O Itaú Unibanco (ITUB4) lucrou de forma líquida e ajustada R$ 6,5 bilhões entre abril e junho de 2021, ficando acima do consenso de R$ 6,15 bilhões e registrando um salto de 55,6% na base anual.
“Entre os fatores que mais influenciaram os resultados está o bom ritmo de crescimento em linhas de negócios como cartão de crédito, crédito consignado, além do forte crescimento do crédito imobiliário e financiamento de veículos, já observados no trimestre anterior”, explicou o banco em documento publicado na noite desta segunda-feira (2).
A carteira de crédito do Itaú ficou em R$ 909,05 bilhões neste segundo trimestre, ante R$ 811,3 bilhões no mesmo período de 2020. O retorno recorrente sobre patrimônio líquido médio ficou em 18,9%, ante 13,5%.
Leia o balanço na íntegra aqui.
Itaú (ITUB4): principais números do balanço do 2TRI21
Lucro líquido
- 2021: R$ 6,5 bilhões
- 2020: R$ 4,2 bilhões
Carteira de crédito
- 2021: R$ 909,05 bilhões
- 2020: 906,4 bilhões
Retorno recorrente gerencial
- 2021: 18,8%
- 2020: 13,5%
Carteira de pessoas físicas do Itaú avança
Na carteira para pessoas físicas houve um crescimento total de 7%, fechando junho com R$ 279,7 bilhões, ante R$ 261,3 bilhões no mesmo período de 2020.
Destaque para a expansão de 44,4% na carteira de crédito imobiliário, que chegou a R$ 70,5 bilhões, e para a alta de 32,3% na de financiamento de veículos, que agora soma R$ 25,8 bilhões.
Crédito consignado e cartão de crédito, por sua vez, avançaram, respectivamente, 17,3% e 21,2%, ficando em R$ 59,1 bilhões e R$ 88,3 bilhões.
Quanto a pessoas jurídicas, houve um avanço de 3% no crédito disponibilizado a micro, pequenas e médias empresas, com a carteira chegando a R$ 126,1 bilhões. As grandes empresas, porém, buscaram menos financiamentos no Itaú, com o crédito para essas companhias regredindo 7,4% na base anual, para R$ 124 bilhões.
Custo de crédito cai com menor inadimplência
Ao mesmo tempo em que a carteira de crédito se expandiu, o custo do crédito caiu 39,6%, ficando em R$ 4,7 bilhões. “Se explica por conta do maior provisionamento feito no primeiro semestre de 2020, como consequência da alteração do cenário macroeconômico”, explicou o banco.
O Itaú, em junho de 2020, tinha 48,9% de sua carteira de crédito avaliadas como AA, melhor nível de risco existente. Agora, esse número passou para 50,6%. As avaliações D-H, as piores do índice do banco, por sua vez, saíram de 8,8% do total para 7,3%.
O índice de inadimplência total ficou em 2,3% no fim de junho, ante 2,7% no mesmo período de 2020. Destaque para a queda das pessoas físicas, que saiu de 5% para 3,6%. As micro, pequenas e médias empresas, por outro lado, viram a porcentagem de inadimplentes avançar de 2% para 2,6%.
Com o panorama geral, a instituição financeira diminuiu suas provisões para devedores duvidosos e de garantias financeiras de R$ 49,2 bilhões para R$ 47,8 bilhões.
A margem financeira do Itaú Unibanco foi de R$ 18,7 bilhões, ante R$ 18,6 bilhões no mesmo período do ano passado.
Receita de serviços também crescem
As receitas de prestação de serviços totalizaram R$ 9,98 bilhões, com alta de 14,4% no ano. Destaque para a dos cartões de crédito e débito, que avançou 6%, chegando a R$ 3,06 bilhões, e para a de assessoria financeira e de corretagem, que cresceu 12,3% na base, ficando e R$ 1,3 bilhão.
O resultado do braço de seguros do Itaú, por outro lado, regrediu 8,5%, ficando em R$ 1,3 bilhão. Segundo o balanço, isso se deu pela realização de testes de adequação de passivos e pelo aumento de sinistros retidos, impulsionados pela pandemia da Covid-19.
As despesas do Itaú não ligadas a juros ficaram em R$ 12,5 bilhões, ante R$ 12,4 bilhões no segundo trimestre de 2020. O avanço teria se dado pelas maiores despesas com pessoal, por maiores despesas de provisão relativas a encargos trabalhistas e também com maiores gastos operacionais, com o aumento nas despesas com comercialização de cartão de crédito.
Itaú muda guidance para 2021
Com o desempenho do segundo trimestre, o Itaú revisou suas projeções para 2021.
O esperado agora pela instituição é que a carteira de crédito total consolidada cresça de 8,5% a 11,5%, ante projeção de 5,5% e 9,5% anterior.
Para o Brasil, a discrepância é maior, com o Itaú esperando crescimento de 12,5% a 15,5%, ante 8,5% e 12,5% anteriormente. Grande parte dessa diferença se explica pelo avanço da carteira de crédito no país, com alta de 4,6%, ante redução de 11,7% nos demais países da América Latina.
Além disso, nos demais países do continente, os índices de inadimplência se mantiveram praticamente estáveis em 1,4% no último ano, enquanto no Brasil, caíram (apesar de estar ainda em níveis mais altos, se comparados).
Isso explica também, em parte, a revisão do custo de crédito, saindo de algo entre R$ 21,3 bilhões para o intervalo de R$ 24,3 bilhões para R$ 19 bilhões e R$ 22 bilhões.
Banco anuncia JCP
Além da divulgação do balanço, o Itaú anunciou que pagará aos acionistas no próximo dia 26 um total de R$ 2,1 bilhões sob o formato de juros sob capital próprio, em um total de R$ 0,88264 por ação. Os papéis começam a ser negociados ex-direito a partir do dia 16.