O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) avançou 1,18% em março, abaixo da projeção indicada pelo mercado, que era de 1,30%. Em fevereiro, o indicador tinha registrado 1,98%. Os dados foram divulgados, nesta quarta-feira (16), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Ibre).
Com resultado apresentado em março, o índice registra uma alta acumulada de 5,02% em 2022 e 14,63% nos últimos 12 meses. No ano passado, o IGP-10 tinha subido 2,99% no mês e acumulava elevação de 31,16% em 12 meses.
“O reajuste dos combustíveis, subitem com peso destacado nos índices da família IGP, não influenciaram o comportamento desta edição do IGP-10, cujo período de coleta foi encerrado no dia 10/03/2022. As principais fontes de pressão no IPA foram soja (7,32% para 8,75%), cuja cotação segue em elevação e, ovos (-0,12% para 20,62%), refletindo os efeitos sazonais próprios dessa época do ano ”, explica, em nota, André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Alimentos in natura puxam IPA pra cima
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) avançou 1,44% em março. No mês passado, o índice tinha registrado 2,51%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais variaram de 0,89% em fevereiro para 1,69% em março.
De acordo com o FGV-Ibre, a principal contribuição para o resultado foi do subgrupo dos alimentos in natura, em que a taxa variou de 1,17% para 13,52%. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, variou 0,90% em março. No mês anterior, a taxa foi de 0,69%.
Já para o grupo Bens Intermediários, a taxa transitou de 1,89% em fevereiro para 1,07% em março. A principal contribuição para o resultado partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de 6,51% para 2,96%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, variou 0,74% em março, após subir 1,13% no mês anterior.
Enquanto que o índice do grupo Matérias-Primas Brutas variou de 4,50% para 1,60% em março. As principais contribuições para o recuo da taxa partiram dos seguintes itens: minério de ferro (8,06% para -2,57%), milho em grão (9,22% para 3,00%) e mandioca/aipim (3,29% para -8,09%). Em sentido ascendente, os movimentos mais relevantes ocorreram nos itens soja em grão (7,32% para 8,75%), suínos (-15,82% para 9,48%) e arroz em casca (-0,23% para 10,74%).
IPC avançou 0,47% em março
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,47% em março. Em fevereiro, o índice havia apresentado taxa de 0,39%.
Segundo o FGV-Ibre, três das oito classes de despesa componentes do índice registraram acréscimo em suas taxas de variação: Alimentação (1,09% para 1,54%), Habitação (0,11% para 0,49%) e Despesas Diversas (0,20% para 0,24%). As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: hortaliças e legumes (8,19% para 12,71%), tarifa de eletricidade residencial (-1,44% para -0,20%) e serviços bancários (0,09% para 0,20%).
Por outro lado, os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,50% para -0,02%), Comunicação (0,59% para -0,04%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,05% para -0,03%), Transportes (0,18% para 0,16%) e Vestuário (0,51% para 0,41%) registraram queda em suas taxas de variação.
Nestas classes de despesa, as maiores influências partiram dos seguintes itens: cursos formais (4,08% para 0,00%), tarifa de telefone residencial (2,77% para -1,14%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,45% para -0,16%), etanol (-2,36% para -6,08%) e calçados (0,98% para 0,15%).
INCC também registra alta
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,34% em março. No mês anterior a taxa foi de 0,61%. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de fevereiro para março: Materiais e Equipamentos (0,75% para 0,27%), Serviços (1,66% para 1,08%) e Mão de Obra (0,28% para 0,27%).
O que é o IGP-10?
O IGP-10 é uma das variações de estudo do Índice Geral de Preços (IGP), que é medido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre). O indicador registra a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais.
O IGP-10 mede a evolução de preços no período compreendido entre o dia 11 do mês anterior e o dia 10 do mês atual. Ele é formado por 60% do IPA-10 (Índice de Preços por Atacado-10), 30% do IPC-10 (Índice de Preços ao Consumidor-10) e 10% do INCC-10 (Índice Nacional de Custos da Construção-10).
Esses indicadores medem itens como bens de consumo (um exemplo é alimentação) e bens de produção (matérias-primas, materiais de construção, entre outros). Entram, além de outros componentes, os preços de legumes e frutas, bebidas e fumo, remédios, embalagens, aluguel, condomínio, empregada doméstica, transportes, educação, leitura e recreação, vestuário e despesas diversas (cartório, loteria, correio, mensalidade de Internet e cigarro, entre outros).
O IGP-10 é usado como base para reajustar tarifas públicas, contratos de aluguel e planos e seguros de saúde.
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