Presidente do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari Junior comentou nesta quinta-feira (30) que a sociedade da companhia com a Cielo (CIEL3) “vai bem”, mas que o problema é “disrupção” que passa o modelo de negócio, das maquininhas.
Segundo ele, entretanto, a operação com da Cielo, com quem divide o controle com o Banco do Brasil (BBAS3), é importante, por sua complementariedade.
Ou seja, a empresa de adquirência serve como uma solução “vertical” com clientes, como do comércio.
Neste momento, a Cielo se vê às voltas ainda com o processo de parceria com o WhatsApp para transações financeiras via aplicativo.
Isso porque o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) embargou a negociação até que as partes esclareçam a forma de remuneração e outros pontos.
Outra operação em que o Bradesco é sócio, a resseguradora IRB (IRBR3), também foi mencionada pelo executivo.
Conforme ele, a empresa é viável e a instituição financeira é um acionista de referência.
Dessa forma, em meio ao aumento de capital do IRB, ele entende como racional o movimento de aporte financeiro.
Lazari conversou com analistas e investidores durante teleconferência de resultados do banco.
Presidente do Bradesco (BBDC4), Octavio de Lazari Junior.
BBDC4: Next
Duas operações que o Bradesco pretende alavancar, segundo Lazari, são o banco digital Next e a gestora de ativos Ágora.
Conforme o executivo, as operações do Next serão independentes do Bradesco, com infraestrutura própria e CEO próprio. Inclusive, disse, a estrutura física já está separada.
“Não temos intenção de trazer sócios nesse momento. O Next tem mais de dois milhões de clientes e queremos chegar a três milhões em breve”, ressaltou.
Já a Ágora está sendo remodelada. “Estamos indo ao mercado com muito mais força, e fazendo frente a outros players”, frisou.
Para Lazari, a Ágora estará muito mais presente na vida dos investidores. “Vamos investir muito para que ela seja uma das grandes players do mercado”, destacou.

Next, braço digital jovem do Bradesco.
BBDC4: lucro líquido recua 40,1%
O lucro líquido do Bradesco recuou 41% no segundo trimestre de 2020 frente igual período do ano passado, ao totalizar R$ 3,87 bilhões entres abril, maio e junho.
- Leia mais sobre o balanço do Bradesco
Já em relação ao trimestre anterior, o banco registrou avanço de 3,2% nos lucros.
De acordo com a companhia, o desempenho no lucro foi “impactado pela queda no resultado financeiro”.
Conforme a empresa, o comportamento dos índices econômico-financeiros atingiram as aplicações financeiras.
Veja o desempenho do BBDC4 na Bolsa:
Fonte: tradingview.
Tá, e aí?
O lucro do Bradesco no segundo trimestre ficou abaixo das expectativas do UBS, que destacou o aumento substancial das provisões no segundo trimestre em relação ao primeiro. O índice de cobertura da inadimplência cresceu 300%.
Apesar de o Bradesco não ter fornecido previsões, o UBS acredita que a concessão de crédito da instituição irá superar o mercado em 2020; as margens devem se expandir, enquanto taxas e seguros podem ser pressionados. Já a provisão para encargos deve ser menor no segundo semestre e substancialmente mais baixos em 2021, na comparação com esse ano.
No relatório, o UBS reiterou a visão positiva a respeito do banco e manteve a recomendação de compra, com preço alvo de R$ 28.