Alô, câmbio! Tudo bem com você?
Você deve se lembrar dos nossos textos das últimas semanas, reforçando que o comportamento da moeda brasileira vai depender dos Bancos Centrais. E mais uma vez, tivemos uma semana com muita volatilidade nos mercados. Os culpados? Discursos dos membros votantes dos BCs e os dados de inflação…
No Brasil, já “está dado”
E fica bem fácil de prever o que deve acontecer. O Bacen foi um dos primeiros a começar a alta de juros lá atrás, quando ainda estávamos em fases preocupantes da pandemia. A inflação já vinha preocupando bastante a autoridade monetária.
E a regra, é clara…
Se o IPCA sobe, os juros não vão parar de subir tão cedo. Ficou convencionado que será assim, justamente pela credibilidade conquistada pela diretoria atual do BC.
Sendo assim, quando temos o dado de inflação acima do esperado, o mercado entende que vem mais alta da Selic pela frente.
Já lá fora…
A regra está bem longe de clara. O Fed parece não estar ligando muito para inflação e não é de hoje.
Por mais que algumas declarações dão conta do contrário, a instituição parece estar mais preocupada com o PIB. E uma eventual recessão à vista…
Tudo junto e misturado
A culpa é das eleições de meio de ano. Biden está com os níveis de aprovação bem baixos e já é dado como muito provável uma derrota importante dos Democratas em novembro.
O que é mais do que certo é o fato de que inflação alta e crescimento baixo não ajudam em nada o partido do presidente. E isso explicaria a “letargia” do banqueiro central de lá…
Com vocês, o “carrego”
De novo, aquela diferença entre as taxas de juros no Brasil e nos EUA.
Se a inflação sobe no Brasil, a leitura é de que a Selic sobe. Ou seja, real se fortalece…
O inverso não é verdadeiro. Se os preços seguem subindo no país mais ao norte, não necessariamente teremos alta de juros por lá. E é exatamente este o “fenômeno” que explica a moeda brasileira mais valorizada recentemente.
Nada de novo por enquanto
Enquanto o Fed continuar neste “chove não molha”, o câmbio tende a ficar abaixo dos R$ 5. Precisa ficar claro se teremos uma atuação mais direta para segurar a inflação. E por hora, Washington quer ouvir falar de tudo, menos de recessão. A conferir…
Por hoje, é só. Agradeço pelo carinho da sua audiência, até semana que vem! Câmbio, desligo.
Por Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior da EQI Investimentos
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