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IPCA-15 tem menor resultado desde o Plano Real

IPCA-15 tem menor resultado desde o Plano Real

Prévia do IPCA, indicador oficial de inflação do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,22% em fevereiro. Este é o menor resultado para o mês desde o início do Plano Real (1994).

O índice ficou 0,49 ponto percentual abaixo da taxa de janeiro (0,71%). Em 2019, a taxa para fevereiro havia sido de 0,34%. No acumulado de um ano, houve alta de 0,93%. E nos últimos 12 meses, de 4,21%.

O resultado veio mais baixo do que a expectativa do mercado. Os analistas previam uma mediana de 0,23%. O resultado deve renovar as apostas do mercado em novos cortes na Selic.

O índice foi divulgado nesta quinta-feira, 20, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

IPCA-15: grupos em deflação

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, três apresentaram deflação em fevereiro.

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As menores variações vieram dos grupos Vestuário (-0,83%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,29%), ambos com impacto de -0,04 pontos percentuais.

Além disso, o grupo Alimentação e bebidas (-0,10%) também registrou variação negativa, contribuindo com -0,02 pontos percentuais.

Educação tem maior alta, com reajustes do início do ano letivo

Em sentido oposto, o destaque entre as altas foi a Educação, que apresentou tanto a maior variação (3,61%) quanto o maior impacto (0,23 pontos) no IPCA-15, seguida pelos Transportes (0,20%). Os demais grupos ficaram entre o 0,02% de Comunicação e o 0,31% de Despesas pessoais.

A maior contribuição no índice do mês (0,23 pontos percentuais) veio do grupo Educação (3,61%), cujo resultado reflete os reajustes do início do ano letivo, em especial dos cursos regulares (4,36%), item responsável pelo maior impacto individual positivo.

Tá, e aí?

Para a equipe de análise da Wisir Research, um ponto interessante em torno da divulgação desta quinta-feira é que este foi o primeiro resultado que levou em consideração a nova estrutura de ponderação, já considerando os resultados obtidos a partir da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) realizada entre 2017 e 2018.

A POF é um levantamento mais rico em detalhes, no que tange padrões de consumo dos brasileiros, e foi baseada nela, que o IBGE passou a atualizar sua cesta de itens que compõem o “novo” Índice de Preços Consumidor Amplo (IPCA).

“Falando do número em si, o resultado ainda reflete os baixos números da produção industrial e as quedas verificadas nas vendas no varejo e acabam dando sustentação para quem aposta em mais um corte em nossa taxa básica de juros”, ressalta.

Dólar

A Wisir avalia ser importante frisar também a recente escalada do dólar e a firme posição do Banco Central em não mais interferir no câmbio, a não ser em casos de disfuncionalidades de mercado.

“Em nossa opinião, em se aproximando de patamares acima dos R$ 4,40, a moeda americana pode e deve resultar em uma inflação acima das projeções do governo, o que pode comprometer a política monetária no curto prazo”, conclui.

Sem novidades

Para a XP, o resultado não trouxe grandes novidades, mas reforçou a mensagem de que a inflação brasileira continua bem-ancorada.

“Todas as principais medidas de núcleo de inflação, que desconsideram da análise os itens com mais volatilidade, recuaram em fevereiro e permaneceram em patamares historicamente baixos”, destacou.

Juros

Os economistas da XP acrescentam que o resultado não deve mudar a interpretação do Banco Central de que a interrupção do ciclo de flexibilização monetária é adequada.

“Continuaremos monitorando os próximos indicadores de inflação e de atividade, mas, com base nos indicadores disponíveis até o momento, esperamos que a taxa Selic seja mantida em 4,25% ao ano até o primeiro trimestre de 2021”, analisou a XP.