Descubra as 10 Maiores Pagadoras de Dividendos da Bolsa
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Educação Financeira
Artigos
Bloqueio da poupança: onde há fumaça, há fogo

Bloqueio da poupança: onde há fumaça, há fogo

Minhas desconfianças com as reais intenções dos governos se iniciaram na faculdade de Economia – entre os anos de 2004 e 2008, na UFSC. Muito empolgado e ainda bastante ingênuo, me aprofundei em algumas “leis da economia” de grandes pensadores e teóricos que prometiam mudar o mundo. Li por completo a obra “A Teoria Geral […]

Minhas desconfianças com as reais intenções dos governos se iniciaram na faculdade de Economia – entre os anos de 2004 e 2008, na UFSC.

Muito empolgado e ainda bastante ingênuo, me aprofundei em algumas “leis da economia” de grandes pensadores e teóricos que prometiam mudar o mundo.

Li por completo a obra “A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, do economista britânico John Maynard Keynes (1936).

Caso você não saiba, Keynes é conhecido por muitos como o pai da macroeconomia moderna.

Reprodução/Amazon

Ao terminar, estava ainda mais confuso.

Publicidade
Publicidade

Pensei “sou muito novo, o que está aqui, escrito sob a forma de inúmeras equações, deve estar muito certo. É sofisticado, atraente…”, eu queria acreditar…

A ideia atribuída a Keynes de que em “tempos de crise o governo deveria estimular a demanda, nem que para isso fosse necessário pagar trabalhadores para que cavem buracos, e depois, pagar novamente para que os tapem…” não me saía da cabeça.

Como haverá criação de riqueza e a recuperação de um país com o governo quase que “enterrando dinheiro”? 

A desconfiança com os governos foi crescendo e se tornou permanente depois de conhecer os economistas austríacos Mises e Hayek, três anos depois de formado. 

(Na universidade federal, pelo menos no meu caso, não se ouvia falar de Economia Austríaca).

fotos de Friedrich Hayek e Ludwig Mises. Fonte: Wikipedia
Friedrich Hayek e Ludwig Mises. Fonte: Wikipedia

Esses dois me ensinaram mais em 20 ou 30 horas de estudos do que uma faculdade inteira de economia.

Você pode nunca ter ouvido falar deles, mas imagino que concorda com algumas de suas ideias.

Veja…

Você pagaria impostos se não fosse obrigado? (Princípio da não-agressão)

Você acredita que a sua propriedade deve ser sua? (Princípio da garantia de propriedade privada)

Você acredita que a competição entre empresas é benéfica para o consumidor? (Princípio do livre-mercado)

Você acredita que a impressão de dinheiro gera inflação? (Princípio da não-neutralidade da moeda)

Incrivelmente, governo nenhum concorda – ou age como se concordasse – com as crenças acima.

E nosso próximo governo não será diferente.

(Ainda que você discorde disso, peço que leia com atenção esse texto até o fim).

Semana passada, me chamou a atenção o parecer da Comissão De Constituição, Justiça e Cidadania sobre a Proposta de Emenda à Constituição nº 32 de 2022, conhecida como PEC da Transição.

título de matéria jornalística
Fonte: Agência Senado

É a opinião da Comissão sobre o texto que o Senado aprovou também na semana passada, já em dois turnos.

Os governistas defendem o estouro do Teto de Gastos – ou seja, defendem a ampliação dos gastos públicos – como medida essencial para que o Brasil volte a crescer.

Aqui, há a ideia de que um aumento dos gastos públicos gera aumento de riqueza.

O triste é vermos se repetir os erros de um passado não muito distante…

Os governos de Lula e Dilma foram fortemente apoiados nessa ideia, e resultaram na maior recessão da nossa história.

título de matéria jornalística
Fonte: G1

Agora, duas partes específicas do relatório me chamaram ainda mais atenção:

imagem de trecho da PEC da Transição

No primeiro trecho sublinhado, há a menção do Keynesianismo e da MMT (Teoria Monetária Moderna).

O que querem dizer com “papel central da política fiscal”?

