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Covid-19: aéreas europeias são afetadas pela epidemia do vírus que se alastra pelo continente

Covid-19: aéreas europeias são afetadas pela epidemia do vírus que se alastra pelo continente

As companhias aéreas europeias estão reduzindo drasticamente seu alcance de atuação por causa do alastramento acelerado do Covid-19 no continente. Um mês depois de suspenderem grande parte dos voos com destino à China continental, país epicentro da epidemia, agora as companhias europeia enfrentam o surto dentro de casa, especialmente na Itália.

As aéreas estão reduzindo horários de voo e aplicando medidas de economia. Uma delas é low cost britânica EasyJet, que anunciou o cancelamento de voos num montante que pode chegar a 500, entre 13 e 31 de março, a maioria tendo a Itália como origem e destino.

As informações são da agência de notícias AFP.

“Estes aproximadamente 500 voos representam 11% do volume de voos para e da Itália, para o mês de março”, informou um porta-voz da empresa à AFP. Representa ainda “um pequeno percentual” do número de voos totais da companhia.

Itália mais afetada pelo Covid-19

A Itália é o país europeu mais afetado pelo novo coronavírus, conhecido como Covid-19. São 889 casos confirmados, até o sábado (29), 9h, com 21 mortes. Até autoridades como o governador da Lombardia, Attilio Fontana, precisará ficar em quarentena nas próximas duas semanas após uma de suas funcionárias ter dado positivo.

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Nesse cenário, o International Airlines Group (IAG), proprietário de várias companhias importantes, como a Iberia e a British Airways, anunciou ter cancelado seus voos a Milão e reduzirá seus serviços à Itália nos próximos dias.

O mesmo caminho está sendo seguido pela British Airways, que opera dez voos diários a Milão a partir de Londres.

Já a Air France está fazendo um “sutil ajuste no horário” de alguns voos para Milão, Bolonha e Veneza “reagrupados”, disse um representante da companhia à AFP. “Um dos cinco voos diários entre Paris e Veneza, por exemplo, foi cancelado e os passageiros foram transferidos a outros aviões. No entanto, ‘não há nenhuma outra decisão’ para além deste fim de semana”, informou a fonte à agência de notícias.

A Brussels Airlines informou que reduzirá em 30% seus voos a Milão, Roma, Veneza e Bolonha nas próximas duas semanas, até 14 de março. A companhia aérea belga “observa uma tendência geral negativa nas reservas em quase todos os mercados europeus, mas o norte da Itália é o mais afetado”, segundo comunicado.

Por fim, a AFP informa que “a companhia húngara de baixo custo Wizz Air, que tem uma forte presença na Polônia, está reduzindo em cerca de 60% seus voos para a Itália a partir de Varsóvia e outras cinco cidades polonesas ’em vista da diminuição do interesse para este destino'”.

Contra o tempo

Apesar das autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) terem elevado o risco de pandemia para “muito alto”, o maior possível dentro da organização, ainda se crê que até o final de março o problema estará estabilizado em todo o mundo. Essa é a projeção mais otimista.

Mas as companhias devem se precaver para um cenário pior: o verão. Se o surto se estender até a estação quente, que começa em junho, o prejuízo já sentido agora, no inverno, poderá ser pior. É justamente quando as aéreas têm seu melhor sazonal. As ações das empresas foram afetadas nos mercados financeiros e todas elas buscam, antecipadamente ao cenário pessimista, reduzir seus custos.

“Assim, nesta sexta”, informa a AFP, “a Easyjet anunciou o congelamento das contratações, dos salários e das promoções, uma redução dos gastos administrativos e uma ‘oferta de dispensas não remuneradas’ a seus funcionários”. A alemã Lufthansa seguiu a mesma trilha.

A IAG parou de emitir prognósticos dos resultados financeiros para 2020 por causa da epidemia.

A Finnair, maior companhia aérea da Finlândia advertiu, através do seu CEO, Topi Manner, “que o resultado operacional da companhia em 2020 será ‘significativamente menor’ do que o do ano anterior. Embora neste momento o impacto seja ‘limitado’, ‘vemos um efeito negativo na demanda’, admitiu em um comunicado.

“É difícil prever como a situação se desenvolverá nos próximos meses”, ressaltou.

A KLM e a Air France também estão reduzindo custos. A perda de receitas com a suspensão dos voos para a China de fevereiro a abril ficou entre 150 e 200 milhões de euros.

“A temporada de verão na Europa poderia desaparecer se a situação se deteriorar na Itália e vemos, por exemplo, um aumento dos casos na França. Já estamos vendo que as empresas estão restringindo as viagens de negócios para proteger seus funcionários”, afirma Neil Wilson, analista da Markets.com, à AFP.

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