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Famílias da tragédia de Brumadinho (MG) criticam pagamento a acionistas da companhia

Famílias da tragédia de Brumadinho (MG) criticam pagamento a acionistas da companhia

A tragédia em Brumadinho (MG) completa um ano neste sábado (25). Vítimas criticam a Vale  (VALE3) por distribuir R$ 7 bilhões a acionistas. Esse valor supera os distribuídos pela companhia em 2017 (R$ 4,72 bilhões), 2016 (R$ 5,52 bilhões) e 2015 (R$ 5,02 bilhões).

A distribuição de dividendos é o resultado das atividades da empresa em 2019, de juros sobre capital. O anúncio realizado em dezembro de 2019 ganhou repercussão e mobilizou um grupo composto por atingidos e ativistas.

Marcha contra o pagamento aos acionistas da Vale

Atingidos e ativistas fizeram uma marcha que saiu no dia 20 de janeiro de Belo Horizonte, passou pelas cidades de Pompéu, Juatuba, Betim e termina hoje (25), em Brumadinho. Desde o ocorrido, 259 corpos foram recuperados. Onze pessoas ainda estão desaparecidas.

A cidade continua devastada e alguns de seus moradores ainda não recuperaram os corpos de seus entes queridos. O colapso da barragem de rejeitos da Vale em 25 de janeiro de 2019 na cidade de Brumadinho foi um dos acidentes de mineração mais mortais do mundo e derrubou US $ 19 bilhões do valor de mercado da Vale em um único dia.

Uma das críticas das famílias de entidades é que o valor a ser repassado aos acionistas supera em mais de duas vezes os R$ 2,8 bilhões que a mineradora afirma ter gasto até o momento com indenizações, doações e auxílios-emergenciais.

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Só relembrando que a política de remuneração a acionistas foi suspensa pelo Conselho de Administração da Vale três dias após a tragédia. Assim, a distribuição dos R$7,25 bilhões só poderia ocorrer quando essa decisão fosse revogada.

Em resposta, a Vale publicou uma nota que a suspensão para o pagamento a acionistas permanece: “A Vale reitera o seu compromisso total com a reparação e não mede recursos humanos nem financeiros para Brumadinho. No momento, não estamos discutindo a retomada do pagamento de dividendos”.

Por sua vez a entidade de Articulação dos Atingidos e Atingidas pela Vale diz que:”Mesmo que a mineradora ainda não tenha declarado quando irá efetivamente remunerar seus acionistas, o anúncio do montante demonstra claramente que a prioridade da empresa é respaldar a sua imagem no mercado internacional”.

Números da Vale em 2019

A mineradora anunciou prejuízos de R$ 6,4 bilhões no primeiro trimestre e de R$ 384 milhões no segundo trimestre de 2019.

Já no terceiro trimestre foi registrado lucro líquido de R$6,5 bilhões, um aumento de 7,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

O balanço do quarto trimestre de 2019 ainda não foi divulgado. Deve ser feito no dia 20 de fevereiro de 2020.

Reparação e acordos

Conforme a Vale, até 2023 devem ser investidos R$ 24,1 bilhões em reparação ao prejuízo causado pela tragédia.

Mas esse valor é aquém do que foi postulado pelo Ministério Público a companhia. Que seja o mínimo de R$ 50 bilhões para a reparação ambiental.

A Vale também reiterou que foram mais 4 mil acordos de indenizações individuais e trabalhistas.

No próprio site da Vale consta as medidas que a companhia tem adotado para auxiliar todos os prejudicados e envolvidos com a tragédia.

Indenizações Emergenciais

  • + de 106 mil pessoas recebem mensalmente;

Indenização individual e por núcleo familiar

  • 723 acordos;
  • 2.300 beneficiários.

Indenização trabalhista

  • 516 acordos;
  • 1.539 beneficiários.

Por sua vez, entidades e associações que perderam parentes afirmam que muitos não foram indenizadas, bem como comerciantes e agricultores.

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