Quem investe em bitcoin já deve – em tese – estar preparado para eventuais quedas da criptomoeda. Afinal, um ativo de renda variável como esse tem entre suas premissas um grau considerável de escassez e de volatilidade.
Mas as constantes quedas iniciadas em maio levantaram (mais uma vez) dúvidas e desconfianças sobre o bitcoin – e outras criptomoedas, como destaca reportagem do panoramacrypto.
Só em maio o principal dos criptoativos fechou o mês com queda de 35% e perdeu US$ 365 bilhões em valor de mercado. Após atingir o topo – quase R$ 360 mil – o ativo hoje é negociado próximo de R$ 200 mil. Apesar da forte correção, os principais fundamentos do bitcoin, que impactaram também outros criptoativos, não mudaram.
Alta volatilidade: bitcoin ainda vale a pena? Entenda o cenário para a moeda digital
Os ruídos e notícias que influenciam a alta e a baixa das criptomoedas são muitos. Vão desde as declarações do empresário e investidor Elon Musk, a decisões de Bancos Centrais, movimentos de grandes fundos e investidores e comentários sobre possíveis regramentos das criptomoedas.
Cada movimento gerou e ainda vai gerar impactos em maior ou menor nível no bitcoin e em outras criptomoedas. Para quem começou a investir há pouco tempo nesses ativos, vale lembrar que a grande volatilidade das criptos e a desconfiança já apareceram em outros momentos.
Em contrapartida, as bases que sustentam o que é e como funciona o bitcoin permanecem inalteradas.
Abaixo, elencamos alguns dos principais fundamentos do bitcoin que persistem, mesmo diante das correções do ativo.
O bitcoin é independente
Sem um “pai” conhecido, a moeda digital foi criada, ao que se sabe, de forma colaborativa e gerou uma nova percepção sobre o mercado de ativos digitais. Assim, trouxe para si um status de independência. Sem um regulador, como um Banco Central, como ocorre com as moedas, o ativo é muitas vezes comparado e usado como uma reserva de valor, como ouro ou prata. Mas vale atentar para o fato de que muitos investidores são contrários a essa tese, e inclusive não veem realmente valor em bitcoin.
Bitcoin: Por que Musk e outros se preocupam com questões ambientais?
Consumo de energia em debate
Ao vender parte dos bitcoins comprados pela Tesla, Elon Musk colocou em evidência a questão de consumo energético da moeda (não sem antes a empresa ter lucrado US$ 100 milhões com o criptoativo).
Segundo pesquisas recentes, a mineração do bitcoin já consome mais energia do que toda a Argentina. Por outro lado, o sistema bancário usa o dobro de energia que o bitcoin. O criptoativo corresponderia cerca de 0,5% do consumo mundial de energia elétrica. Outro estudo aponta que 74% da energia consumida pela rede do bitcoin vem de fontes renováveis.
Mas apesar dos custos energéticos, é importante ressaltar que o consumo é transparente e a matriz está evoluindo para soluções que priorizam o uso de fontes renováveis.
Escassez: só 21 milhões de bitcoins
Ativo de renda variável de alta volatilidade, o bitcoin tem uma premissa imutável até então: escassez.
O ativo foi construído para ter um total de 21 milhões de unidades no mundo. Até o momento 18 milhões estão em circulação.
Assim, essas características podem fazer com que o bitcoin se torne deflacionário, contrapondo-se a moedas fiduciárias regulares que podem ser impressas conforme decisões políticas ou econômicas dos governos.
Bitcoin: evolução alinhada às necessidades
O bitcoin vem evoluindo com o mundo e suas necessidades.
A criptomoeda foi um dos exemplos de pessoas descontentes ao redor do mundo diante do descontentamento com bancos centrais e controle de moedas.
Assim, com o tempo, o criptoativo está desenvolvendo robustez e ganhando novos investidores. Hoje, uma parcela considerável de especuladores já deu espaço a investidores.
Mas, apesar disso, grandes investidores como Warren Buffett, Charlie Munger, Carl Icahn, e o brasileiro Luiz Barsi são críticos ferrenhos dos criptoativos.
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