Mais segurança e transparência, o que podemos esperar com o avanço dos criptoativos e DeFi (finanças descentralizadas) em 2022?
Algumas iniciativas, consideradas pioneiras em nível global, como o lançamento de ETFs de cripto ativos na B3, já despontam.
Além disso, como o investidor pode rentabilizar seus ganhos neste novo mercado?
Para abordar o tema, Michela Galvão, especialista em DeFi e criadora do Canal “Diversas Criptos” e Marielle Brugnari, gerente de Non-Cash Equities da B3 se uniram à Paula Reis, trader e fundadora do canal “Mulher Trader”, do Youtube, no evento “Lugar de Mulher é Onde Ela Quiser, Inclusive na Bolsa de Valores!”, organizado em parceria com a B3.
Acompanhe aqui as últimas movimentações do mercado.
Mercado de criptomoedas: o que se pode esperar sobre segurança?
“O mercado cripto já está inserido no mercado financeiro tradicional. Só que com um detalhe novo agregado: o blockchain, que funciona como um ‘livro razão’, no qual tudo que é feito na rede, fica registrado.
Tudo que acontece é público, todo mundo tem acesso. Tudo é descentralizado, ou seja, usamos os recursos financeiros, mas sem um órgão centralizado.
Nas plataformas de DeFi, é possível criar contratos inteligentes, que aprendem cada vez mais.
Resumindo, trata-se de uma nova tecnologia, mas aplicada a um mercado que já existe há anos”, explica Michela Galvão, especialista em DeFi e criadora do Canal Diversas Criptos.
Lançamentos de ETFs de criptomoedas: o que são esses fundos?
A gerente de Non-Cash Equities da B3, Marielle Brugnari, relata que o primeiro lançamento de ETF de criptomoedas aconteceu em 2021. No entanto, o assunto começou a ser discutido muitos antes.
“Começamos a conversar com o regulador entre 2017 e 2018. Temos, hoje, sete ETFs de cripto ativos negociados na B3.
Desses, três são de cestas de moedas, um de cesta de cripto e dois de DeFi. Outros dois ETFs são de índices relacionados a Bitcoins e dois do Ethereum”, explica a gerente.
200 mil investidores em ETFs de cripto
“Hoje temos quase 200 mil pessoas físicas que investem nesse ETFs de cripto. Para se ter uma ideia, o quinto maior ETF na B3 é de criptomoedas”, comemora Marielle.
Como escolher os ETFs?
“A diferença entre os ETFs são os índices e o foco de atuação. Assim como os demais ETFs do mercado, também é importante para o investidor diversificar e escolher o nicho no qual quer entrar.
Os ETFs são, portanto, ótimas escolhas, pois dão a oportunidade de diversificar, mas investindo em um único ativo”, destaca.
Mais segurança nas transações
“O potencial de crescimento deste mercado é gigantesco. Ainda é só o começo.
Um ponto que facilita o acesso do investidor pessoa física é quando o produto está listado, tem formação de preços aqui no país e no qual é possível comprá-lo em uma corretora”, dimensiona.
Brasil: pioneiro em criptomoedas na bolsa de valores
“Em criptomoedas, a B3 é a terceira bolsa a lançar ETF. Ficamos apenas atrás de Bermudas e Canadá. Depois, vimos algo nos EUA e Europa”, comenta a gerente da B3.
- Veja também: Iniciativas ganham a B3 com o lançamento do DEFI11 e do ETF QDFI11, primeiros ETFs de DeFi na bolsa brasileira.
Criptoativos e DeFi: como ter renda passiva?
“Resumidamente, as DeFis dão acesso aos mesmos produtos do sistema financeiro tradicional, mas de forma descentralizada, dentro da tecnologia blockchain. Meu primeiro aporte, por exemplo, foi em um índice de uma cesta de projetos da rede Ethereum. Na época, eu entendia muito. Por isso, acredito que o ETF facilite a adoção de pessoas leigas e/ou que ainda tenham medo de ingressar neste mercado”, avalia Michela Galvão.
Mercado de criptos: é possível ser conservador?
“A operação em cripto exige estudo. É preciso entender a dinâmica e ir diversificando.
Hoje, depois de estudar muito, consigo fazer investimentos e ter recompensas (dividendos). Sei como colocar o dinheiro para trabalhar. Para quem quer entrar no mercado, sugiro que comece com pouco para entender seu perfil. Mesmo dentro de cripto é possível ser conservador”, ela diz.
“Estamos em um mundo que está mudando rápido. É preciso estar um passo à frente. Ter um ETF de cripto era inimaginável há poucos anos”, argumenta a especialista em DeFi.
Entendendo o universo das DeFis
“Hoje é possível entrar nesse mercado não apenas da forma como conhecemos: comprando e vendendo criptos. É possível também emprestar uma parte desse ativos para um projeto e obter retorno de recompensas. Dá para ganhar de duas formas: na valorização e no aumento da quantidade de moedas. É a mágica dos juros compostos trabalhando a favor do investidor”, explica Michela.
Qual a melhor estratégia em DeFi?
“Para ter uma boa estratégia para receber essas recompensas, é preciso estudar os projetos e o mercado. Analiso sempre fundamentos como inovação, prazos, responsáveis e a liquidez para decidir seu nível de risco”, esclarece a investidora.
Como está o andamento das regulações?
“Temos conversado muito com os reguladores. A preocupação é dar segurança e transparência aos investidores. Ter preços praticados que sejam fair com o mercado. Além disso, em breve, teremos também os derivativos de criptos”, comenta Marielle Brugnari .
- Leia também: Criptomoedas: a quantas anda a regulamentação pelo mundo?
Criptoativos e DeFi: na regulamentação, foco deve estar na segurança
“A liberdade está sempre no centro quando falamos em criptos. Sem intermediários, pier to pier. Contudo, quanto mais segurança, maior a adesão ao mercado.
No entanto, no quesito ‘regulação’, não podemos cair no tradicional. Por isso, o foco deve estar na segurança do usuário.
Quando falamos em corretoras, por exemplo, acho muito positivo, pois é uma referência a recorrer, caso algo dê errado. Nas criptos, ainda não temos isso”, finaliza Michela.
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