Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Vendas no varejo mantêm estabilidade em novembro, com apoio da Black Friday

Vendas no varejo mantêm estabilidade em novembro, com apoio da Black Friday

As vendas no varejo apresentaram variação de 0,1% entre outubro e novembro do ano passado, registrando o segundo mês consecutivo de estabilidade em comparação com o mês anterior, quando havia apresentado recuo de 0,3%.

Com isso, o setor permanece 1,9% abaixo do recorde atingido em novembro de 2020, mas se encontra 4,5% acima do patamar pré-pandemia, em fevereiro de 2020. Os acumulados do ano e dos últimos 12 meses foram de 1,7% e 1,5%, respectivamente.

O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, destaca que, ao longo de 2023, o comércio tem mostrado uma trajetória de crescimento, embora sem avanços expressivos mês a mês. A volatilidade do setor tem resultado em variações próximas de zero, com exceção de janeiro.

gráfico vendas no varejo
Vendas no varejo: comparação mês a mês. Fonte: IBGE

Das oito atividades pesquisadas, seis apresentaram resultados positivos em novembro. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,6%), Móveis e eletrodomésticos (4,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (3,0%) foram os principais impulsionadores do índice geral.

A Black Friday, ocorrida no final de novembro, contribuiu para garantir a estabilidade das vendas, especialmente em quatro atividades influenciadas pelo evento: Tecidos, vestuário e Calçados; Móveis e Eletrodomésticos; Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; e Outros artigos de uso pessoal e domésticos.

Publicidade
Publicidade

Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação liderou o crescimento com 18,6%, seguido por móveis e eletrodomésticos com 4,5%. Santos atribui parte do desempenho de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação à depreciação do dólar, que recuou 2,5% em novembro, impulsionando as vendas de produtos de informática.

Outras atividades que registraram crescimento foram Combustíveis e lubrificantes (1,0%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,0%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,1%). As únicas atividades em queda foram Livros, jornais, revistas e papelaria (-1,5%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-1,6%).

Frente a novembro de 2022, as vendas do varejo cresceram 2,2%, marcando o sexto resultado positivo consecutivo. Cinco das oito atividades pesquisadas registraram avanço, sendo as maiores altas em Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (18,1%), Tecidos, vestuário e calçados (6,1%), Móveis e eletrodomésticos (5,2%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (5,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,1%).

Por outro lado, três atividades apresentaram queda: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,9%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-5,3%) e Combustíveis e lubrificantes (-1,7%).

Quanto às vendas por Unidades da Federação, 12 registraram aumento em novembro em comparação com outubro, com destaque para Espírito Santo (13,3%), Paraíba (1,8%) e Amapá (1,6%). Em relação a novembro de 2022, 18 Unidades da Federação apresentaram crescimento, com Espírito Santo (12,4%), Maranhão (11,7%) e Ceará (8,0%) liderando. Nove Unidades da Federação mostraram taxas negativas, com Paraíba (-16,4%), Roraima (-5,2%) e Distrito Federal (-4,7%) sendo os destaques negativos.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, o resultado das vendas no varejo foram uma surpresa positiva, mas ainda assim não suficiente para reverter a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2023.

“Quando a gente olha a parte do núcleo do varejo, ele subiu 0,10% no mês contra o mês e veio em linha com o esperado. Porém, quando a gente inclui automóveis, a alta foi de 1,3% contra 0,5% esperado, ou seja, foi bem acima da expectativa. As vendas de automóveis e peças subiram 4%, o que é uma surpresa, por ser o quarto mês consecutivo de altas desses itens, que são de alto valor e vêm impulsionando muito a venda baseada no crédito para pessoa física”, aponta.

Segundo Kautz, o resultado das vendas no varejo diminui um pouco o viés de queda do PIB do quarto trimestre, mas ele segue muito próximo de zero. “Tínhamos como projeção uma queda de 0,30%, agora deve ser queda de 0,10, mas ainda muito próximo de zero. É ‘menos pior’ do que a gente imaginava, mas ainda com crescimento zero no segundo semestre para 2023”, diz. Na visão da EQI Asset, o PIB de 2023 deve fechar próximo a 3%.

Ouça o áudio na íntegra:

Como são calculadas as vendas no varejo?

A Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) fornece indicadores conjunturais sobre o comércio varejista no Brasil, investigando a receita bruta de revenda em empresas formalmente constituídas. Iniciada em 1995, a PMC abrange a variação do volume e da receita nominal de vendas do comércio varejista e varejista ampliado (automóveis e materiais de construção). A pesquisa de vendas no varejo é conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).