O governo federal apresentou um déficit primário de R$ 20,61 bilhões em fevereiro. O resultado foi pior do que o mercado esperava, que era um déficit de R$ 16,2 bilhões. No acumulado do 1º bimestre de 2022, as contas públicas registraram um superávit primário de R$ 55,95 bilhões.
Os dados levam em conta Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central (BC). Eles foram divulgados pelo Tesouro Nacional, na tarde desta quarta-feira (30).
O Tesouro, que inclui o Banco Central, teve um déficit primário de R$ 1,47 bilhão em fevereiro. Já o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) apresentou um déficit de R$ 19,31 bilhões, enquanto que o Bacen registrou um superávit de R$ 127 milhões no segundo mês do ano. No acumulado de 12 meses, o déficit primário do Governo Central foi de R$ 6,7 bilhões, o que corresponde a 0,01% do PIB.
A meta fiscal para este ano prevê déficit de até R$ 170,5 bilhões, mas o governo projeta um resultado negativo menor, de R$ 66,9 bilhões.
Mesmo com o déficit, as receitas de fevereiro tiveram uma alta real de 14,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. As despesas também subiram neste período. O Tesouro informou um acréscimo de 6,5%.
No 1º bimestre, as receitas avançaram 16,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. Enquanto que as despesas cresceram 4,4%.
Ainda falando sobre gastos, as despesas dentro do teto de gastos subiram 12,9% em fevereiro, dentro do limite do teto, de 15,2%.
O Tesouro estima que a despesa total do governo central terminará o ano em 18,2% do PIB. Caso consiga bater essa meta, ela será o menor nível desde 2014.
A despesa com previdência deve responder por 8,1% do PIB de 2022, e as despesas com pessoal, 3,5% do PIB.
Devido a operação-padrão (menor ritmo de trabalho) dos servidores do Tesouro, que reivindicam reajustes salariais, algumas informações normalmente divulgadas não foram publicadas nesta quarta, como a série histórica das estatísticas fiscais.
Saiba o que o BTG Pactual pensa sobre o resultado
A equipe de research do BTG Pactual (BPAC11) avalia que mesmo com a desaceleração da receita em fevereiro, a arrecadação dos impostos deve seguir uma tendência positiva, impulsionada especialmente pelas commodities. Dessa forma, os analistas afirmam que este movimento não é um sinal da diminuição da arrecadação.
“Como ponto de risco, destacamos os possíveis impactos fiscais da aprovação de uma política de subsídios para enfrentar a pressão no preço do petróleo, e de mais um corte no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)”, conclui o relatório.