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CVC (CVCB3) foi o grande destaque da semana passada, será que vale a pena investir?

CVC (CVCB3) foi o grande destaque da semana passada, será que vale a pena investir?

Apesar dos resultados insatisfatórios dos últimos dois anos, as ações da CVC (CVCB3) apresentaram forte valorização na semana passada. Entre os dias 14 a 18 de março, os ativos da empresa tiveram elevação média de aproximadamente 27%.

Quarta-feira (16), por exemplo, as ações cresceram 17,15%, fechando o dia a R$11,82, sendo as mais negociadas na Ibovespa.

Esse aumento foi motivado pela divulgação do resultado operacional positivo do quarto trimestre de 2021, na noite de terça-feira (15), que apresentou grande aumento das vendas e reversão do desempenho negativo do ano anterior.

Já na sexta-feira (18), as ações da companhia chegaram a liderar o índice, com os papéis subindo 10,12%. Contudo, os ativos encerraram o dia com alta de 9,80%, fechando em R$13,45.

Apesar dessa evolução, surgem entre os investidores algumas dúvidas sobre as vantagens de aplicar em ações da CVC.

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Por isso, neste artigo, explicamos se este é o momento adequado para investir em ativos desta empresa.

Sobre a CVC

A CVC se destaca como um dos principais grupos do setor de turismo da América Latina. Atualmente, conta com mais de 1,2 mil lojas franqueadas, mais de 12 mil agências parceiras e 13 milhões de clientes atendidos por ano.

No mercado financeiro, a agência de viagens é a única que possui ações no Ibovespa, tendo os seus ativos negociados na B3 (B3SA3), usando o ticker CVCB3. Ao todo, a empresa tem 224.231.429 milhões de ações negociadas.

Pandemia afetou o setor de turismo

A pandemia de Covid-19 afetou o setor de turismo de forma significativa. Junto com a Cultura, o segmento foi o mais prejudicado pela crise sanitária, chegando a reduzir 59% do faturamento, de acordo com os dados do Ministério do Turismo, publicados em junho de 2021.

Consequentemente, a CVC registrou fortes perdas durante esse período. No primeiro ano da crise sanitária (2020), a companhia teve um prejuízo líquido de R$ 1,72 bi. Já os ativos da empresa apresentaram queda de 20,8% ao longo daquele ano, enquanto, em 2021, a empresa terminou o ano com prejuízo líquido de R$ 148,8 mi.

Nos últimos 12 meses, as ações da empresa evidenciaram contrações. Conforme mostra o gráfico abaixo,o prejuízo médio foi de aproximadamente 23,71 % no decorrer desse período. Em relação aos últimos seis meses, as quedas foram de 38,70% e, nos últimos 30 dias, os ativos apresentaram fortes perdas, mas, por conta da valorização durante a semana, tiveram evolução de 1,20%.

Embora os dois últimos anos tenham sido desafiadores, o cenário mostra-se mais favorável para a CVC. Conforme o balanço divulgado na última terça-feira, a empresa fechou, pela primeira vez desde o início da crise sanitária de Covid-19, o trimestre com resultado operacional positivo.

Além disso, o presidente da companhia Leonel Andrade, em entrevista ao Valor, declarou que negocia o fretamento de aviões com empresas aéreas. O objetivo é fechar itinerários importantes para os clientes e negociar boas condições para incentivar as vendas.

Segundo Andrade, nos próximos 15 dias, a CVC anunciará um acordo de fretamento e destaca que o momento oferece a oportunidade para aceitar riscos de alguns aviões, uma vez que as empresas aéreas estão com volume de voos reduzido, o que indica que as aeronaves encontram-se paradas.

Números do 4º trimestre de 2021 da CVC (CVCB3)

Conforme aponta o relatório do BTG Pactual (BPAC 11), referente à análise dos dados da CVCB3, no 4TRI21, a empresa de turismo registrou receita líquida de R$ 262 mi, um aumento de 28% t.t e 85% a.a.

A receita B2C também apresentou elevação, anotando um percentual de 45% t.t, simultaneamente ao índice take rate, que cresceu 13,2% – taxa superior aos 12,2% registrados no mesmo período do ano anterior.

Por outro lado, a receita B2B mostrou-se estável, em R$ 78 mi, tendo elevação de 68% a.a, com take rate ampliando 20 bps t.t para 6.3%.

Sobre as despesas operacionais recorrentes, elas totalizaram R$ 296 mi no 4T21, um acréscimo de 9,6% a.a e 9% superior às expectativas da instituição. Esses resultados são decorrentes de investimentos em tecnologia da informação, além da inflação da mão de obra. No entanto, a CVC conseguiu baixar a porcentagem do total de pedidos, com redução de 480 bps a.a.

Em decorrência disso, o EBITDA ajustado chegou a R$ 9 mi, número abaixo dos R$ 33 mi assinalados no 3T21. Além disso, a empresa teve um prejuízo de R$ 146 mi, inferior aos R$ 392 mi do 4T20.

No que diz respeito à análise da estrutura de capital da CVC para o crescimento pós-pandemia, o relatório informa que a “CVC encerrou o 4T21 com uma posição de caixa de R$ 987 milhões (impulsionada por um aumento de capital de R$ 454 milhões no 3T21), R$ 1,8 bilhão em recebíveis (incluindo R$ 714 milhões em adiantamentos a fornecedores) e R$ 990 milhões em dívida financeira, além de mais R$ 2,1 bilhões em vendas antecipadas de pacotes de viagens que impactarão o FCF nos próximos trimestres”.

CVC (CVCB3) deve ser beneficiada em um período de médio e longo prazo

Ao longo dos últimos dois anos, a CVC foi muito afetada pela pandemia de Covid-19. Além do mais, a empresa foi vítima de ataques cibernéticos em outubro do ano passado, o que também prejudicou suas reservas.

Entretanto, o cenário dá indícios de melhora no setor de turismo, visto que há mais pessoas vacinadas contra o coronavírus e a busca por viagens vem aumentando nos últimos meses. Nisso, a empresa projeta maiores lucros, em razão dessa abertura e das novas lojas apresentarem resultados superiores ao esperado.

O relatório BTG considera os resultados obtidos no 4T21 ainda transitórios e destaca que ela deve ser uma das empresas mais beneficiadas com a reabertura econômica, bem como tem a possibilidade de alavancar seus relacionamentos de longo prazo com a indústria hoteleira e as companhias aéreas do setor B2B.

Dito tudo isso, o ambiente macroeconômico, com inflação e taxa de juros mais altas, para a CVC (CVCB3) ainda é um dos principais desafios, que já ela foi duramente afetada pela pandemia. Contudo, a retomada do convívio social aliado com os bons resultados operacionais da agência de turismo pode ser uma oportunidade para investir, visto que os papéis estão com bons descontos.

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