O governo russo recusou aproximação com Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia, em reunião sobre a tensão na Síria. A decisão aconteceu na última quinta-feira (27). As informações são da Agência Reuters.
Nesse dia, o exército turco registrou uma de suas piores baixas em um único ataque desde o início da sua intervenção na Síria, em 2016. Foram registradas mortes de pelo menos 33 soldados em ataques das forças sírias, comandadas pelo regime de Bashar al-Assad, aliado do governo de Vladimir Putin, da Rússia.
Por conta disso, o Kremlin anunciou que o presidente Vladimir Putin não tem planos de se encontrar com o presidente turco Tayyip Erdogan, em 5 de março, com o objetivo de discutir a situação na região Idlib, ao norte da Síria.
Informações opostas
Na contramão da decisão do Kremlin, o presidente turco disse na quarta-feira (26) que provavelmente se encontrará com Putin em Istambul, para conversar sobre a real situação de Idlib, na próxima semana.
A Rússia apoia o presidente da Síria, enquanto a Turquia, apoiada pela OTAN e dos Estados Unidos, é contrária ao regime do ditador Bashar al-Assad.
Tensões
O clima de tensão entre Turquia e Síria aumentou na noite de quinta-feira (27). Soldados turcos foram mortos em ataque de foguetes e o Observatório Sírio para Direitos Humanos fala em 34 mortes – os dados não são precisos.
O clima na cidade de Idlib, no norte da Síria, que desde o início da Guerra Civil Síria em 2011, foi tomada por milícias rebeldes e em 2017 tornou-se a sede do Governo da Salvação Síria, é de terror. Desde fevereiro, ao menos 43 soldados turcos morreram em Idlib.
A cidade fica bem próxima a Alepo, centro dos conflitos com o Estado Islâmico há poucos anos, e da fronteira com a Turquia.
O mais recente ataque resultou no maior número de mortos em um só dia desde que o governo de Ancara começou a intervir no conflito da Síria, em 2016. O país é parte interessada no conflito, porque a Turquia é a porta de entrada de refugiados sírios para a Europa, e o país pleiteia entrar na União Europeia.
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