Normas burocráticas, barreiras comerciais, tributos complexos, riscos, infraestrutura deficitária. Some tudo isso e chegue ao valor de R$ 1,5 trilhão, que é o que vale hoje o popularmente chamado de Custo Brasil.
A altíssima soma, divulgada em levantamento feito pelo Ministério da Economia em parceria com o Movimento Brasil Repetitivo (MBC), representa 22% do Produto Interno Bruto (PIB) do País.
A pesquisa foi realizada com a análise de 31 indicadores e 12 temas. Ela apontou que os empresários do País precisam de uma média de 1.501 horas por ano apenas para declarar impostos e que 65% dos lucros são destinados ao pagamento destes tributos.
Jorge Gerdau, presidente do conselho do MBC, rotulou como “assustador” o montante divulgado pelo jornal Valor Econômico nesta quinta-feira (28).
“É assustador. O custo Brasil sempre veio à tona, mas a dimensão dos números foi uma surpresa para todo mundo”, admitiu o empresário, citando que, para ele, o levantamento “põe o tema claramente sobre a mesa” e o diálogo aberto com o governo permite atacar o problema de forma bem estruturada, sem uma abordagem “pedacinho por pedacinho”.
Caminhos a tomar
Os dados revelados nesta quinta-feira devem servir como base para a criação do Programa de Melhoria Contínua da Produtividade, que atuará em três linhas distintas:
1) Análise e acompanhamento periódico de indicadores de produtividade e qualidade do ambiente de negócios;
2) Estabelecimento de um canal centralizado de comunicação, por meio de ferramenta eletrônica, para receber propostas de políticas públicas e medidas;
3) Avaliação regular das proposições recebidas a partir de critérios de impacto na redução dos custos.
O secretário especial Carlos da Costa, responsável pelo Programa que será oficializado nesta quinta, está otimista no resultado das mudanças, que pretendem colocar o Brasil entre os 50 primeiros colocados no índice de competitividade do Fórum Econômico Mundial até, no máximo, 2022.
“Estamos fazendo uma grande transformação de como a competitividade é tratada no Brasil, medindo a burocracia em seus detalhes e buscando compreender as raízes de cada deficiência”, diz Carlos Da Costa. “Não é apenas uma análise ou um diagnóstico. É o início de um processo que vai balizar o diálogo do setor privado com o governo a partir de agora”.
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