O Banco Central Europeu (BCE) divulgou sua decisão de política monetária nesta quinta-feira (10) e optou por manter inalteradas suas taxas de juros: taxa de refinanciamento em 0%, taxa de depósito em -0,50% e de empréstimo em 0,25%.
A decisão veio em meio ao aumento da preocupação com a inflação devido à guerra na Ucrânia, que impacta especialmente combustíveis e alimentos, já que o país e a Rússia são fornecedores relevantes de petróleo, gás, trigo e milho.
O BCE afirmou, no entanto, que não irá elevar os juros até algum tempo depois de encerrar suas compras de títulos no fim do terceiro trimestre deste ano.
“Qualquer ajuste aos juros do BCE acontecerá algum tempo depois do fim de nossas compras sob o APP (Programa de Compra de Ativos) e será gradual”, disse a presidente do BCE, Christine Lagarde, em entrevista à imprensa.
Para o BTG Pactual (BPAC11), o comunicado se mostrou mais forte do que esperado, mantendo a flexibilidade, mas com forte posicionamento quanto ao fim das compras de ativos mais rápido que o esperado e espaço para subida de juros.
O programa emergencial de compra de ativos (PEPP) deve se encarrar no terceiro trimestre, de acordo com o atual comunicado. Serão € 40 bilhões em abril; € 30 bilhões em maio; e € 20 bilhões em junho.
O mercado já precifica altas de juros de 0,10 ponto porcentual em setembro, com mais duas subidas de igual magnitude em outubro e dezembro.
Alta de juros nos EUA deve vir na próxima quarta-feira
Ao contrário do BCE, o Federal Reserve (Fed) anunciou que a subida de juros já deve começar na próxima semana. O Fed se reúne terça e quarta-feira (15 e 16 de março), quando os juros devem ser elevados em 0,25 ponto porcentual.
O mercado espera de cinco a seis outras altas, com juros subindo 1,75 ponto porcentual até o final deste ano.
No Brasil,