Descubra as 10 Maiores Pagadoras de Dividendos da Bolsa
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Educação Financeira
Com Selic em alta por tempo prolongado, é hora de ir para o consórcio?

Com Selic em alta por tempo prolongado, é hora de ir para o consórcio?

Com a taxa Selic elevada, os financiamentos ficaram mais caros e o consórcio cresce como uma alternativa viável e acessível; entenda!

A permanência da Selic em níveis elevados encareceu os financiamentos, mudando o cenário do crédito no país: bancos estão mais criteriosos, priorizando clientes de renda mais alta e afastando parte significativa da população de financiamentos tradicionais. Para muitos brasileiros, o consórcio se tornou a principal porta de entrada para adquirir um imóvel ou veículo, mas será que essa é a melhor opção com a Selic em alta?

Cauê Ostetto, Head de Consórcios da EQI Investimentos, observa que esse movimento já reflete nos números.

“Com o crédito “mais caro”, as instituições buscaram clientes com perfil de renda maior. Isso fez com que o consórcio ganhasse força entre os consumidores que buscam alternativas mais acessíveis para realizar seus objetivos.”

Segundo ele, o modelo cresceu 19,7% entre janeiro e maio de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024 — um salto puxado tanto pelo volume financeiro quanto pela quantidade de cotas comercializadas.

O crescimento dos consórcios não é pontual.

Publicidade
Publicidade

Em 2025, o setor bateu recordes históricos: mais de 2,07 milhões de cotas foram vendidas nos primeiros cinco meses do ano, movimentando R$ 186 bilhões. Sendo este o maior volume dos últimos 20 anos, segundo Ostetto. Em maio, o número de participantes ativos chegou a 11,73 milhões.

Entre os segmentos, os imóveis lideram em volume financeiro, com 44,7% das vendas. No entanto, em número de contemplações, os consórcios de veículos leves foram destaque com 308 mil contemplados — mostrando que, mesmo em um cenário de Selic alta, o consumidor continua comprando, mas de forma mais planejada.

“O que surpreende também é o numero de participantes ativos, 11,73 milhões em maio, a quantidade de cotas contempladas no ano é de 722 mil, com R$ 47 bilhões de créditos disponibilizados”, comenta.

O segmento de veículos leves representou 15% das vendas, quando falamos de contemplações, tivemos 308 mil, liderando o ranking Já os imóveis, representaram 44,7% das vendas,, com 55 mil contemplados em 2025.

Consórcio é mais barato?

Para quem compara o custo total de aquisição, a diferença é gritante. Segundo Cauê, o consórcio pode ser até 50% mais barato que um financiamento tradicional, considerando taxas, encargos e correções. O motivo? Enquanto o financiamento embute juros elevados nas parcelas, o consórcio opera com uma taxa de administração pré-definida e estável ao longo do contrato.

Mesmo com a Selic oscilando entre extremos, o consórcio mantém sua taxa de administração praticamente inalterada. “São modalidades diferentes, o consórcio com o custo mais barato e como estratégia de planejamento e o financiamento é mais caro, mas para uma opção de compra a curto prazo”, reforça Ostetto. Isso garante previsibilidade e menor impacto no orçamento do consumidor.

Tem pressa? Existem estratégias para acelerar a contemplação

Quem deseja acesso rápido ao bem precisa entender que o consórcio exige planejamento. Contudo, há alternativas para antecipar a contemplação, como os lances. Segundo Ostetto, “os lances são uma maneira eficiente de receber o crédito antes do sorteio. Mesmo que o cliente não precise desembolsar o valor no momento do lance, ele já pode ser contemplado se o valor oferecido for suficiente.”

Para quem já possui alguma reserva, essa é uma grande vantagem. “Quem já possui recursos poupados, consegue ofertar lances livres para acelerar o recebimento do crédito”, explica o especialista. Além disso, a escolha do grupo e da administradora faz toda a diferença: grupos mais equilibrados e com bom histórico de contemplações aumentam as chances de sucesso.