Resposta: aumento de gastos do governo.

E, para piorar,  “sem a devida compensação na forma de elevação de tributos”.

O que isso quer dizer?

Quer dizer, caro leitor, que o governo está deixando de lado a responsabilidade fiscal, pois, sem receitas, não deveriam existir despesas, certo?

E de onde o governo pretende tirar recursos para expansão dos gastos?

Aí é que está o X da questão!

Através do aumento da base monetária. Leia-se “impressão de dinheiro”.

A MMT é uma teoria bastante heterodoxa baseada em expansão de gastos e impressão de dinheiro.

Ela tenta nos convencer de que “há almoço grátis”…

De que é possível imprimir dinheiro sem consequências nefastas para a economia…

O segundo trecho é ainda mais cabuloso: “o aumento de gastos públicos não pode provocar crise de desconfiança em países que emitem a própria moeda”.

Segundo a teoria, não existe a possibilidade de o governo não pagar.

Bom, que a possibilidade de emitir a própria moeda é um grande bônus para os governos, isso é verdade…

Até determinado momento, se não há orçamento para pagar dívidas, o governo pode recorrer à impressão, sim.

Mas como tudo na vida, isso tem limite.

E o limite é logo ali nesse caso.

Basta a inflação ser maior do que a remuneração dos títulos do Tesouro que não haveria mais motivos um estrangeiro ou investidor emprestar dinheiro para o Estado.

A Argentina que nos sirva de exemplo.

Mesmo com juros acima de 50% a.a. e inflação em torno de 100% a.a., a desconfiança internacional não poderia ser maior.

título de matéria jornalística
Fonte: Uol

A monetização da dívida – que é como chamamos o pagamento de dívidas passadas com a impressão de dinheiro – em níveis extremos pode até “resolver” o problema fiscal.

Mas não resolve a quebra de confiança.

Investidores não deixarão seus recursos com o governo para serem dizimados pela inflação.

E, sem confiança, não há crescimento. Não há produção de riqueza.

Adeptos da MMT podem dizer que a solução para a inflação desenfreada seria o aumento da tributação, que tiraria a liquidez do sistema e reduziria os preços.

Aí eu te pergunto, caro leitor: aumentar impostos é a solução para a inflação?

Pode até ser temporariamente, mas mata a iniciativa privada e a produção do país, retroalimentando o problema dos preços, pela falta de produtos.

Fonte: www12.senado.leg.br

É preciso deixar claro uma coisa…

Não estou afirmando que tudo isso será efetivamente colocado em prática.

E, como um otimista que sou, creio que o sistema de pesos e contrapesos da nossa democracia, uma hora, irá funcionar.

Temos um Banco Central autônomo, um Congresso de maioria conservadora e uma população muito mais atenta e ativa do que em qualquer momento de nossa história.

Mas, não posso deixar de me preocupar e de aumentar o estado de alerta.

Quando pequeno, aprendi que “quando há fumaça, há fogo”.

Por isso, como investidores, torna-se muito importante nos mantermos cautelosos e precavidos com a possibilidade de aumento da inflação e dos juros acima das expectativas anteriores.

Para isso, uma sacada inteligente é comprar bons papéis IPCA + e pós-fixados, além de ativos reais que corrijam a inflação.

Nas últimas semanas, estamos recebendo muitas dúvidas sobre se existe possibilidade de um novo confisco da poupança. 

E, pode parecer que essa news não teve nada a ver com esse tema… mas, tem sim. 

O confisco de hoje não é visto, não é percebido, e é feito pela impressão de dinheiro… Todos os governos fazem isso.

E é justamente o que iremos ver no próximo EQI Talks, não deixe de participar, é na quinta-feira (15), às 18h15:

Bloqueio da poupança: um novo confisco é possível?”.

Clique no link abaixo para confirmar sua inscrição gratuitamente:

[QUERO ME INSCREVER NO EQI TALKS]

Lembre-se: conhecimento é único bem que ninguém pode tirar de nós. Invista nele.

Nos vemos quinta à noite, no EQI Talks.