O Fundo Monetário Internacional (FMI) voltou a reforçar nesta segunda-feira (8), em post publicado no blog da entidade, que a economia dos países da região da América Latina e do Caribe vai demorar para voltar aos níveis pré-pandemia.
De acordo com o relatório feito pelos economistas do órgão, a previsão é que a economia desses países alcance a recuperação somente em 2023.
A projeção para o PIB per capita é ainda mais pessimista. Segundo o FMI, ele alcançará os níveis registrados antes da pandemia da Covid-19 somente em meados de 2025.
“O ressurgimento da pandemia no final do ano ameaça impedir uma recuperação já desigual e aumentar os altos custos sociais e humanos”, ponderou a entidade, citando a dificuldade em conter a segunda onda da doença e a necessidade de novos lockdowns como motivos para a projeção.
FMI vê “danos permanentes” na economia
O órgão avisou ainda que os estragos já causados – e os que ainda estão por vir – pela pandemia do novo coronavírus serão permanentes, principalmente no mercado de trabalho.
O FMI alegou que o sentimento do investidor internacional, por exemplo, “pressionará países com vulnerabilidades fiscais e externas”.
Recentemente, uma das principais executivas do órgão, Kristalina Georgieva, minimizou a importância do crescimento em si das dívidas dos países.
“O que estamos pedindo na América Latina é, por favor, concentrem-se nas reformas que trarão mais vitalidade para o crescimento”, assegurou a gerente-geral.
Segundo as últimas previsões do FMI, o PIB na América Latina e Caribe crescerá 4,1% em 2021 e 2,9% em 2022.
No recorte direcionado para o Brasil, apesar de o País estar, como todo o Globo, “em meio a uma incerteza excepcional”, as altas previstas são de 3,6% e 2,6% para 2021 e 2022, respectivamente, melhores do que os números de outubro, que apontavam 2,8% para 2021 e 2,3% para o ano seguinte.
Entre os países mais ricos, considerados como maiores potências do planeta, o destaque ficou para os Estados Unidos.
Depois de prever, em junho, uma queda de 8%, o FMI melhorou as projeções e, agora, o rombo de 2020 foi apontado como de 4,3%. Já para este ano e o próximo, o fundo vê expansões de 5,5% e 4,2%.
Em relação ao bloco de emergentes, o PIB de 2020 deve mostrar queda de 2,4%, mas para 2021 e 2022 a projeção é de altas de 11,5% e 6,8%, puxadas, claro, pela recuperação da economia da China.
Fundo pede atenção
Recentemente, Gerry Rice, porta-voz da entidade, concedeu entrevista online e mostrou preocupação sobre a necessidade de um esforço dos países para manter as políticas fiscais e monetárias sob controle.
Segundo a entidade, o surgimento das novas variantes da Covid-19 acendeu o alerta para que os governos não baixem a guarda no combate à pandemia, mas de olho nas políticas fiscais.
“A economia global está em um momento crítico. Resta uma grande incerteza, e a perspectiva de um período ainda muito difícil pela frente, com surtos de infecção e as pessoas continuando a sofrer”, pontuou.






