O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) da FGV subiu 2,4 pontos em junho, para 122,3 pontos. De acordo com o resultado divulgado nesta quarta-feira (30), o indicador ainda está 7,2 pontos acima do nível de fevereiro de 2020, último mês antes da chegada da pandemia de Covid-19 ao Brasil.
“Além das incertezas com relação aos rumos da pandemia e às dificuldades enfrentadas nas campanhas de vacinação, a alta do Indicador de Incerteza em junho contou com novos ruídos”, afirma Anna Carolina Gouveia, Economista da FGV.
Conforme ela, entre os ruídos, há a possibilidade de uma crise energética e o desenrolar da CPI da Covid-19 e da reforma tributária no congresso. O novo repique faz com que o indicador volte a ficar acima dos 120 pontos. Ou seja, mais distante da normalização dos níveis de incerteza.
Itens do Indicador de Incerteza
“A única notícia positiva do mês foi o recuo do componente de Expectativa. Ele retornou pela primeira vez ao nível pré-pandemia, de janeiro de 2020”, disse.
Os dois componentes do Indicador de Incerteza caminharam em sentido oposto em junho. De acordo com os dados, o componente de Mídia subiu 4,7 pontos, para 121,7 pontos. Desta forma, contribuiu positivamente em 4,1 pontos para a alta do IIE-Br no mês.
O componente de Expectativas, que mede a dispersão das previsões para os 12 meses seguintes, recuou em 7,7 pontos. O item foi para 115,7 pontos, contribuindo de forma negativa, em 1,7 ponto, para a evolução na margem do indicador agregado.
“O componente de Expectativa recua ao menor nível desde janeiro de 2020. É a primeira vez que recupera as altas ocorridas de março a maio do mesmo ano. Dentre as variáveis usadas na construção deste componente, a queda mais expressiva foi na dispersão das previsões dos juros Selic. Isso sinaliza que a percepção pelos mercados sobre o timing e a intensidade do atual ciclo de alta dos juros está se tornando gradualmente mais homogênea”, completa Anna Carolina.