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Como fica a Eletrobras (ELET3 ELET6) com a privatização?

Como fica a Eletrobras (ELET3 ELET6) com a privatização?

A privatização da Eletrobras (ELET3 ELET6), ou processo de capitalização, como vem sendo chamada pelo governo, vai além de um simples processo de venda de uma empresa. Esta tem o poder de organizar o setor de energia como um todo.

Isto porque a Eletrobras é uma das mais importantes empresas do setor. Ela é responsável por uma participação de 30% do mercado como um todo. Mas esse Market share vem se reduzindo a cada ano que passa.

Diogo Mac Cord, secretário Especial de Desestatização Desinvestimento e Mercados – do governo federal – disse, em uma live promovida pelo BTG Pactua (BPAC11), que a empresa precisa investir algo em torno de R$ 14 bilhões por ano para manter a atual parcela de mercado.

Porém, só tem investido aproximadamente R$ 4 bilhões por ano. Portanto, há um gap de R$ 10 bilhões ao ano que precisa ser superado.

Mac Cord aponta que uma vez privatizada e capitalizada, a Eletrobras poderá se tornar um grande vetor de investimento, tanto no Brasil quanto na América Latina.

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Para o secretário, a privatização é mais benéfico do que se pensa. Ele comparou a elétrica com o caso da Vale (VALE3), privatizada em 1997. Em valores atuais, a mineradora foi vendida a um valor equivalente a R$ 15 bilhões.

“Antes, a mineradora tinha um valor de mercado que era metade da Eletrobras. Hoje é 60 vezes maior”, disse ele.

Eletrobras (ELET3 ELET6): privatização pode render até R$ 100 bilhões ao governo

Mac Cord lembrou que a venda da companhia pode render até R$ 100 bilhões ao governo. Deste total, R$ 20 bilhões entraria de imediato, quando ocorrer a oferta primária de ações. O restante viria em ofertas secundárias.

Pelo cronograma previsto, esta oferta primária pode ocorrer em fevereiro do próximo ano. Após a sanção da lei que abre caminho para a venda, o texto vai para análise do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), que define as bases da política energética do país.

O conselho é responsável por definira as premissas da modelagem financeira da venda. Essa modelagem segue então para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que finaliza a modelagem. Tudo isto está previsto para ocorrer até agosto.

Após isto, segue para o aval do Tribunal de Contas da União (TCU), assembleia de acionistas e demais ritos do mercado. Mac Cord acredita que até fevereiro, tudo deve estar cumprido.

E os investidores, como ficam?

Uma grande dúvida é sobre a participação dos investidores. Na oferta primária, todos os investidores podem participar da compra das novas ações. Somente o governo fica vetado, já que o objetivo é diluir a participação governamental.

Portanto, com exceção do governo, os demais acionistas terão os mesmo direitos com relação a uma oferta normal de ações.

Atualmente, a Eletrobras é listada como companhia do Nível 1 de Governança Corporativa. Em 5 de julho, a União detinha 51,82% dos papéis ON da empresa. O braço de participações do BNDES, o BNDESPar, possuía outros 11%. O próprio BNDES possuía 5,78%. Distribuídas em bolsa, estão 22,69% de ações ON.

Eletrobras

Com relação às ações PN, 76,70% estão negociadas em bolsa a demais investidores. O BNDES possui 6,67% e a 3G Radar Gestora de Recursos possui mais 10,09%.

Com relação ao resultado financeiro do primeiro trimestre, a empresa obteve um lucro líquido IFRS – utilizado pelas empresas do setor elétrico – de R$ 1,6 bilhão. Este resultado é 31% maior do que nos três primeiros meses do ano passado, quando chegou a R$ 1,2 bilhão.

A dívida bruta da companhia atingiu R$ 46,6 bilhões, sendo 68% em real e 27% com dívidas em dólar. Da moeda nacional o perfil da dívida tem 38% de CDI, 16% da TJLP e 21% da Selic.

Eletrobras

Dados e relevância da Eletrobras

Os dados relativos à operação da companhia no país, dão uma ideia de sua relevância no cenário energético nacional.

Na parte de geração de energia, a empresa possui uma capacidade instalada de 50.676 megawatts (MW), ou seja: esse é o montante total que as usinas na qual a empresa possui ou tem participação são capazes de gerar. Isto representa 29% de todo o parque gerador nacional.

A garantia física – que é aquilo que as usinas da empresa conseguem entregar ao mercado, chega a 27.565 MW médios, em dados do primeiro trimestre do ano. Já o total de energia gerada nos três primeiros meses do ano foi de 51.545 MW médios, representando 33% de toda a energia gerada no país entre janeiro e março.

As receitas de geração atingiram R$ 1,03 bilhão nos três primeiros meses do ano contra R$ 930 milhões do mesmo período de 2020.

Com relação ao segmento de transmissão de energia, a companhia é responsável por 43,1% de todas as linhas de transmissão do pais. O que significa que estão sob o comando da companhia, um total de 73.230 quilômetros de linhas.

A transmissão é a atividade na qual a energia é enviada a longas distâncias, como por exemplo de uma usina de um determinado estado para outro, onde chega a uma subestação. Neste, a tensão é reduzida para que a energia seja injetada na distribuição local.

Um pouco de história

A companhia elétrica teve sua fundação em 1961, pelo governo de Jânio Quadros. Mas o projeto de criação de uma estatal de energia circulava no Congresso Nacional desde 1954, por meio de uma proposta do presidente Getúlio Vargas.

Ao longo dos anos, a estatal teve grande importância no processo de industrialização do país. A empresa não apenas contribuiu para a geração e distribuição de energia, mas também para planejamento e expansão do setor.

Hoje a companhia tem suas operações em todo território nacional. Seu maior número das linhas de transmissão elétrica é das empresas subsidiárias.

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