O Banco Central divulgou nesta segunda-feira, 27, os dados das transações correntes e do Investimento Direto no País (IDP) relativos a dezembro de 2019 e o acumulado do ano.
Em 2019, o déficit foi de US$ 50,8 bilhões, 22,2% mais alto do que em 2018. O resultado corresponde a 2,76% do Produto Interno Bruto (PIB) e é o pior resultado para contas externas desde 2015.
Os ingressos líquidos de IDP somaram US$ 78,6 bilhões, correspondendo a 4,27% do PIB, patamar próximo aos US$ 78,2 bilhões registrados no ano de 2018, equivalente a 4,15% do PIB.
Transações correntes
O déficit em transações correntes totalizou US$ 5,7 bilhões em dezembro, ante déficit de US$ 6,1 bilhões no mesmo mês de 2018.
Exportações e importações
As exportações somaram US$ 18,2 bilhões em dezembro, recuo de 6% em relação ao mesmo período de 2018.
As importações aumentaram 0,3%, para US$ 13,4 bilhões.
Déficit na conta de serviços
O déficit na conta de serviços atingiu US$ 3,5 bilhões em dezembro, 2,7% superior ao resultado de dezembro de 2018.
Déficit na renda primária
O déficit em renda primária reduziu 23,2% em dezembro, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, somando US$ 6,7 bilhões. Os gastos líquidos com juros somaram US$ 3,2 bilhões no mês, aumento de 20,3% no ano, com redução de receitas e expansão de despesas.
Reservas internacionais
O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 356,9 bilhões em dezembro, com redução de US$ 9,5 bilhões ante novembro.
Tá, e aí?
Em relatório de análise a clientes, a Rosenberg & Associados destacou que o resultado veio em linha com o esperado, sendo a maior contribuição para esse movimento vindo da queda do superávit da balança comercial.
O saldo positivo da balança comercial recuou de US$ 53 bilhões em 2018 para US$ 39,4 bilhões em 2019. Para a consultoria, entretanto, essa piora foi mitigada pelo menor déficit da conta de serviços e rendas.
“Para 2020, esperamos continuidade do aprofundamento do déficit em Transações Correntes em dólares – num ritmo mais moderado que o visto em 2019”, destaca a Rosenberg.
“A deterioração mais lenta da balança comercial também deve a maior ser responsável pelo movimento. De todo modo, o déficit segue plenamente financiável pela entrada de recursos para investimentos (IDP)”, destaca.