinado ativo ao mesmo tempo que vende outro. Daí você pode estar se perguntando: qual é o sentido de fazer esse tipo de coisa?
Realmente, olhando o conceito pura e simplesmente pode não ser tão fácil de entender. No entanto, as coisas ficam mais claras quando é considerado que os ativos envolvidos na operação possuem alguma relação.
Ou seja: não basta apenas comprar e vender dois ativos quaisquer. É preciso que eles sejam correlacionados. Isso quer dizer que de alguma forma o comportamento de um está ligado ao comportamento de outro.
O objetivo do investidor é buscar ganhos com uma eventual descorrelação com a espera de um retorno à normalidade. Pode-se dizer, portanto, que a estratégia long & short é uma operação de arbitragem.
Vale lembrar que não necessariamente haverá ganho financeiro nas duas pontas da operação. Pode ser que uma delas resulte em prejuízo.
No entanto, o que importa é o saldo no fechamento das duas operações. Se ele for positivo, então o objetivo do investidor terá sido alcançado.
Como funciona uma operação long & short?
Conforme dito, para realizar uma estratégia de long & short, são necessárias duas operações em simultâneo. A ponta comprada será o long da estratégia e o short será a ponta vendida.
Definido isso, é preciso montar as operações usando dois ativos que têm algum tipo de correlação entre si.
Também é preciso que seja identificado algum tipo de distorção entre eles, de modo que possa haver lucro no retorno à normalidade.
Talvez com a utilização de um exemplo esse tipo de estratégia fique mais claro para o investidor que pretende montar esse tipo de operação.
Tomemos como exemplo, portanto, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras. A primeira (PETR3) historicamente é cotada em um valor acima da segunda (PETR4).
No entanto, pode ser que em algum momento haja inversão dessa relação, por um motivo qualquer do mercado de ações. Nesse momento, uma distorção é identificada e uma operação long & short pode ser montada.
Se PETR3 sempre esteve acima do preço de PETR4, então o mais óbvio a fazer seria vender a que está acima e comprar a que está embaixo, falando em termos de preço.
Assim, se ambas subirem, haverá ganho em uma ponta e perda na outra, ficando mais ou menos empatado. Se ambas as cotações caem, o cenário é o mesmo.
O ganho para o investidor ocorrerá somente quando a situação voltar à normalidade histórica: a ponta de cima (short vendida) desvaloriza e a ponta de baixo (long comprada) valoriza.
Com isso, haverá ganho nas duas pontas, trazendo rendimentos positivos ao investidor. Ele ganhará a diferença percentual entre os dois ativos multiplicados por 2, já que terá lucro nas duas pontas.
Quais são os tipos de operações long & short existentes?
Existe uma série combinações de ativos nas quais é possível montar uma estratégia long & short. Desde operações intersetoriais até mesmo ativos de uma mesma empresa.
Acompanhe a seguir as principais modalidades de long & short existentes. Confira.
Intra-setorial
Nas operações long & short intrasetoriais, os ativos escolhidos pelo investidor deverão fazer parte do mesmo setor.
Dessa forma, é preciso encontrar boas oportunidades entre duas empresas diferente, mas que pertencem a um mesmo setor.
Existem diversas possibilidades aos investidores que atuam nesse mercado. Um exemplo é o setor varejista, com empresas como Magalu e Via Varejo; Lojas Renner e Arezzo, por exemplo.
Já em setores como o de aviação civil, poderiam ser escolhidas empresas como Azul Linhas Aéreas e Gol.
Conforme é possível observar, as possibilidades de “combinação” de ativos para realizar um long & short são muitas. Cabe a cada investidor fazer suas análises a fim de encontrar as melhores oportunidades.
- Leia também: É hora de comprar Magalu?
Intersetorial
De mesma forma que uma operação long & short intrasetorial é montada com empresas do mesmo setor, a operação intersetorial considera o foco em empresas de setores diferentes.
É o caso, por exemplo, de uma operação feita em long com uma empresa do setor de energia elétrica e o short com uma organização do setor financeiro, por exemplo.
Aqui vale destacar que esse tipo de correlação envolve um conhecimento de mercado muito maior que o exemplo citado no tópico anterior. Setores diferentes respondem a variáveis muito diversas na maioria das vezes.
Além disso, o cuidado com a operação deve ser muito maior, pois um acontecimento pode afetar demais um setor e nem tanto o outro. Isso causaria uma descorrelação totalmente atípica.
Por fim, é bom frisar que operações long & short intersetoriais envolvem mais risco. Como consequência, os lucros podem ser maiores também, assim como eventuais perdas.
Ações ON e PN
Esse foi o exemplo dado anteriormente neste mesmo artigo. Trata-se de um operação na qual são utilizados dois ativos de uma mesma empresa.
A correlação existente nesse caso é bastante forte e, portanto, essa operação de long & short pode ser considerada bastante robusta. Até conservadora, na verdade.
A razão para isso é que se trata da mesma empresa, com a única diferença sendo os papéis preferenciais no recebimento de dividendos (ações preferenciais – PN) e os outros com direito a voto nas assembleias (ações ordinárias – ON).
Isso quer dizer que as variáveis que atingem um papel têm efeito no outro, já que o ativo principal (a empresa) é a mesma para os dois títulos.
Empresa controlada e empresa controladora
Esse é outro caso relativamente típico de uma operação long & short. Ela se dá quando uma empresa é controlada por outra (geralmente uma holding) e ambas têm ações listadas em bolsa de valores.
