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Edmond Safra: o banqueiros mais importante do século

Edmond Safra: o banqueiros mais importante do século

Edmond Safra foi um dos banqueiros mais relevantes do mundo no século XX. Naturalizado brasileiro, ele fundou três grandes instituições financeiras espalhadas pelo mundo: o Republic Bank of New York; o Trade Development Bank (TDB) em Genebra; o Safra Republic Holdings, em Luxemburgo; e o Banco Safra em São Paulo, sendo que o último foi liderado pelos seus irmão mais novos Joseph e Moïse.

A história de vida de Edmond Safra foi inspiradora, visto que ele sempre foi considerado um outsider por ser um judeu sefardita e naturalizado brasileiro negociando com os maiores players do planeta. Este é o relato do jornalista americano Daniel Gross, que escreveu a biografia do banqueiro. 

Onde nasceu e como foi a infância de Edmond Safra?

Safra nasceu no dia 6 de agosto de 1932 na cidade de Beirute, no Líbano. Ele foi o terceiro dos oito filhos de Jacob Safra, um banqueiro de origem síria da cidade de Alepo, e da sua esposa Esther. 

O avô de Edmond Safra transportava ouro em desertos com caravanas de camelos. Coincidentemente, o nome “Safra” em árabe significa amarelo, a cor que lembra o ouro. 

Apesar de ter um desempenho escolar ruim, o jovem Edmond era bastante inquieto. Com isso, o seu pai o chamou para trabalhar com ele com apenas 15 anos de idade. A partir daí, Safra larga a escola e viaja para Milão, na Itália, para trabalhar no mercado de metais e moedas. Na sua atuação, ele viajava entre as cidades de Milão, Zurique, Amsterdã e Genebra.

Edmond Safra vem morar no Brasil

Em 1954, com apenas 22 anos e sem falar uma palavra em português, Edmond Safra vem para o Brasil. Gross revela que os Safra eram refugiados nos anos 50, visto que a cidade de Beirute, no Líbano, não era um lugar seguro para os judeus. 

O apartamento deles tinha sido saqueado e nenhum país da Europa dizia: ‘Ei, mude-se para cá, torne-se um cidadão’”, afirmou o biógrafo em entrevista ao site Brazil Journal.

Ainda que os Estados Unidos tivessem uma grande quantidade de judeus sírios, ir até lá não era tão simples. Deste modo, o Brasil se apresentou como uma boa opção. Logo, Edmond se mudou para cá e levou seu pai, suas irmãs e irmãos, Ellie, Joseph e Moïse, sendo que os dois últimos foram dirigentes do Banco Safra, um dos cinco maiores do Brasil. 

O Brasil era muito hospitaleiro, tanto pela segurança física, pois ninguém iria atacá-lo, como pela segurança religiosa. Ele não seria assediado por praticar judaísmo ou construir uma sinagoga. Os brasileiros estavam construindo fábricas, negócios e se envolvendo no comércio. Mesmo com a burocracia local, ele conseguiu obter sua cidadania, criar instituições financeiras e bancos e fazer parte do establishment muito rapidamente”, diz Gross. 

Volta para a Europa e fundação do Republic National Bank of New York

Em 1956, Edmond decide ir morar em Genebra para fundar a sociedade financeira e comercial SUDAFIN. Três anos depois, a instituição se transformou no primeiro banco dele, o Trade Development Bank. Em pouco menos de uma década, o clima favorável de negócios estendeu o império financeiro de Edmond Safra, o transformando em um dos homens mais ricos do mundo. 

No ano de 1966, ele fundou o Republic National Bank of New York, com um capital de US$ 11 milhões. O banco foi considerado internacionalmente como a primeira instituição bancária dos Estados Unidos que transacionava ouro e metais preciosos. Em pouco tempo, o Republic New York se tornou o terceiro maior banco da região metropolitana de Nova Iorque, atrás apenas do Citigroup e Chase Manhattan.

O Republic abriu filiais nas cidades de Londres, Paris, Genebra e até na Austrália. Posteriormente, o banco nova-iorquino foi incluído tanto nas bolsas de valores dos Estados Unidos como nas bolsas europeias. 

Em 1999, um pouco antes de morrer, Edmond Safra decidiu vender “os seus filhos”, como ele chamava os seus bancos Republic New York e a holding Safra, para o HSBC por US$ 7,6 bilhões na época. 

Morte de Edmond Safra

Edmond Safra morreu no dia 03 de dezembro de 1999, aos 67 anos. Ele foi vítima de um incêndio criminoso em seu apartamento no Belle Époque, em Monte Carlo, no principado de Mônaco.

O enfermeiro americano Ted Maher foi preso com a acusação de ter iniciado o incêndio, que ele mesmo confessou ter feito. Ele afirmou que causou o incêndio para ter a oportunidade de fazer um resgate heróico do banqueiro e ganhar uma recompensa dos Safra em função disso. Mas as chamas saíram de controle. 

Maher foi condenado a 10 anos de prisão após o julgamento da corte de Mônaco em 2002.

Curiosidades e lições de Edmond Safra

Ainda na entrevista para o Brazil Journal, Daniel Gross comentou algumas curiosidades e lições sobre Edmond Gross. Uma delas é a forma como ele fazia negócios com os seus clientes.

O biógrafo conta que Safra dizia que a sua primeira obrigação era proteger o depositante. Este pensamento tem origem na herança da Síria e do Líbano, lugares que não tinham Banco Central, nem seguro de depósito.

Safra dizia a seguinte frase para os depositantes: “Vou garantir que esteja aqui quando você precisar. Seja por guerra, caso você acabe refugiado, ou se algo terrível acontecer. Isso é a responsabilidade do banqueiro.

Safra não tinha interesse por produtos bancários clássicos, como cartão de crédito e financiamento de imóveis e veículos. Ele preferia ter depósitos nos seus bancos e investir de forma mais conservadora. Haja vista que até mesmo os clientes norte-americanos de classe média do Republic New York, ele não oferecia estes serviços. 

Outra curiosidade sobre Edmond Safra era que ele só emprestava dinheiro para conhecidos, visto que devolver um empréstimo era questão de honra para a família. Não era a toa que ele emprestava dinheiro para o Banco Central da Venezuela ou para Banco Central das Filipinas, que na época, pagavam as suas dívidas sempre em dia. 

“Edmond levava o sucesso de seus clientes para o lado pessoal. Ele tinha interesse genuíno em suas vidas. Milhares deles, claro, eram estranhos. Mas muitos milhares eram pessoas que ele conhecia, seja porque eram judeus, porque eram ligados a Aleppo, eram libaneses, ou o conheciam de Beirute, Genebra ou de qualquer um dos muitos outros lugares que ele chamava de lar”, afirmou Gross.

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