O Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou nesta quinta-feira (14) o total de novos pedidos de seguro-desemprego feitos no país. Foram 2,981 milhões de novas reivindicações. O mercado projetava menos, 2,5 milhões.
Com o resultado, o montante de desemprego gerado pela crise do coronavírus alcança mais de 36 milhões.
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Os dados da semana passada foram revisados em 7 mil pedidos, indo de 3,169 milhões para 3,176 milhões. A média móvel de quatro semanas é de 3,616 milhões, uma redução de 564 mil em relação à média revisada da semana anterior.
A média da semana anterior também foi revisada em 7 mil solicitações, indo de 4,173 milhões para 4,180 milhões.
Apesar de bastante alto, o número de novos pedidos vem caindo semana a semana. Confira como foram os pedidos de auxílio desde o início da crise.
- 14/5: 2,981 milhões
- 7/5: 3,176 milhões
- 30/4: 3,846 milhões
- 23/4: 4,442 milhões
- 16/4: 5,237 milhões
- 9/4: 6,615 milhões
- 2/4: 6,867 milhões
- 26/3: 3,307 milhões
Uma década de recuperação perdida
O número de desempregados pelo coronavírus ultrapassa em muito os 22,442 milhões de postos de trabalho gerados nos EUA desde novembro de 2009.
Naquele mês, o país começou a se recuperar da crise do subprime (chamada de Grande Recessão).
Ou seja, o Covid-19 pôs fim a uma década de recuperação do nível de emprego nos EUA.
Antes da crise atual, o recorde nos pedidos de seguro-desemprego tinha ocorrido em 1982, com 650 mil reivindicações.
Powell acredita que pico do desemprego ainda não chegou
Ontem (13), o presidente do banco central norte-americano (Fed), Jerome Powell, afirmou que prevê uma recuperação lenta da economia dos EUA, o que desacelerou os mercados.
Para ele, o pico do desemprego no país ainda não foi alcançado e que o caminho a ser percorrido é longo e incerto.
Payroll oficial
De acordo com o Bureau of Labor Statistics, a última folha de pagamentos (payroll) oficial dos EUA, divulgada no dia 8 de maio, contabilizou 20,5 milhões de vagas a menos em abril (excluídas as vagas agrícolas que não entram na soma).
A taxa de desemprego subiu para 14,7%. Isto representa um aumento de 10,3 pontos porcentuais em relação a março.
Esta é a taxa de desemprego mais alta da série histórica – a pesquisa é feita desde 1948.
Para o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, o total de desempregados pode ser uma subconta. Conforme afirmou à Bloomberg, ele acredita que muitos que perderam seus empregos não puderam buscar ativamente um novo posto de trabalho devido à quarentena adotada em muitos estados para conter a proliferação do vírus.
A taxa de desemprego real, que inclui trabalhadores que não procuram emprego e subempregados, subiu para 22,8%. E esta pode ser uma imagem mais precisa da situação atual.
Goldman Sachs prevê 25% de desemprego
Já para o Goldman Sachs, o desemprego deve bater os 25%, com retomada bastante lenta. A previsão é de taxa de desemprego próxima a 10% até o final do ano.
Vale recordar que, antes da crise, em fevereiro, o desemprego alcançava um mínimo histórico de 3,5%. E que o emprego é um item fundamental para a retomada da economia.
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Antecedente de emprego atinge seu menor nível