A previsão do Copom de reduzir em mais 0,75 ponto percentual a taxa Selic em sua próxima reunião não é algo “escrito na pedra”.
A afirmação foi feita por Fabio Kanczuk, diretor de Política Monetária do Banco Central, ao participar de evento virtual promovido pela American Chamber of Commerce nesta quarta-feira.
Dúvidas sobre como investir? Consulte nosso Simulador de Investimentos
De acordo com o executivo, o BC está longe de estabelecer um limite a partir do qual a redução dos juros perderia eficácia.
“Não vi esse 2,25% como algo que foi escrito na pedra, algo fixo, que temos que ter em mente e não podemos cruzar. Vimos diferentes membros do comitê fazendo cálculos diferentes”, pontuou.
“Alguns estão usando o cupom cambial. Alguns estão indo em direção a diferentes ativos, outros olhando a parte baixa da curva, e tirando o prêmio. Outros olhando para o cenário de evolução da dívida/PIB. As pessoas não têm um número claro, discordam, é um número dinâmico”, completou Kanczuk.
Câmbio na mira
De acordo com o executivo do Banco Central, a preocupação expressada em março pela instituição sobre não deixar a Selic ser reduzida abaixo de 2,25% ao ano tem explicação.
Os benefícios de se ter um assessor de investimentos
“Então, a questão aqui e que o BC está preocupado tem mais a ver não com a inflação, mas sim com a estabilidade financeira e como depreciações do real podem prejudicar o crescimento, em especial em companhias que não tenham um hedge [proteção contra perdas] perfeito”, comentou.
“Então, é uma questão mais de um efeito no balanço patrimonial das empresas e como a depreciação pode prejudicar essas firmas”, complementou o diretor.
Reservas internacionais
Segundo Fabio Kanczuk, o volume de reservas internacionais do País está “ok” no momento, em US$ 345 bilhões e, por isso, “não é hora de vender”.
“Não precisa vender, porque estão agindo como portfólio, se valorizando e reduzindo a dívida”, observou.
“Não há meta de diminuir ou aumentar as reservas. Se o mercado estiver estressado, vendemos um pouco. No futuro, se estiver otimista, compramos um pouco de reservas”, completou.
Títulos
O diretor do Banco Central também foi abordado sobre a atuação da instituição na compra de títulos públicos e privados durante a crise, após a emenda constitucional ter sido aprovada pelo Congresso.
Para Kanczuk, a atuação do BC será pautada pela busca do bom funcionamento do mercado, como a instituição costuma fazer em suas intervenções no câmbio.
“Se há mau funcionamento do mercado, preços estão malucos, talvez por conta da liquidez, e o mercado não tem capacidade de digerir essa grande porção de novos títulos que o Tesouro tem que colocar, aí o BC pode agir, mas muito cuidadosamente para não distorcer outras partes da curva de juros”, concluiu.
*Com informações do G1
Planilha de ações: baixe e faça sua análise para investir