A Allied (ALLD3) registrou no segundo trimestre de 2021 um lucro líquido de R$ 152,3 milhões, número 1.719% maior do que os R$ 8,4 milhões registrados no mesmo período de 2020. O lucro líquido recorrente – desconsiderando efeitos extraordinários – foi de R$ 74,3 milhões, com a diferença sendo um pouco menor, de 786,3%, mas ainda considerável.
A alta acompanha, em parte, a receita líquida da companhia – que atua como distribuidora e varejista com foco em tecnologia -, que ficou em R$ 1,52 bilhão, ante R$ 830 milhões do intervalo de abril a junho de 2020.
O canal de distribuição Allied avançou 77,6% na base anual, chegando a R$ 1,2 bilhão, e o de varejo, 110%, alcançando R$ 338,9 milhões.
Allied (ALLD3): Os principais números do balanço
Lucro líquido
- 2TRI21: R$ 152,3 milhões
- 2TRI20: R$ 8,4 milhões
Receita líquida
- 2TRI21: R$ 1,52 bilhão
- 2TRI20: R$ 830 milhões
Ebitda recorrente
- 2TRI21: R$ 122,1 milhões
- 2TRI20: R$ 34,8 milhões
Venda de celulares dispara
“As categorias que mais contribuíram para o crescimento da receita líquida no canal de distribuição nas comparações anuais e trimestrais foram os segmentos mobile e computadores”, explicou no documento publicado na noite desta terça-feira (10). Foram vendidos 2,4 milhões de produtos no segundo trimestre de 2021, crescimento de 27,3% na comparação com o mesmo intervalo do ano passado.
No varejo digital (que inclui vendas realizadas em marketplace, em sites de operadoras e de serviços digitais) destaque, segundo a Allied, para o aumento do ticket médio nas categorias de celulares (129%), notebooks (52%) e videogames (49%). Foram vendidos 103 mil produtos nesta frente, crescimento de 119% na base anual.
O varejo físico (a Allied é dona, por exemplo, de um número grande de lojas da marca Samsung), por sua vez, viu a receita avançar 323,1%, com os 276 pontos de vendas movimentando R$ 127,1 milhões. As vendas mesmas lojas avançaram 265,5%, com a diminuição das restrições impostas para conter a covid-19.
Gastos da Allied ficam controlados
Ao mesmo tempo, as despesas operacionais da Allied não cresceram como a receita, com uma alta de, apenas, 16,9%, saindo de R$ 99 milhões no segundo trimestre de 2020 para R$ 115,7 milhões neste último.
A alta, segundo a companhia, é explicada, principalmente, pelo aumento de R$ 20,8 milhões nas despesas com pessoal de vendas, taxas de cartão, frete e aluguel. No contra-peso, a companhia reverteu R$ 19,9 milhões em provisões para perdas com pagadores duvidosos.
As despesas gerais e administrativas ficaram em R$ 34,8 milhões, ante R$ 23 milhões, com mais gastos com terceirização e com pessoal.
Balanço impulsionado por decisão do STF
O balanço foi impulsionado, porém, uma receita operacional não recorrente oriunda de decisão do Supremo Tribunal Federal, que excluiu ICMS sobre a base de cálculo de PIS e Cofins desde março de 2017, somando R$ 101,4 milhões, mais R$ 17,7 milhões de atualização monetária.
O Ebitda recorrente, desconsiderando esse ganho judicial, foi de R$ 122,1 milhões, crescendo 250,3% na base anual.
Resultado financeiro melhora, apesar de crescimento da dívida líquida
Por fim, a Allied conseguiu melhorar o seu resultado financeiro recorrente, que ficou negativo em R$ 14,4 milhões, ante R$ 18,1 milhões no segundo trimestre de 2020 – isso se deu, em parte, pela redução da dívida bruta, que saiu de R$ 443,4 milhões para R$ 404 milhões.
A dívida líquida, porém, aumento de R$ 82,1 milhões para R$ 250,9 milhões, com a empresa, principalmente, tirando dinheiro de caixa para usar como capital de giro.