Lances altos, inadimplência estável: os impactos indiretos da Selic

Mesmo que a Selic não interfira diretamente nas taxas do consórcio, seus efeitos indiretos são sentidos. “Com o financiamento mais caro, os lances nos consórcios também subiram. Quem quer o crédito com mais rapidez precisa estar disposto a investir mais no lance”, alerta Cauê Ostetto.

Apesar desse aumento nos lances, não houve crescimento da inadimplência.

“Com o custo do dinheiro mais caro no financiamento, os lances nos consórcios também subiram, fazendo com que o cliente que busca o crédito a curto prazo, precise descapitalizar mais para ter acesso ao recurso. E mesmo em um cenário de juros altos, não há registro quanto ao aumento da inadimplência”, diz o especialista, reforçando a solidez da modalidade frente às turbulências macroeconômicas.

FGTS no consórcio: sim, é possível

Uma das perguntas mais comuns é se o FGTS pode ser usado no consórcio de imóveis — e a resposta é sim. Segundo Ostetto, o fundo pode ser usado tanto como lance quanto para amortizar o saldo devedor.

“Porém, para isso é necessário obedecer as regras estabelecidas. O imóvel não pode ter avaliação de mercado superior a R$ 1,5 milhão e deve ser o único imóvel na cidade que reside ou trabalha.”

Só em 2025, mais de R$ 123 milhões foram usados por consorciados por meio do FGTS. Foram mais de 1.600 pessoas beneficiadas, demonstrando como o consórcio consegue se encaixar até mesmo nas políticas de habitação e programas de incentivo à moradia.

Expectativa x realidade: o erro de quem entra no consórcio

Um dos maiores motivos de frustração — e cancelamentos — é a expectativa equivocada de que o consórcio é uma forma de crédito rápido.

“Por ser um instrumento de auxilio no planejamento para a aquisição, precisamos entender que o consórcio é um meio de adquirir um novo bem, de forma mais acessível que as modalidades tradicionais”, afirma Ostetto. Ele destaca que o consórcio é, antes de tudo, uma estratégia de planejamento.

Consórcio acompanha a valorização dos bens e protege o poder de compra

Com os imóveis e veículos se valorizando, os valores das cartas de crédito também aumentaram. Isso ocorre porque os créditos são atualizados por índices como INCC (para imóveis) e FIPE ou IPCA (para veículos) ganhando valorização. “Isso protege o poder de compra do consorciado”, explica Cauê Ostetto.

Assim, mesmo em um cenário inflacionário, o consórcio preserva o valor investido. Além disso, há flexibilidade: o valor da carta pode ser usado para diferentes finalidades, desde que respeite a natureza do bem — um diferencial importante em relação ao financiamento tradicional.

Perfil dos consorciados vem mudando

Com o avanço digital, o consórcio deixou de ser uma modalidade burocrática e ganhou agilidade. “Hoje, tudo pode ser feito com processos mais ágeis, rápidos e simples. Em todas as etapas do processo, desde a contratação até a liberação dos recursos para a compra do bem”, diz Ostetto.

Segundo o especialista, o consórcio é um dos instrumentos de crédito mais democráticos do mercado. O público mais ativo está na faixa dos 30 aos 50 anos, mas há participantes entre 18 e 70 anos. “Há quem busque a compra do primeiro carro, a troca de imóvel, a renovação da frota ou o sonho da casa na praia.”

Estável em meio à instabilidade

Mesmo em tempos de juros altos, crise fiscal e incertezas econômicas, o consórcio segue crescendo. “É uma modalidade que nasceu no Brasil na década de 1960 e passou pela Selic a 2% e também por juros acima dos 20% ao ano. Com a regulamentação da Lei 11.795/2008, ganhou ainda mais segurança e credibilidade”, destaca Cauê Ostetto.

Para ele, a tendência é de crescimento contínuo. Enquanto o financiamento se torna inviável para muitas famílias, “o consórcio é a forma de crédito mais barata e acessível ao público, possibilitando o planejamento na aquisição. Essa modalidade continuará crescendo nos próximos anos, se reinventando e modernizando para melhor atender aos brasileiros.”

Leia também: