A julgar pelas estatísticas recentes, as perspectivas de 2020 para a economia chinesa parecem assustadoras.
Isso porque o índice de compras da China (PMI) ficou abaixo de 50 por seis meses, entre de maio a outubro. Só em novembro que se verificou uma ligeira expansão de 50,2.
O índice de preços ao consumidor de novembro, importante indicador da inflação, saltou 4,5% em relação ao ano anterior, marcando uma alta de 94 meses.
As desacelerações econômicas geralmente levam a uma queda na taxa de inflação devido à menor demanda. Porém, uma inflação mais alta em meio à desaceleração da economia costume levar a uma estagflação.
Existem muitas teorias sobre o motivo pelo qual o crescimento econômico da China está desacelerando.
A guerra comercial EUA-China pode ser um fator, mas seu impacto na economia chinesa não é tão grande quanto muitos pensam. Dados do Bureau Nacional de Estatística (NBS) mostram que nos três primeiros trimestres de 2019 os gastos com consumo contribuíram 60,5% para o crescimento econômico. Enquanto isso, a contribuição para formação de capital foi de 19,8% e a exportações líquidas foi em 19,6%.
As importações no país caíram, refletindo o comportamento de uma economia doméstica lenta.
Dado o crescimento lento do PIB, os círculos acadêmicos e empresariais começaram a se perguntar: a China ainda pode manter um crescimento de 6% no próximo ano?
Na opinião de Xu Bin, professor de Finanças e Economia da China Europe International Business School, o governo central certamente tomará algumas medidas para impedir que o crescimento econômico caia para menos de 6% em 2020.
No próximo ano será um momento crucial para a China atingir a meta de dobrar o PIB de 2010. Mas isso não deve ser um objetivo difícil de o governo chinês alcançar. Já que o país ainda possui ferramentas de política fiscal e monetária que garantem um crescimento de quase 6% em 2020.
Embora as políticas fiscais e monetárias expansionistas possam retardar a desaceleração econômica no curto prazo, espera-se que seus efeitos marginais na economia diminuam e sejam limitados. Em outras palavras, algumas vezes o objetivo das políticas de estímulo é ajudar o mercado a manter expectativas estáveis para o futuro.
Sendo assim, uma das razões para manter o crescimento do PIB próximo a 6% é estabilizar as expectativas, incluindo a de que a economia da China permaneça estável.
De fato, pode haver uma tendência de queda na economia no curto prazo, mas é fundamental que a economia esteja estabilizada, sobretudo no momento em que a economia está sob pressão.
Empresas privadas na China
Além do crescimento constante, outro aspecto importante da estabilização das expectativas é tratar a economia privada com estabilidade política. O futuro da economia chinesa, em grande medida, dependerá da vontade de investimento das empresas privadas.
De acordo com a NBS da China, o crescimento do lucro nas empresas estatais está em território negativo este ano. Enquanto isso, o das empresas privadas tem sido positivo, apesar de a taxa de crescimento cair de 10% para cerca de 5%.
Isso mostra que a economia privada ainda apoia o crescimento econômico da China, apesar de mostrar enfraquecimento.
Agora, alguns da economia privada relutam em fazer investimentos devido ao desempenho econômico em baixa ou à incerteza política. Esse é um grande problema, que terá um impacto direto no crescimento econômico futuro.
Na China, o governo desempenhou um papel muito importante no mercado. Nas atuais circunstâncias, o governo deve abrir mais a porta do mercado para o setor privado. Quanto mais a porta se abre, maior o papel que o mercado pode desempenhar.
Em suma, durante o atual período de mudança, as autoridades devem fortalecer o papel do mercado na alocação de recursos e deixar a economia privada expressar plenamente sua vitalidade e criatividade.
Esta não é apenas a melhor estratégia para lidar com pressões externas, mas também a base para o desenvolvimento constante e sustentável da economia chinesa a longo prazo.
Fonte: Global Times
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