A partir da próxima segunda-feira (14), começa a negociação dos novos programas de BDRs de ETF de Renda Fixa na B3 (B3SA3). Inicialmente, serão negociados seis ativos dessa categoria.
Os Brazilian Depositary Receipts de ETFs estrangeiros (BDRs de ETFs) são valores mobiliários emitidos no Brasil, que possuem como lastro cotas de ETFs emitidos no exterior. Deste modo, ao comprar um BDR de ETF a carteira do investidor vai replicar um índice de um determinado país, assim como há no Brasil o índice Ibovespa.
Confira abaixo quais são os BDRs de ETFs de Renda Fixa liberados para negociação na B3:
BDRs, ETFs e índices: o que são
- BDRs: são um certificado emitido por instituições brasileiras que possibilita o acesso às ações das maiores empresas globais e ETFs internacionais mais negociados no mundo. É uma alternativa para diversificação de portfólio. Isso porque ele pode ser acessado de forma simples, pelos sistemas das corretoras, sem a necessidade de mandar dinheiro para o exterior. Assim, é possível comprar BDRs de empresas como Amazon (AMZO34), Google (GOGL34), Facebook (FBOK34), Tesla (TSLA34), entre outros. De novo, isso sem sair do mercado brasileiro. Ou seja, tudo é negociado na B3.
- ETFs: o Exchange Traded Fund acompanha grandes índices de bolsas mundiais, como dos Estados Unidos, China, Europa, Japão, entre outros. É um fundo negociado em Bolsa que representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em uma carteira de ações ou ativos que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance de um índice de referência (como, por exemplo, o índice Bovespa). As cotas do ETF são negociadas de forma semelhante às ações. Ao adquirir tais cotas, o investidor, indiretamente, passa a deter todos os ativos da carteira teórica do índice, sem ter que comprá-las separadamente no mercado.
- Índices: Um índice da bolsa tem como objetivo servir de referência para investidores, pois são como um termômetro do mercado. É necessário, portanto, estar bastante atento aos índices da bolsa, às mudanças e oscilações do mercado de investimento.
Afinal, o que são BDRs de ETFs?
Os Brazilian Depositary Receipts de ETFs estrangeiros (BDRs de ETFs) são valores mobiliários emitidos no Brasil, que possuem como lastro cotas de ETFs emitidos no exterior.
Ou seja, ao comprar um BDR de ETF a carteira do investidor vai replicar um índice de um determinado país, assim como há no Brasil o índice Ibovespa.
Por exemplo, se você comprar o BDR de ETF BIVB39, que tem lastro no índice S&P 500, você estará exposto às 500 empresas dos Estados Unidos. Mas se você comprasse, por exemplo, somente o BDR de Amazon ou de Google, estaria exposto a apenas uma dessas empresas.
Para emissão do BDR de ETF, o administrador dos ETFs no exterior deve celebrar um contrato no Brasil com uma instituição depositária, a qual será responsável por emitir os BDRs.
Essa instituição tem como responsabilidade garantir que os BDRs de ETF emitidos no Brasil de fato estejam lastreados nos valores mobiliários emitidos no exterior.
Assim, a instituição depositária mantém uma conta em um custodiante no exterior onde permanecem depositados e bloqueados os respectivos valores mobiliários utilizados como lastro dos BDRs de ETF.
A instituição depositária deve garantir que não haja qualquer descasamento entre o saldo dos valores mobiliários no exterior e dos BDRs emitidos.
Como comprar os BDRs de ETFs
Como destacamos no início, as negociações começam no dia 14 de fevereiro. Em primeiro lugar, o investidor deve uma conta em uma corretora de valores. Logo, ainda que os papéis repliquem índices internacionais de renda fixa, não é necessário abrir uma conta em uma corretora estrangeira e tampouco realizar os trâmites de um investimento internacional.
Os BDRs de ETFs de Renda Fixa são negociados com quatro letras e o final 39 (XXX39).
Vantagens
- Acesso facilitado aos ETFs estrangeiros sem ter que pagar os custos relacionados à remessa de recursos para o exterior;
- Possibilidade de elaboração de estratégias, diversificação de investimentos e arbitragem com ativos locais e estrangeiros;
- Apesar de o investidor ficar exposto às variações de preços de um ativo estrangeiro, as operações são realizadas no Brasil e a liquidação é feita em reais.
Desvantagens
- Os BDRs de ETFs são ativos de renda variável. Portanto, há riscos para o investidor, que deve estudar bem antes de comprá-los;
- A facilidade de negociar os BDRs de ETFs depende muito da liquidez de cada ativo;
- Há taxas de corretagem no momento da compra e da venda, variando de acordo com cada corretora. Há ainda taxas de custódia, que podem ou não ser cobradas pelas corretoras.
B3 libera listagem para oito novos tipos de fundos
Além dos BDRs de ETFs, a B3 liberou a listagem de outros sete novos tipos de investimentos, que são: ETFs de Moedas, Fundos de Investimento Multimercado de Renda Variável (FIM RV), BDR de ETF de Moedas, ETF de Renda Fixa Internacional, Fundo de Investimento Renda Fixa (FI RF), Fundo de Investimento Multimercado Renda Fixa (FIM RF) e Fundo de Investimento Multimercado de Infraestrutura (FIM INFRA).
“O mercado de ETFs (Exchange Traded Funds, ou Fundos de Índice) apresentou um crescimento exponencial ao longo de 2021, chegando ao final do ano com 66 tickers distribuídos entre Renda Variável, Renda Fixa, Criptomoedas e Commodities”, explica Luís Kondic, diretor executivo de Produtos Listados e Dados da B3.
De acordo com a B3, a inclusão de novos ativos permite ao investidor local acesso fácil aos ETFs internacionais com exposição a índices de Moedas e de Renda Fixa, diversificando ainda mais as possibilidades de investimento e estratégias. Além disso, os novos fundos contam com uma gestão ativa de gestores qualificados para gerar melhor relação risco-retorno.
Dessa forma, o investidor pequeno consegue ter a posse de ativos de renda fixa ou uma carteira diversificada na classe dos fundos multimercado, sem a necessidade de ter investimento mínimo em um único fator de risco.
“Com isso, abre-se a oportunidade de expansão do mercado de fundos no Brasil. Essas novas opções podem ampliar de forma expressiva o leque de produtos disponível para o investidor, possibilitando um maior número de estratégias dentro do portfólio de cada cliente”, afirma Kondic.
(Com Felipe Alves)