O Banco BTG Pactual (BPAC11) divulgou nesta quarta-feira (16), novo relatório a cerca dos números do Carrefour (CRFB3) no 4TRI21. De acordo com a instituição financeira, o Same Store Sales (SSS) – que é um dos principais indicadores do comércio – conseguiu manter estabilidade devido ao bom índice de vendas. O BTG mantém a recomendação de compra, ao preço-alvo de R$ 27.
No setor de alimentos, o Carrefour encontrou obstáculos em seu SSS. De acordo com o relatório do BPAC11, o percentual obteve queda de 6,1%, número este, inferior no comparativo com o mesmo período de 2020, onde o SSS do CRFB3 cresceu 22,9%. As vendas conseguiram balancear a adversidade, e a marca obteve a expansão de 3,7% a/a – o que é 1% acima da projeção BTG.
A bandeira Atacadão, que integra o grupo Carrefour, vive um bom momento com a consolidação da marca. Ao todo foram inaugurados nove supermercados no 4TRI21, o que totaliza 44 unidades no ano. Este cenário favorável compensou a queda de 5% no SSS a/a e garantiu um crescimento de 6,6% nas vendas.
BTG (BPAC11): varejo vem com indicador em linha com projeção
Em relação ao varejo, o Carrefour obteve queda de 9,2% a/a em seu SSS, número este, em linha com a expectativa do BPAC11. A venda de alimentos cresceu 1,4% e o segmento não alimentício obteve queda de 23% ao ano.
No campo virtual, o GMV de e-commerce, que indica o fluxo de vendas online, registrou o crescimento de 6,6% a/a, o que representa a quantia de R$ 1 bilhão. A operação de marketplace também merece destaque, com o percentual 16% acima das estimativas. Em relação a venda de alimentos, o Carrefour registrou o montante de R$ 471 milhões.
Financiamento ao consumidor
De acordo com o Banco BTG a margem bruta do CRFB3 é de 19,5%, o que é 60bps maior a/a, e este bom resultado, está associado a divisão de atacarejo. O Atacadão obteve margem Ebitda de 7,9%, o que simboliza um crescimento de 40 bps ao ano.
Em contrapartida, a empresa encontrou dificuldades no setor de varejo. O CRFB3 obteve a margem bruta de 23,2%, o que representa um índice negativo de -170bps a/a. O impacto no setor está relacionado ao novo programa de fidelidade, ao trade-down dos consumidores devido a inflação e a queda na venda de produtos que não são alimentícios. Os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização obtiveram o percentual de 5,2%, o que é – 290bps a/a.
A maior rentabilidade do Carrefour foi na divisão de financiamento ao consumidor, onde a empresa conquistou um Ebitda de 8,0%, com o lucro líquido de R$ 766 milhões. Estes números estão 10% acima da expectativa do banco BTG.
Risco com a inadimplência
O cartão Atacadão foi responsável por 35% do faturamento do Carrefour e contribuiu para alavancar a empresa em sua divisão de financiamento ao consumidor. Ao todo, o CRFB3 registrou um crescimento de 14,6% ao ano, com o valor de R$ 13,3 bilhões.
Já no cartão Carrefour, a empresa obteve expansão de 8,8% ao ano. O sucesso no crédito está associado as transações no âmbito virtual, e dentro deste setor, a rede CRFB3 cresceu 20% ao ano em suas vendas.
Também houve a progressão de 13% a/a para R$ 15,3 bilhões na carteira de crédito, e estes números mostram que o Carrefour conseguiu manter a tendência dos últimos trimestres. A inadimplência de 10,7% na carteira de crédito é o maior obstáculo para a rede de supermercados.
Conclusão
Para o Banco BTG, a inflação e a redução no poder de compras impactou a divisão de varejo do Carrefour. Apesar das adversidades, a empresa conseguiu manter um desempenho sólido no setor de divisão de financiamento ao consumidor.
Existe a expectativa de expansão para o CRFB3 nos próximos meses, vale destacar que o upside entre Grupo BIG e Carrefour promete um aumento de 15% no Ebitda da empresa, por fim, o segmento chamado “atacarejo” (combinação de varejo com atacado) também é outra promessa para o ano de 2022.