Um dos exemplos bastante característico de nossa bolsa de valores, a B3, é uma operação long & short envolvendo Gerdau (GGBR3) e a Metalúrgica Gerdau (GOAU4).
Ou ainda o banco Itaú (ITUB4) e sua controladora, a Itaúsa (ITSA4). Outras possibilidades também existem, como as ações da Rumo (RAIL3) e da Cosan (RLOG3).
Quais são as vantagens de utilizar uma estratégia long & short?
Operar seguindo o modelo long & short de investimentos pode trazer muitos benefícios. Veja a seguir alguns dos quais um investidor pode se valer.
Pulverização dos riscos
Uma das vantagens trazidas por quem utiliza uma estratégia de long & short certamente é a pulverização dos riscos. Isso ocorre porque a operação se dá em duas pontas, uma no lado comprado e outra no lado vendido.
Além disso, também é preciso considerar que muitas vezes um long & short é feito com duas ações da mesma empresa, o que permite ao investidor atuar no mercado de renda variável ao mesmo tempo que reduz o risco.
Como a operação fica “travada” nas duas pontas, o investidor pode ter ganhos e perdas compensadas de acordo com os movimentos do mercado. Isso quer dizer que enquanto perde de um lado, ganha do outro.
Assim, seu risco é bastante reduzido, pois é possível ficar no “zero a zero” pelo tempo que a assimetria se mantiver.
A variação de capital ocorrerá apenas se a assimetria aumentar (trazendo prejuízo) ou se a assimetria se corrigir, proporcionando o tão esperado ganho.
Ação comprada dada como garantia
Normalmente, para fazer a operação em dois ativos é preciso ter o recurso para tal. Se o investidor resolve comprar dois papéis de empresas diferentes, precisa ter o valor total despendido nas duas operações de compra.
Já na estratégia long & short isso não é necessário. Ou seja, o investidor não precisa ter o valor das duas operações em caixa para montar uma estratégia nesse sentido.
Isso ocorre porque a própria ação comprada para montar a operação servirá de garantia para vender o papel a descoberto representado pela ponta short.
Ou seja, o investidor pode travar sua operação comprada e oferecer o ativo em carteira para vender a ponta short. Na prática, isso significa que ele deve ter em caixa apenas o valor referente à compra do primeiro papel.
Assim, diferentemente de uma operação normal que exige o recurso total para compra de dois ativos, no long & short é preciso ter o dinheiro relativo apenas a uma das pontas da operação.
Menores riscos comparados à operações a descoberto
Para montar uma operação long & short adequadamente, é preciso fazer a venda de um ativo em uma das pontas. Aqui vale frisar que também é permitido a um investidor fazer uma operação de venda isoladamente.
Nesse caso, o objetivo seria o de ganhar com uma eventual queda do mercado. A lógica é simples: faz-se a venda a um preço maior e depois que ocorre a queda, o investidor pode fazer a compra por um preço menor.
Assim, a diferença entre a venda alta e a compra baixa se torna lucro. É o mesmo procedimento que a compra e venda de um ativo quando ele sobre, só que ocorre de maneira inversa. A venda vem primeiro e depois a compra.
No entanto, há um grande risco na operação de venda que ocorre isoladamente, que não é no formato long & short: não há limite para perdas.
Com um olhar mais aguçado, percebe-se que uma ação pode subir em movimento contrário e trazer prejuízos ao investidor de forma ilimitada.
Já em uma operação long & short isso não acontece, pois uma alta no mercado também provocaria ganhos na ponta comprada, anulando as perdas na ponta vendida. Lembre-se que o ganho acontece com a correção da assimetria.
Dessa forma, estratégias long & short proporcionam uma exposição ao risco muito menor do que operações de vendas a descoberto que são feitas isoladamente.
Quais são as formas práticas de fazer long & short disponíveis ao investidor?
Quando um investidor decide investir utilizando estratégias long & short, ele o pode fazer pelo menos de duas maneiras. Acompanhe a seguir uma descrição detalhada de cada uma delas.
Operação por conta própria
A primeira forma de atuar no mercado financeiro executando uma estratégia long & short é por conta própria. Isso quer dizer que será o próprio investidor o responsável por fazer todas as análises necessárias à operação.
Nisso se encaixam o tipo de long & short a ser feito (se intra ou intersetorial, entre mercados ou ativos de uma mesma empresa), o tamanho da posição e o percentual da correção da assimetria esperado como ganhos.
Além disso, todo o controle de risco ficará por parte do investidor. O acompanhamento também precisará ser feito e, a depender da duração da operação, pode ser preciso acompanhar por dias ou mesmo por semanas.
Por fim, o investidor também deverá saber o momento certo de desmontar a operação, seja por que a assimetria aumentou e trouxe prejuízos, seja porque o objetivo esperado foi alcançado e os lucros vieram.
Fundos long & short
Já uma segunda forma de buscar ganhos com operações de long & short é investir em um fundo de investimentos que tem como carro-chefe esse tipo de estratégia.
Há diversos veículos de investimento no mercado que exercem o long & short até mesmo como estratégia principal do fundo.
Nesses casos, todo o trabalho de seleção de ativos e de controle do risco fica a cargo da equipe de gestão do fundo. Para o investidor, há a comodidade de não precisar efetuar nenhuma operação.
Pelo contrário, haverá profissionais especializados fazendo isso por ele. Em contrapartida, será cobrada uma taxa de administração e, provavelmente, uma taxa de performance também, o que é normal nesse tipo de fundo.
Com isso, o investidor pode se concentrar em seu trabalho principal e ganhar ainda mais dinheiro a fim de aumentar suas posições em investimentos do tipo long & short.
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