O Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 1,7 ponto em março, para 95,0 pontos, o menor nível desde julho de 2020 (89,8 pontos). Essa foi a oitava queda seguida do índice que, na métrica de médias móveis trimestrais também recuou 1,7 ponto no mês.
O anúncio foi feito na manhã desta terça-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas. O resultado foi influenciado por uma piora tanto das avaliações sobre a situação atual quanto das perspectivas para os próximos meses no setor da indústria.
O Índice Situação Atual (ISA) recuou 1,1 ponto, para 97,4 pontos, menor valor desde julho de 2020 (89,1 pontos). O Índice de Expectativas (IE) caiu 2,1 pontos para 92,8 pontos, menor patamar também desde julho de 2020 (90,5 pontos).
Estoques insuficientes
Entre os quesitos que integram o ISA e resultam no ICI, o pior desempenho ocorreu no indicador que mede o nível dos estoques, com queda de 5,0 pontos para 104,5 pontos. Quando este indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques insuficientes (ou aquém do desejável). Houve, portanto, uma evolução no sentido da reposição e, consequentemente, do equilíbrio do nível médio de estoques.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada da Indústria avançou 0,3 ponto percentual em março, para 80,2%. O indicador de demanda total recuou 2,4 pontos, para 96,2 pontos e acumula perdas de 17,4 pontos nos últimos nove meses.
Pessimismo de médio prazo
Dos indicadores que integram o IE, a produção prevista para os três meses seguintes foi o que mais influenciou na queda do ICI em março, ao cair 2,3 pontos para 90,3 pontos, menor nível desde abril de 2021 (86,6 pontos).
O indicador de tendência dos negócios da indústria para os seis meses seguintes caiu pelo oitavo mês seguido, desta vez em 2,1 pontos, passando a 88,6 pontos, o menor valor desde julho de 2020.
“Chama atenção no mês o aumento do pessimismo quanto à evolução da produção e da situação geral dos negócios nos próximos meses. Concorrem para isso a perda de força da demanda interna, a alta dos juros e, em março, a reposição de estoques industriais, que andavam muito abaixo do desejável há alguns meses”, analisou Aloisio Campelo Jr., economista do FGV Ibre.
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